Violão (4) – Cuidado! Tocar de tablatura não é exatamente o ideal.

Acho que vocês já devem ter notado que a disponibilidade (gratuita) de tablaturas não é muito abundante. E que não é incomum vermos pessoas catando em sites como “Cifras Club” tablaturas ou mesmo por ai pedindo versões de outros instrumentos as tablaturas. Essa insistência, tem dois fatos importantes que podem se tornar uma pedrinha no sapato se não forem observadas com antecedência, em especial para aqueles que intencionam viver de música, vamos as duas:

  • Tablatura não é partitura;
  • Tablatura é essencialmente ‘tocar sem cifras e notas’.

O fator é que não é o ideal fingir que está tocando sem saber que nota está tocando. Na tablatura só tem números representando as casas. Fica a seu critério saber ou não a nota. O problema disso é que provavelmente você não conseguirá passar uma música do violão para outros instrumentos e vice-versa.

Sua dependência fica bem óbvia aqui se você é um dos que se contentam em estudar ou tocar música usando a tablatura. Senão é o seu forte e tampouco vai seguir este ramo, tudo bem. Mas se vai seguir e precisa de acervo, vamos combinar, você está um pouco encrencado(a) se persistir por aqui. Vou contar uma experiência.

COMECEI O VIOLÃO E MAL TINHA TABLATURA.

A maioria das tablaturas completas são pagas, e quando não são pagas, estão cheias de acordes. Muitas inclusive são seguidas por percussão (os acordes), outras tocam a melodia. Mas maioria disponível são aquelas básicas. Pois, não tem tanta tablatura assim. Só que você já deve ter notado, que a partitura (usada para piano) serve para violão, não sabia?

Pois é aí que você tem que pensar em tocar violão de ‘verdade’. Tablatura é o equivalente a andar de bicicleta com rodinha. Ela não serve para sempre. Serve para te acostumar ao instrumento. Com um pouco menos de 3 semanas de práticas, eu já sabia passar música do piano ou outro instrumento para o violão, e das poucas tablaturas que achei (30) eu pude converter isso em 200 músicas. Bem é um salto e tanto.

Em parte porque sou pianista e tecladista, então a leitura da partitura já faz parte do cotidiano. No artigo anterior mesmo mostrei como passar a música do Horizon Zero Dawn para o violão. Vai por mim, não tem essa tablatura de graça. E maioria dos novatos ao violão, não sabe nada de teoria musical, pegam o instrumento pensando que vão fazer uma serenata que fazem as donzelas suspirarem de paixão. Mas no final ficam frustrados.

VIOLÃO E TEORIA MUSICAL.

A grande maioria que vai por conta própria, quase não possui teoria musical. Quando possui, é a mais básica possível. Só tem noção das 7 notas musicais. Violão não é um instrumento fácil. Apesar de ser popular, ter rodas de amigos, ser usado em muita coisa, ele continua sendo um instrumento díficil. O problema piora quando a pessoa que não tem teoria musical, insiste em aprender acorde antes de passar pelo básico.

Acorde é um campo harmônico que já exige da pessoa um nível de conhecimento e domínio do dedilhado bem acima da média. A maioria com certeza não tem esse jogo de cintura já compreendido. Todos os acordes padrões são pressionados por 3 dedos e alguns por 4 dedos e ainda tem o método da pestana, que é segurar uma coluna de casas nas 6 cordas, e usar os demais dedos para montar os acordes.

Então eu digo – “PARE”. Você não está neste nível ainda. Acordes é para depois. Você precisa trabalhar primeiro a melodia. Corda e pressão por casa. Trabalhar banger, hamming e slide. Entender partes do violão e fazer as músicas mais simples. Treinar todo dia e estudar a teoria. Não é nem possível progredir sem isso. Há quem ache, mas nunca saem do mesmo ponto.

Quando se estuda a teoria musical você já consegue por exemplo pegar partituras de outros instrumentos e converter para tablatura (só pra ínicio) ou mesmo tocar direto na partitura.

CRENÇA DO VIOLÃO POPULAR.

Como eu disse ali na teoria, as pessoas acreditam que como o violão é um instrumento popular ele é equivalente a facilidade. Embora ele não seja o instrumento mais difícil, ele não é o mais fácil. Piano é categoricamente mais fácil. Não se compare a executar peças de Vivaldi, Charlie Debussy, Mozart, porque estamos falando de prática.

Mas você consegue tocar por exemplo, a música do The last of us (série e game) com muita mais facilidade no piano do que no violão a primeira vista. Violão é preciso ter alguma certa prática no dedilhado. E no piano, você tem mais chances de ter as teclas as sua mão. Ainda é preciso prática, mas comparado, ele é mais fácil.

Daí acredito que as pessoas prefiram o violão, porque você o nota como um instrumento muito presente no dia-a-dia. As pessoas elas assistem os seus artistas que tocam entre violão e guitarra, muito mais do que assistir um pianista. E quando assiste, estamos falando de grandes compositores como Hans Zimmer e dali em diante, e mesmo em concertos. Aqueles clássicos. Com orquestra e tudo.

Mas a maioria das pessoas tem um contato com mais facilidade do cantor com o violão. Em bares com música ao vivo, é mais corriqueiro, violonista e guitarrista, e mesmo tecladista. Mas é muito mais o violão do que o piano. O Violão é visto como uma marca, no Brasil, um instrumento nacional do lado da bateria, do pandeiro e da corneta (ou a vulgo, vuvuzela). O próprio apito. Mas o violão é corriqueiro no dia-a-dia.

Então essa visibilidade persistente nos proporciona, que ele é tão presente. E isso engana. Porque ao olhar o seu artista, você pensa, que como ele, você também vai sair tirando um som. E isso não é bem uma verdade. Você pode aprender, mas não vai fazer um recital e nem um mini concerto de bossa nova. Não é assim.

Violão ele é cordas vibracionais e tensionadas. O dedo distante do traste já gera um desafinado. Então a disciplina e a cadência se fazem muito necessárias para tocar violão. E isso você não consegue em menos de 6 meses. É todo dia, dedilhando e fazendo música. Até seu cérebro entender como é que funciona. Depois de dominar o basicão, você começa a ousar a aprender acordes para tocar algumas coisas.

Começa com C, G, depois vai de um tom de maior para menor. Brinca entre eles. Depois procura partituras em que somente um grupo de acordes que você aprendeu aparece, para você ter mais fixação. E ficar nessa meses. Depois que você tiver aprendido muito bem acordes e juntamente da teoria musical, você vai ser capaz de começar a ter aquela sensação de tocar uma boa música. Até lá, é estudo atrás de estudo.

E a maioria desiste bem antes do tempo. Com ou sem aula com professor. Por conta própria a desistência é enorme. Com o professor, você só posterga, mas desiste também. Porque pensa que é só tocar a corda e tudo bem. Não é bem assim.

TOCAR INSTRUMENTO POR SI SÓ NÃO BENEFICIA, VOCÊ PRECISA USAR O SEU CÉREBRO.

Enquanto eu procurava por partituras que fossem necessárias para converter para tablatura ou diretamente delas. Eu via uma conversa entre aspirantes violonistas, que procuravam um conversor em formato de app (aplicação). Não faça isso. Se você quer aprender violão não use um sistema que facilite essa ‘tradução’, ou como eu disse, você não é um músico, é apenas quem pressiona uma corda ou tecla.

Você nem sabe que nota você está tocando. Só está seguindo uma sequência de casas. E você não treina a cabeça. E sobretudo, não tem os benefícios que estudar música lhe proporciona. Porque estudar música não é ouvir o som. É estudar a estrutura, é analisar o tempo, é identificar as oitavas e os tons. É essa parte que treina nosso cérebro. Se você vai tocar um instrumento e faz uso de aplicativos que automatizem esse processo e remove da sua frente, a possibilidade de estudar partituras, você está ganhando ZERO benefícios.

Tocar música não é o mesmo que ouvir música. Se fosse assim, bastaria você ligar um podcast, ou playlist ou spotfiy e deixar os benefícios virem. Mas não é isso. Tocar música, não é pressionar tecla. É estudar tudo o que tem para reproduzir uma música em um instrumento musical. Talvez você nem saiba que o violão é um instrumento melódico, que por percussão, que ele pode fazer, se vale dos acordes, mas ele está mais próximo do teclado do que do piano.

Que é bem provável que você tenha que estudar mais clave do sol do que clave do fá ou dó. No entanto se você entende que estudar música é apenas tocar instrumento sem perceber nenhum desses detalhes, você não está sendo beneficiado em aumento de qualidade de vida em nada.

Aquela recomendação de aprender um instrumento musical, não vai funcionar. Quando se fala de matemática, não estamos falando apenas do tempo, e sim da tonalidade, do pentagrama da partitura, da máscara, dos acidentes musicais, da escala, das oitavas, da composição harmônica e assim em diante.

Violão (1) – Aprendendo os primeiros passos por conta própria

Violão é um instrumento de corda tensionada onde cada um se refere a uma oitava seguido das notas primárias da música (A B C D E F G) e essas cifras se referem a LA SI DO RE MI FA SOL. Diferente o piano, e vou inúmeras vezes fazer essa comparação, mas não para ‘aumentar ou diminuir’ mas para fazer média de teoria musical, é que temos uma versatilidade um pouco mais ‘complicada’ por parte do violão.

Aprender violão seja com professor ou conta própria precisa atender a quatro princípios que precisam seguir em seus treinos:

  1. TREINAR SABENDO AS CIFRAS SE BASEANDO EM PARTITURAS E NÃO TABLATURAS;
  2. NÃO DECORE, ENTENDA ONDE FICA O QUÊ;
  3. TREINO DIÁRIO, NEM QUE SEJA 30 MINUTOS POR DIA;
  4. ESTUDE TEORIA MUSICAL.

E sobretudo é o que eu mais vejo, não vá aprender ACORDES sem entender o fundamento. Primeiro você conhece o instrumento. Vê o som, dedilha, pressiona as casas no traste, vê onde fica o quê. Faz melodias de cabeça. Compreende a diferença entre melodia e percussão. Quando você compreender o básico do violão, então começa a aprender o acorde.

O que eu mais notei, em vídeos e ou em conversas presenciais com pessoas que volta e meia mencionam que estudam violão, é que elas sentem dificuldade em fazer os acordes, tanto como manejar a mão e como entender os acordes. Ficam na decoreba. E você não deve decorar. O Violão diferente do piano, não tem uma referência óbvia para tecla branca e preta. Então sustenido e bemol ficam um pouco confuso.

Daí as pessoas adotam a tablatura. Que ela não parece exatamente saber onde fica qual nota, é só seguir o gabarito visual. Mas o problema é que você também não pode usufruir das partituras, que são em maior escala, disponíveis do que a tablatura. Em muitos casos está em formato de acordes, sem muita orientação. Então eis um plano:

  1. IDENTIFICA AS CORDAS (DE CIMA PARA BAIXO) E B G D A E sabendo que cada um delas é uma oitava, equivalente a subida do PIANO do GRAVE para o AGUDO (depende da referência de subida e descida);
  2. O E que é MI não pode ser tocada como uma livre nota como MI, para realizar o MI com tonalidade equiparável você deve tocar a corda (oitava) e tocar a nota no traste;
  3. Por exemplo a segunda corda que é o B (SI) já começa na primeira casa no DÓ, a segunda casa é o DÓ# e assim vai.

O macete é colocar em cada casa um círculo branco (adesivado ou pintado) onde se encontra o DÓ (ou colocar até dois pontos por grupo de nota para vocÊ ter uma ideia de onde estão as notas. Porque essa orientação lhe permite ver até duas notas ao redor da marca.

Por exemplo se você marca o DÓ (você sabe que o anterior á ele é SI, que anterior á esse é LA, que o seguinte ao dó é dó# e logo em seguida é o Ré. Se cada dó está marcado, você tem um mapeamento visual melhor que ir na tablatura. Porque inconvenietemente você vai esquecer as cifras e vai ficar travado em algum momento.

Outro ponto da teoria musical é que acorde não é uma formação aleatória. Cada acorde segue uma versão. Por exemplo, o DÓ é C E G (DÓ, MI e SOL), entenda que esse acorde é o mesmo do piano e violão, mesmas notas, atendendo as escalas de ambos os instrumentos. Por isso que normalmente você vai ouvir uma coisa sobre piano em comparação á outros instrumentos:

  • Piano uma tecla é uma nota completa seguindo uma escala de oitava de grave para agudo ou vice-versa pela referência.

No caso do violão, tem variações por razão dessas cordas, o que o torna ‘artificialmente’ versátil e altamente complexo (piano) tem uma segunda variação do acorde DÓ que é G C E (parece igual) mas a combinação é feita diferente. A primeira está em um oitava só, esta segunda o SOL está na oitava anterior, enquanto o DÓ e MI estão na mesma oitava seguinte.

O MESMO ACONTECE COM O VIOLÃO. Daí você pensa, nossa que complicado. Preciso memorizar isso tudo. Não precisa e nem deve. Ou você entende o acorde e como ele se forma e porque há diferentes tons, ou você realmente vai pensar que violão é osso de aprender.

TIPO DE VIOLÃO, MATERIAL E RECURSOS.

A maioria recomenda as marcas Geaninni, Giorbo e Yamaha, mas toma cuidado eles são caros para iniciantes. Tem um som, mas tem outras marcas que bate nesta questão melhor e mais custo e benefício. Quando fui comprar um violão, eu me deparei com essas marcas, todas com o valor acima da média, para quem queria só entender o instrumento, é um custo absurdo. O Geaninni acústico (se chama assim) porque ela não usa o amplificador do PC como caixa de som e sim o corpo do violão (ao natural) custa em média 500 reais.

Giorbo uns 1.200 e Yamaha varia de 800 – 1.200.

Eu comprei um da marca Izzo, modelo Winner (12631) com 19 fretboard (casas) o som acústico. Mesma qualidade de som de um Geaninni de 500 reais e de um Yamaha de 1.200 (o que bate no preço aqui é a marca e não a qualidade do som) do tipo nylon, onde o som sai aveludado. Se você se sente corretamente, a acústica favorece bastante. Eu comprei esse violão por 400 reais, na loja oficial vende por 350.

Só precisa do violão e você. Se comprar um elétrico\eletrônico, toma cuidado, a acústica dele fica prejudicada. Pois como ele usa as caixas de som do PC, o violão tem menos performance para batidas ao modo tradicional. Prefiram o acústico porque vai depender do seu toque (e é só usar um abafador natural (como uma parede ou cadeira) para fazer ressonância do som.

NOTAS COMPLEMENTARES.

O que eu vou falar é preciso ser compreendido muito bem. Diferente do piano, violão precisa de uma corda pressionada para gerar o som. O piano em mecanismo funciona com um martelo batendo nas cordas, você toca uma tecla que automatiza essa operação. Mas imagina se você tivesse que pegar um martelo em bater em dois fios para gerar um som de complemento, como seria complicado tocar certas músicas?

Deve ter notado que se faz mais esforço para tocar certas músicas em violão do que a mesma no piano. E se a do piano, muitas vezes parece sofrer um corte quando vai para o piano. Violão tem o mesmo mecanismo de funcionamento do teclado. A percussão é automatizada, através de acordes, somente tem dedilhado no piano. No violão é complicado fazer isso.

MELODIA E PERCUSSÃO.

Essa é a parte importante. Quando estudei teclado eu lembro que tinha músicas que não davam para ser adaptadas fielmente para o teclado. Era preciso ter um corte substancial da música. E parte do que sobrava era praticamente a melodia principal. E a base da percussão se dava pelos acordes. No piano, a mesma música trazia partes que nunca vira no teclado.

A música do Twin Peaks possui por exemplo uma intro, que podemos definir como aquela que vemos a placa da cidade e uma tomada área do local. E parte dessa música tem o tema de Laura Palmer. No teclado, ela vai direto para a melodia principal. No piano ela toca tudo que tem na trilha. O violão toca exatamente o mesmo do teclado.

Por quê? Violão tal como o teclado, tal como a flauta e violino, se focam no conceito da melodia. Aquele trabalho de construção da música, do clímax sendo trabalhado, isso é o piano que consegue fazer. Nós temos na partitura duas claves: Sol (Melodia) e Fá (Percussão). Violão não tem ‘FÁ’ ela tem o que o teclado tem, ACORDE.

No Piano você tem uma estrutura de dedilhado que permite ACORDES, dedilhado, submelodia e acompanhamento. O que permite você criar o som que vemos originalmente na fonte. Essas outras congregam o som em um só espaço. Você vai entendê-las, mas vai perceber que foram abreviadas. E esse entendimento do violão é importante.

Se você quer criar uma música por completo, o violão já se torna inviável tal projeto. Violão por exemplo é bom para bater na questão vocal (justamente por se tratar da melodia), mas não serve para criar percussão. Normalmente ela vai acompanhar um conjunto de percussionistas. Ou então acompanhar melódicos.

A parte principal é entender que parte da música não vai acontecer, é isso que é preciso compreender sobre o violão.

Pílula de Marketing (100) – O que um violão nos ensina sobre Marketing?

Sou muito adepto do ensino que nos leva a comparação do dia-a-dia. Aprendemos melhor, fixamos e consigamos aplicar sem muitos delongas. E com a nossa série educativa de Pílulas de Marketing chegando ao número 100, queria trazer mais uma definição o que é Marketing, com em muitas ocasiões fiz, para de alguma forma, vocês possam aprender o Marketing que se aplica no mercado há inúmeros anos. Vamos lá!

Há alguns artigos escrevi como que o piano poderia ajudar na estratégia de Marketing, fiz isso com o Xadrez e até com o famoso jogo de cartas americano, Magic the Gathering. E agora quero trazer ao instrumento tão popular, o violão. E como ele se equipara o que podemos entender sobre Marketing. E claramente vou colocá-lo em uma posição…complicada (risos), porque o violão aparentemente popular é um instrumento bem complicado de aprender também.

Há exatos ou quase 30 anos, comecei a estudar teclado e neste período (mais de 15) piano e o efeito comparativo de ambos nos oferecem uma visão do que significa MARKETING e a ausência de MARKETING. O Piano será com o Marketing e o Violão será sem o Marketing. E quero deixar bem nítido um detalhe, esses usos comparativos lhes darão uma visão mais próxima dessa infra-estrutura.

PIANO E TEORIA MUSICAL – MARKETING E CIÊNCIA DO CONSUMO.

Piano tem uma das teorias musicais mais fáceis de todos os instrumentos que vocês possam encontrar, claro que em nosso artigo, iremos fazer contraponto com o violão, mas comparado, ele possui uma integração melhor.

Se não ouviram ou leram, digo que o piano é considerado um instrumento completo (percussão e melodia) e com notas completas (sem a necessidade e auxílio de acordes ou dedilhados para formas uma nota só).

Se você quiser tocar a música tema de Man of Steel por Hans Zimmer, fará igual ao que está no filme. Isso muda um pouco se optar por uma flauta por exemplo, ou teclado, ou mesmo violino. O som é claro, é á gosto. Mas a execução terá alguns cortes e adaptações.

Violinos possuem um sutil som agradável, tem música que realmente nele tem um gosto especial. O mesmo se fala da flauta, violão, teclado, baixo e etc. Mas nenhum deles de fato toca uma música com mais leveza e simplicidade que seria um piano.

Quero engrandecer aqui o instrumento, mas sem fugir da regra que essa é a realidade. Não importa se você adora outro instrumento, ele terá uma descompensação (não no som) e sim na infraestrutura da partitura.

Por exemplo, piano tem a clave do sol e . Teclado só tem da clave do sol e uma repetição de acordes (chord) no que seria o espaço da clave do fá. Mas você não ‘aprende’ assim, por este mínimo detalhe, muitas músicas devem ser adaptadas da partitura do piano para um teclado, e a música ‘meio’ que se perde. No teclado é comum só tocar a melodia e não todo o repertório, por exemplo.

Marketing é uma construção complexa, mas enxuta. Ela consegue ter simplicidade nas ações, porque ela foi trabalhada para ser um instrumento de inteligência de mercado completo. Como o nosso piano é. Se você tenta usar o teclado como piano, vai sair o tiro pela culatra. E é o mesmo que usar um caminho alternativo do Marketing.

Achando que o barato vai ser uma boa ideia. Quando falo barato, não falo apenas do custo e sim achar que no lugar de tentar entender tudo que o Marketing representa, você quer cortar caminho sem usá-lo, mas ‘criando’ uma gambiarra.

VIOLÃO E TEORIA MUSICAL – TRUQUES DE INTERNET E PSEUDO-MARKETING.

Como eu disse não tenho a mínima intenção de usar o Violão como exatamente a ausência do Marketing, desprezando o instrumento, não, mas para efeitos comparativos, o Violão representa diante do Piano uma enorme diferença de teoria musical. Seria o mesmo que pegar um truque de internet, mas não adotar o Marketing para comprêende-lo e querendo ter os mesmos resultados de quem aplica o Marketing. Vamos ver por exemplo o do violão.

Para fazer o dó do violão, você tem que alinhar as 6 cordas do instrumento, e saber que aquele braço cheio de retângulos define como tons. Ao tocar as cordas e ao pressiona-las você consegue tons. De cima para baixo temos (E, A, D, G, B, E) que significa MI, LA, RE, SOL, SI, MI e com essas pressões nas cordas ao longo do violão, você altera o tom e obtém outras notas (por padrão, o violão não tem DÓ, FÁ) e nem os sustenidos e bemóis, a não ser que você “pressione a corda”.

Detalhe que estamos falando de uma nivelação de tons por oitavas, sim aqui começa a complicar. Vamos a teoria primeiro.

TEORIA MUSICAL BÁSICA.

Todo instrumento musical, quer seja ele, tem tom, semi-tom, micro-tom e oitavas (tons mais agudos e graves) e algumas famílias de tons por oitava. No piano e teclado é só seguir para direita ou esquerda. Nos demais instrumentos isso depende das regras básicas do instrumento:

  • Flauta é preciso soprar mais forte ou mais fraco para subir ou descer a oitava;
  • Violão é preciso pressionar a corda ao longo do braço para subir e descer a oitava;
  • Violino depende da pressão e arrastar da lâmina;
  • Violoncelo e baixo tem um funcionamento parecido com violino e violão;
  • Clarinete e flauta transversal igual a flauta doce;
  • Harpa parecido com um violão só que há outras formas de controlar os tons.

E como disse o piano e teclado já possui o mecanismo simples de mudar a mão de grupo para cima e para baixo sem a necessidade de ‘trocar’ chave, aumentar sopro ou pressionar corda. No teclado não faz diferença a pressão ou intensidade da tecla, no piano é uma outra história.

Além disso, cada um desses instrumentos possuem uma variação de notas musicais e a combinação delas gera uma nota completa. No Piano basta tocar o DÓ e terá o DÓ. No violão não é bem assim. Na Flauta o dó corresponde as todos os orifícios vedados. Vou trocar por miúdos, no piano você toca dó para representar dó, uma tecla. No violão você pressiona várias cordas para obter o mesmo, portanto você toca mais notas para representar uma.

Menciono que tirando piano, você ora tem um instrumento de percussão ou melodia, quase nenhuma vez é os dois. Por exemplo, o violão para gerar percussão junto da melodia é são uns 500 para um lado e 800 para o outro. Para tocar a mesma música de piano para violão, você vai notar que o pianista vai ter parte da músicas ao alcance das mãos, e o violonista vai ‘tocar’ mais para obter o mesmo, parece que ele está tocando mais e enriquecendo, mas ele está tocando mais para tocar o mesmo.

Há também o fator tempo: Piano você consegue obter mais ‘performance’ em pouco tempo (Tocar uma Moonlight Sonata, Clair de Lune, Vivaldi – Primavera, Pachebel – Canon) do que fazer o mesmo tocando outro instrumento. Vai levar uma diferença de anos, de um para o outro.

Mais um fator: É a combinação, em piano você toca mais de 10 notas e consegue criar um background de coro que além de enriquece a percussão e a melodia, você levaria o dobro do tempo para conseguir o mesmo em qualquer outro instrumento. Por exemplo, tocar a música intro do Stranger Things é diferente entre piano e flauta, piano e violão.

COMPARATIVO – PIANO \ VIOLÃO – MARKETING \ SEM MARKETING.

Com o Marketing (Piano) temos um conceito completo de ciência que analisa o comportamento do consumidor fazendo uso da psicologia, da sociologia, antropologia, neurociência, ciência correlatas humanas e algumas conexões entre outras ciências (políticas, econômicas e etc). Tal como o piano que é um instrumento pleno e capaz de trazer o som completo. Não temos algo que falte em Marketing, que o próprio não tenha.

Quando pegamos um Violão (Sem Marketing) temos uma leva diferença de performance. Teremos algum resultado parecido? Lembra que falei que os sons diferem e a infraestrutura difere, mas todos eles resultam em música (o resultado por ora é igual), mas o som contrasta gerando uma música diferente entre os instrumentos, portanto o resultado não é igual.

É diferente ao seu modo. E por isso não faço menção a ausência do Marketing usando o Violão como um aspecto negativo, ou violão sendo um instrumento ruim (pelo contrário, não é), toque Zora Domain de Ocarina of Time com ele e verá o que eu digo. Agora toca Zora Domain em Piano. Você vai ter um no aspecto da melodia e outro no aspecto mais completo.

Vai produzir música, mas serão experiências diferentes. Com o Marketing e sem o Marketing temos exatamente esse ‘problema’. Com o Marketing sabemos o que o nosso público quer, sabemos qual é o nosso público, temos uma concreta certeza do que precisamos vender para ele, como vender e como fidelizá-lo, ainda sabemos o que o faria não comprar com a gente, e temos como contornar esse cenário.

Sem o Marketing, parte das suas estratégias envolvem mais do ‘Acerto e Erro’ do que a análise sem vínculos de riscos que o primeiro caso nos permite. Você consegue por exemplo, pegar uma partitura de flauta e tocar no piano.

O contrário nem sempre é possível. Uma parte será deixada de fora, pois o instrumento não consegue tocar tudo aquilo. Quero dizer, que o piano vai tocar sem sombra de dúvida qualquer partitura que encontrar, o Marketing vai resolver qualquer situação que encontrar através do plano e da pesquisa, a flauta não consegue tocar tudo que o piano toca, isso quer dizer, que sem Marketing você tem uma limitação de possibilidades e está vulnerável a ter que ‘arriscar’ para entender o contexto.

CONCLUSÃO.

Marketing não é uma opção. Não é um recurso que você tem na caixinha e resolve usar. Não é algo que você olha e pensa como um investimento externo e especial. Marketing é o que faz o negócio existir. É o que transforma a ideia do papel em algo concreto. É o que faz você saber para quem e como vender. Não há como não ter. É o mesmo que criar uma máquina de fazer bolos sem um motor e uma pá para fazer os bolos. É uma carcaça que não serve para nada, sem isso.

Marketing não é um investimento que você acha caro. Você não acha caro criar um negócio que envolve infraestrutura, logística, pessoas, recursos, cenários e influências controláveis e não controláveis, itinerários e ideias. Tudo isso gera um custo. E gera um custo calculado e retornável, se você sabe como aplicá-la. Todos concordam? E quem faz isso? Quem é o responsável por saber como as pessoas devem se comportar, como os recursos devem ser aproveitados, como a logística pode melhorar, como a infraestrutura pode ser montada?

Marketing olha para o conceito de otimização, ele trabalha dois pilares: Reputação e Recepção. A primeira permite uma pessoa olhar para você e decidir comprar. E a segunda é o que essa pessoa pensa dessa relação. O posicionamento do público em relação a marca (de forma social) e comercial. Marketing não é uma venda, ele promove uma venda, mas não é venda.

Marketing não é publicidade, ele trabalha com a publicidade, fornece informações e coleta através do que a publicidade também recebe como resultado. Marketing não é propaganda, como publicidade, propaganda é construída pelo que o Marketing deduziu ou concluiu de suas pesquisas. Marketing não é uma operação de atendimento, mas otimiza uma. Marketing não é um departamento, é um plano que cobre a empresa inteira.

É preciso sim de um profissional que comande essa operação. Mas não é algo que você ‘pode’ optar. Não é possível, simplesmente não é. Não é uma imposição desse que vos fala. Apenas que é a realidade. Sem Marketing não existiria a Coca-Cola, nem Burguer King, nem Netflix, nem Steam, nem Youtube, nem coisa alguma. Não é uma iguaria, nem uma relíquia. Marketing representa dois órgãos humanos: Coração e cérebro.

Coração não apenas ao sentimento, a emoção, e sim a bombeamento do sangue que faz o negócio existir. O cérebro representa a própria inteligência. Quando falamos de inteligência de mercado, acredito que muitos pensam em algo que possa ser ‘acionado’ em um momento específico, como um bônus. Uma ativação de turbo. Mas não, é inteligência, é algo que você tem que usar o tempo inteiro. Você usa o cérebro para tudo, por 24 horas e 7 dias por semana.

Você usa o cérebro de forma voluntária e involuntária: Mexe as mãos quando quer, mas seus órgãos operam segundo o itinerário do corpo, o coração bate, o sangue circula, a digestão ocorre sem que mandemos, tudo tem como coordenação o cérebro. Se ele para de agir, seu corpo para. Tanto que para assuntos clínicos, é dado sem resultados, a morte do órgão, é dado como oficialmente a hora do fim.

Pense, você só usa a inteligência uma vez ao dia? Você usa o tempo todo. O Marketing é a mesma coisa. Espero que vocês tenham gostado deste artigo. Não se esqueçam de seguir as redes sociais da Junqueira Consultoria, assine nossa Newsletter (siga aqui no Linkedin e siga no Mundo Pauta) e o canal de Youtube.

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