Piano (1) – Como começar a estudar sozinho?

Sozinho, quer dizer autodidata. Sem professor, coleta de algum material e produzindo sua própria didática. Apesar de conceituar que é possível, posso afirmar que é desafiante. No entanto, não sou exatamente um exemplo de pessoa que fez o trajeto sozinho, estudei por 14 anos música e teclado. E Piano é um teclado erudito e sofisticado. E há um salto, quando tratamos de:

  • Tempo;
  • Clave de dó e fá (que é inexistente da forma que o piano tem para o teclado);
  • Músicas fieis ao original quando para piano, adaptados quando para teclado;
  • Partitura tem uma similaridade próxima, uma vez que há elementos que só piano tem.

Mas meu professor não era formado em teclado, e sim em piano. Apesar de ter aulas de teclado, a didática era de piano. E curioso, eu estudava teoria musical do piano, partitura e treino de escalas e cifras. A mão esquerda do teclado representa como tal o piano, a harmonia, percussão ou acompanhamento.

Apesar do piano compartilhar dos acordes, ele compartilha do dedilhado e de um conceito mais complexo. Que torna a dinâmica da canção rica e prazível. Tal coisa que no teclado fica apenas na agilidade e suprimido formato. Eu gosto de teclado, mas tem coisas que só piano é capaz de fazer. Toquei músicas que no teclado era apenas a parte da canção, no piano você descobre que a música é 3x maior.

A música do Gollum Song é relativamente pequena no teclado. No Piano é uma trilha longa. Pois que os detalhes, somente o ancestral do teclado é capaz. Dado essa complexidade, o piano se torna um instrumento trabalhoso. Mas quero dizer que não espanto todos a dizer, que trabalhoso não é impossível. Consequentemente você concluiu isso também. O foco fica no aprendizado. Embora não exclua que piano é um trabalho de disciplina, resistência e marcialidade. Vamos falar de 5 tópicos que servirão para você começar a estudar sozinho.

  • Tempo de treino;
  • Tipo de treino;
  • Repertório;
  • Tipo de música ou canção;
  • Teoria musical.

TEMPO DE TREINO.

Treinamento exige paciência. Se você nunca tocou um instrumento musical, o seu conhecimento é nível básico. Tudo parece difícil. Parece que nunca vai conseguir tocar um moonlight de Bethoveen ou um Claire de Lune de Debussy, ou um Temple of Time (Ocarina) de Kondi. Mas todo bom pianista começou com dedilhados. Pois que veremos no tipo de treino, que temos que exercitar a sincronia dos dedos.

Treinamento é diário. Não tem essa de treinar 2 horas 1x por semana. É como uma maratona. Para correr 45 km e manter o fôlego. Você treina aeróbica, musculatura e mente. Não existe um dia que essa filosofia não aconteça. A dieta tem que estar em dia e a disciplina deve seguir uma agenda. Se você bobear um dia, estando no começo, é estaca zero. Com o piano é do mesmo jeito. Se você acha chato não ter tocado uma música sequer nas duas últimas semanas, é porque você acreditava que tocar música no piano era feito com pouco esforço.

Não confunda esforço com sofrimento. Muitos confundem. Esforço é dedicação, estudo, ordem, disciplina e aprendizado. Como nível básico, seu aprendizado ainda é o mais superficial de domínio. Como principal deve pensar que quanto mais você treina, mais fácil fica. Então eu recomendo você ter um diário (físico), lápis, caneta e borracha, e anota o que você fez hoje. E vai comparando com o tempo. Assim terá noção do que você sabia antes e o que sabe agora.

Treinamento não pode ser um crossfit. Fazer muito de uma vez. Precisa fazer um pouco de cada vez, diariamente. Então para começo de conversa. Estude todos os dias, uns 10-15 minutos. Tanto a prática da música como a teoria musical. Tipos de notas, clave do sol, dó e fá. Escalas, cifras, tempo, máscara, acidentes (sustenido e bemois) e assim por diante.

Quando estudava nesta escola de música, eu tinha 2x por semana aula, mas estudava todos os dias sem exceção.

TIPO DE TREINO.

Não vá querer tocar música, em especial aquelas cabeludas de difíceis. Eu sei que a ansiedade é grande. Mas treinar técnicas, dedilhados, é o beabá de tocar concertos. Você não toca isso se não treinar. Os tipos de treinos que você precisa enfatizar são:

  • Treino de sincronia com as duas mãos;
  • Treino de assimetria (Mão rápida com mão lenta);
  • Treino de agudos e graves;
  • Treino de técnicas (Arpejos, unidas, mon gauche, toque livre etc);
  • Treino de ouvido (entender o tom);
  • Treino de pedal (Pianíssimo, abafador e sustentação);
  • Treino de tempo;
  • Treino de cover (Fazer a trilha no lugar da original, de forma simultânea a produção);
  • Treino de arranjos e composição;
  • Treinos de escalas (C maior, F menor e etc).

Aqui você aprende manobrar as mãos com músicas em que mais de 2 oitavas são usadas, execuções que exigem fôlego e resistência das mãos, memorizar músicas; táticas de deixas, rapidez na mão e na contagem e sensação musical.

O que te permite aprender músicas com facilidade, tirar de ouvido e compôr músicas. Tudo que você deseja.

REPERTÓRIO

É uma técnica para lhe permitir ter músicas para acervos. Seja para apresentação, pra tocar em um recital de família, para testar instrumentos quando precisar, para compor um concerto se precisar fazer um. Também é uma forma de você definir o seu gosto musical. Normalmente as pessoas diriam que música clássica, moderna e contemporânea fariam sentido na conjugação. Eu recomendo que você saiba um pouco de tudo, mas dependerá do que tem em mente. É certo que tocar piano é como jogador profissional de xadrez e degustador de vinho, todos tem o ponto em comum o chamado clássico. Faz sentido saber uma música clássica de Strauss, Litz, Bethoveen, Chopin, Bach, Vilvaldi. É um cartão de visitas. Como se diz, o que é bom nunca morre.

Músicas que seguem um ritmo menos ‘weird’ são desejáveis. Mas não estou aqui preparando a pessoa para passar em conservatório. E sim para tomar uma nota do que é possível para ser um pianista que puxe a atenção das pessoas. Ou se quer ser um pianista para si, pegue as músicas que acha que são legais, e estude-as.

Entenda o repertório como assuntos que você tem conhecimento e que seria capaz de abrir um diálogo com as pessoas. Você seria versado em filosofia, antropologia, física, história, literatura. Quanto mais você oferece, mais culto e atrativo se torna. Não é? Então, a mesma coisa se aplica a repertório musical.

TIPO DE MÚSICA OU CANÇÃO.

Aqui não é uma predileção por tipos. Mas que tipos, para assim você criar uma ordenação e compor seu pensamento sobre as trilhas que gostaria de considerar tocar. Vamos a elas:

  • Clássica;
  • Moderna;
  • Trilha Sonora de Filmes;
  • Trilha Sonora de Games;
  • Trilha de musicais;
  • Trilha de comerciais;
  • Composição;
  • Arranjos.

Muito comum as pessoas tocarem Trilha Sonora de Filmes, Games e Clássica. Qual seria o seu gosto musical?

TEORIA MUSICAL.

É a base do aprendizado da música. Consiste em um estudo literário e prático de conceitos que a música se concentra. Tempo, ritmo, tom, abertura, oitava, notas, cifras, escalas, claves ou chaves, acidentes musicais, técnicas, dedilhados, leitura da partitura, partitura, partitura solo ou orquestral, também se aplica a vocal.

Sem teoria musical você não toca música. Tem livros que ensinam a teoria musical e que precisa estar associado ao estudo da prática, senão não funciona. Defendo que a teoria musical é algo que apesar de muito básico para entendimento e introdução ao mundo da música, é algo que nunca para. Você estuda o tempo todo para entender o tempo todo.

Não vou soltar apenas esses 5 tópicos, eles serão orientações. O outro ponto é olhar para a música como um conceito de ritmos e matemática. Quando tocamos a música, não tocamos pensando apenas no som. E sim na construção do som. Tome nota que o seu progresso depende de seguir a risca o treinamento diário com sua curiosidade. É preciso gostar para aprender.

Até para aqueles que precisam aprender porque seria uma forma de ganhar uma renda, ainda existe o conceito sobre gostar de aprender, mesmo que isso possa ser uma agonia. É prestar por um lado que você precisa por uma necessidade. Esta necessidade é o estopim para gostar. Pense na música como um catalisador benéfico que lhe dará a solução do problema que enfrenta. Não é a toa que se fala que a música pode ser uma poesia e nos elevar a luz quando mergulhados nas trevas.

Música é marcialidade, disciplina e educação. E uma arte. Mas seria redundante em dizer, que a parte, porque arte é um conceito pouco explorado e muito visto como um ato deliberativo da imaginação e criatividade. A arte é uma soma da matemática e da expressividade, que engloba nossos anseios sociais e nossa convivência alter-ego. Logo arte é marcialidade, disciplina e educação em um formato menos simples.