Xadrez (4) – Treinamento e Prática

Xadrez é um jogo de estratégia purista, que não recebe influência nenhuma da probabilidade. Mas lida com ela a base do conhecimento que o jogador escolhe ter durante a partida. Isso significa, que diferente de jogos de azar na qual a probabilidade é um agente catalisador e ativo, em jogos de estratégia como Xadrez que não o detém como agente controlador, o jogador pode definir suas estratégias controlando as ações futuras do seu oponente.

Não é de hoje, nem deste último ano, mas há muito tempo que eu detinha um gosto por jogos de estratégia. E quando fui atrás de alguns que estimulassem a característica de RPG, descobri um gosto específico por estratégia duelista (MTG) que eu não sabia ter. Mas também não considero MTG e Xadrez duelos, e sim estratégias onde o objetivo é chegar em um ponto de informação.

Avalio sim que jogos como esses o que menos temos que fazer é de combater o oponente. Levamos em questão que derrotar um adversário é bem mais complexo do que responder a questões do tabuleiro. À fornecer respostas aos problemas é bem mais simples e divertido. Estimulante e um exercício sem igual ao nosso cérebro. Assim podemos considerar um jogo que trabalha o raciocínio, paciência, memória e visão tática\estratégica.

No último dia de 2020 comprei um tabuleiro de xadrez, não foi o meu primeiro, mas muito mais sofisticado do que os já tive. E faço questão de todos os dias joga-lo. A mente se adequa, que nem aquele ditado de Albert Einstein, quando a mente se abre ela não volta fechar. Sua cabeça se acostuma e começa a ficar ágil. E devo dizer que muitos anos de jogos de estratégia, com um intensivo de MTG por 366 dias, fez com minhas habilidades ainda precoces em Xadrez não fossem banalizadas.

Estou mais atento, consigo perceber oportunidades em futuros turnos e fazer jogadas com a consciência de obter informação mais exata. Assim garantimos a vitória no Xadrez. Ela depende de como nós nos preparamos. E sim, estamos sempre aptos a fazer escolhas que irão impactar nossa jogada e a do nosso oponente. Diferente de um jogo de azar.

Durante o período de jogatina com MTG, eu sentia que menos pensava e mais deduzia o que seria bom naquele momento ter nas mãos. Uma carta com condição de vitória. Só pensava em estratégia ou até mesmo pensava, quando minha mão era favorecida. Pelas tantas vezes que isso acontecia durante a jogada, eram poucas vezes que eu pensava. Em Xadrez você pensa continuamente na sua e na partida do seu oponente. É um jogo que mantém as engrenagens se movendo sem parar.

Alguns números comparativos (Xadrez vs MTG):

  • 1 Partida de Xadrez sem ser campeonato pode durar em média mínima de 3-4 horas ou até dias (máximas);
  • 1 Partida de MTG ou jogo B03 (pode durar 2 horas) considerando 3 partidas, nunca será em dias;
  • Xadrez você pensa a longo prazo, pensa antes de iniciar o primeiro movimento e elabora táticas sempre turnos à frente;
  • MTG você pensa no momento (curto), não tem o que pensar antes do primeiro movimento e elabora táticas sempre que tem alguma chance de criar danos ou oportunidades;
  • Xadrez você tem 315 bilhões de formas de mover os 4 primeiros movimentos, e depois de 10 lances você tem 170 trilhões de combinações possíveis;
  • MTG você não tem ideia de quantas as possibilidades e nem as combinações, nem medir quando isso ocorre;
  • Xadrez você tem o pleno controle;
  • MTG você não tem controle;
  • Xadrez é movido pela habilidade do jogador;
  • MTG é movido pela sorte do jogador.

Quando temos uma predisposição a gostar de certos jogos somos intransigentes a críticas. Então é normal que se você ler essa parte do artigo, não goste da ideia que em MTG a sorte lidere a suas chances. E que com certeza seu argumento será – “A pessoa não sabe fazer deckbuilder”. Mas o buraco é mais embaixo. MTG é um jogo eventual de estratégia que nos permite desenvolver a habilidade de resolver cenários improváveis, Xadrez é um jogo de estratégia nativa que nos permite tomar as decisões que nos levem a vitória ou não.

Ter como medir as combinações e soluções nos faz ter o controle. MTG você não consegue medir isso. E ainda precisa ter a disposição um controlador de probabilidade (decks caros) para ter alguma chance e mesmo assim não garante. Xadrez nos proporciona cenários imprevísveis também, também nos permite criar e inventar jogadas, não….MTG não proporciona. Ele limita.

Sei que o seu argumento seria, MTG é criativo. Se fosse dada a liberdade do conhecimento da informação (quais cartas), poder de controle (tirar a carta que quer), eu diria que a criatividade seria possível. Mas ela é só importante no Deck Building. E nisso consiste MTG, montar combinações que sejam capazes de nos dar uma chance em campo de batalha. Dar uma chance. Percebe?

Levei um ano de estudos para identificar que MTG dependia mais da sorte e do seu poder de aquisição (Deck caro) para ter alguma chance do que a possibilidade do seu esforço pessoal em criar maiores performances e expectativas que dessem pontuações superiores quanto as anteriores. Em MTG você aumenta sim sua capacidade de compreensão e agilidade. Mas não o que mais interessa em uma estratégia, controle. Você ainda precisa ter disposição e grana para comprar o melhor deck.

É como ser um piloto de corrida e depender mais do tipo do carro do que sua habilidade. Ainda que um carro faça uma diferença enorme. Será o piloto capaz de dar ao carro resultados que mecanicamente ou fisicamente se julgam serem imperfeitas e impossíveis antes de qualquer tentativa. O carro pode ser muito bom ou ruim, depende do piloto. Mas faz diferença quando comparamos uma Ferrari com um Fusca. Dependendo do terreno, o Fusca pode ser sair bem em relação a Ferrari, concorda?

Em MTG o valor absoluto é que independente do terreno a Ferrari vence o Fusca. Independente de qualquer vantagem que o Fusca teria, a Ferrari é melhor que ele.

No Xadrez não é bem assim. O Fusca pode ganhar sim a Ferrari. Se ele tiver alguns requisitos atendidos, mas baseado nas decisões do piloto:

  • Terreno;
  • Tipo de pneu;
  • Tipo de motor;
  • Torque para as viradas e Drifts;
  • Tamanho do carro;
  • Queima de Gasolina;
  • Manutenção do carro.

É como o ditado da Lebre e da Tartaruga. Pode parecer utópico, mas um Golias pode perder para um David quando você tem a liberdade de pensar em uma solução. Se for pelo MTG não interessa, o Golias vai vencer o David.

Cabe ter um Deck David Monstro para vencer o Golias Default. Mas basta o Golias Default nerfar e virar um Golias Master e o David Monstro perde. A base da estratégia é que se você tem uma chance baseada em sua autonomia, podemos considerar que não é um jogo de azar. E o treinamento e prática farão justiça para os enxadristas.

Se você leu meus outros artigos de Xadrez e os 64 de MTG, já deve ter notado que fiz uma análise complexa e profunda entre jogos de estratégia e de azar. E que minha primeira pergunta foi de definir se MTG era estratégia ou azar. Saiba que escrevi diversos artigos sobre isso. E que cheguei na conclusão que você depende sim da sorte para disputas em MTG.

E depende do poder de aquisição para ter o controle dessa sorte. E que o seu quociente de esforço é desproporcional a intensidade do poder do deck. É preciso saber operar o deck, então o jogador precisa ter conhecimento das regras e do traquejo das jogadas. Não pode ser um noob. Mas um jogador de 1 ano pode ganhar de um jogador de 10 anos.

Em Xadrez isso pode ocorrer? Com muita dificuldade. Mas pode. Se você tem alguma bagagem também pode ocorrer com muita facilidade. Mas contra um GM (Grand Master) do tipo Gasparov, Magnus, Fischer (falecido), não. Aqui é anos, anos e anos de prática. É diferente de enfrentar um GP (Grand Prix) no MTG. Se você tiver um tempo de jogatina, e é preciso ter, saber os paranauês, e com um deck bom, você ganha um campeão de MTG sem problemas.

Em Xadrez você tem as opções de vitória um pouco parecidas com a do MTG, mas elas seguem um raciocínio consciente, baseado em suas ações conscientes. Então cada jogada, partida, anotação algébrica, turnos, lances te ensinam a aprender sobre. Então quanto mais você joga, ganha ou perda, mais você aprende. Em MTG, durante um ano, o que eu aprendi não foi apenas a jogar melhor. Mas não é difícil de jogar, é ter a probabilidade de ter uma carta favorável para ter a oportunidade de aprender melhor.

É que depois de jogar muito eu aprendi que para não perder é preciso ter cartas muito boas. Então isso independe muito de minha habilidade pessoal. Mas depende do meu conhecimento teórico e prático de como uma carta pode ser usada. As cartas podem ser usadas partindo do conceito daquela função dela, ou podemos inventar outra função para ela. Mas isso depende do seguinte:

  • Desta carta sair;
  • Do Timing;
  • Da margem de erro do oponente;
  • Do combo em sua mão.

São pré-requisitos que dependem da probabilidade. Não temos exatamente um controle disso. E nem temos uma garantia do controle caso tenhamos alguma ferramenta que possa proporcionar o controle do controle. Isso muda quando falamos de Xadrez. Lá podemos pensar em funções diferentes das peças. Você pode ‘rampar’ por exemplo elas. Sabia?

Um peão pode ser promovido ou coroado, ao chegar na última linha oposta ao seu formato, ele pode virar uma Rainha, Torre, Cavalo e Bispo. Ou permanecer Peão. Sabia disso? Você tem todas as estratégias de MTG presentes:

  • Mana Azul (Control) – É a jogada nativa do Xadrez;
  • Mana Vermelha (Aggro) – São jogadas agressivas do Xadrez;
  • Mana Verde (Ramp) – São peças que podem de fato assumir outras identidades ou serem usadas hipoteticmente como outras peças;
  • Mana Preta (Death) – Os Gâmbitos (sacríficios) do Xadrez;
  • Mana Branca (Life) – Quando você salva uma peça sua, mas o seu oponente acaba tendo que sacrificar a dele por algum motivo.

A diferença de MTG para Xadrez é que você pode assumir as cinco estratégias (conscientemente) ou adotar uma delas. Em MTG você pode montar um deck control, mas depende muita da probabilidade de você caracterizar seus resultados em um deck control. No Xadrez, a maior parte do tempo você vai pensar como um Deck Control, seguindo as habilidades nativas dessa mana:

  • Scry (Vidência ou Vigiar) – Analisando os turnos seguintes;
  • Draw Card (Comprar card) – Mover uma peça em um momento oporturno;
  • Removal (Remover ou Anular) – Capturar uma peça chave ou anular as chances de um Xeque\Mate;
  • Desconjurar (Devolver) – Obrigar o oponente a mover a peça para uma outra casa ou recuar;
  • Paralisar – Tornar a peça do oponente inútil.

Percebe? São táticas que existem no Xadrez e que possuem seus devidos nomes e que podem nos ajudar mais a entender como é que um treinamento em Xadrez unido com táticas de MTG nos favorece bastante no aprendizado.

Em Xadrez eu consigo, naturalmente ser Jace Beleren do que em MTG. Nós podemos identificar alguns pontos de tribos da mana azul nas peças:

  • Criaturas com voar – Cavalos;
  • Criaturas Aquáticas (Peças Líquidas) – Rainha, Bispo, Cavalos e Torre;
  • Planeswalker – Rei;
  • Terrenos – Um lance por turno;
  • Criatura Minúscula ou Pool Mana – Peão
  • Ramp ou Nerfar – Peão na última linha oposta sua formaçao.

No Xadrez o Rei é um Planeswalker, como você. Ele não pode dar xeque (atacar) o oponente. Mas ele pode capturar no caso do MTG seria uma espécie de Ultimate Skill. Mas que pode ser usado independente de sua lealdade. Mas comparável ao custo, temos que usar o Rei para colocar em dilema as estratégias. O Rei não pode ser capturado, portanto ele pode ser um pivô entre você e uma pedra no chão.

Ou seja ele invalida muitos movimentos. É arriscado coloca-lo, assim estará a mercê dos xeques das peças Rainha, Cavalo, Torre e Bispo. Mas também é uma peça Coringa. E seria uma criatura Hexproof e Indestrutível se comparado ao MTG.

Dentre os dois jogos, prefiro entreter-me com Xadrez, mas aprender com o MTG, as chances de vitória na estratégia nativa é mil vezes maiores do que se pode imaginar. Nisso consiste o treinamento e prática em Xadrez. Jogar todos os dias, mas:

  • Aliar estratégias de jogos de Azar;
  • Analisar probabilidades;
  • Jogar Sudoku;
  • Estudar táticas de guerras;
  • Manter um ritmo de disciplina em jogadas;
  • Fazer uso do Tabuleiro físico e virtual (Chess.com e Ultra Chess).

Xadrez (2) – Mapeamento de jogadas

Xadrez é um jogo com modalidade estratégica, que falamos no artigo Xadrez (1) e com uma comparação ao jogo de cartas – Magic the Gathering, ao qual passei 1 ano publicando até a presente data 64 artigos sobre minhas experiências. E agora completo esse círculo de mais de 365 dias fazendo um teste de estratégia real e aparente. Xadrez é um jogo que é possível mapear jogadas e tomar decisões com níveis diferentes de informações, algo impossível de ser aplicado ‘trivialmente’ em MTG.

Mapear jogadas é uma forma de analisar sua performance, respostas, reações, ações e o onde acertou e errou. E aprimorar suas jogadas. Em MTG mesmo que houvesse uma forma, uma notação algébrica para entender como o jogo progrediu, seria dispensável, porque a gente não controla a carta que sai. Você não tem esse controle. Então não pode garantir aquela abertura ou aquele progresso.

Em Xadrez existe uma notação que varia um pouco de regra, mas uniformemente ela segue o seguinte:

  • Nome da peça (ação) casa; (Ex. Rd2) – Rei se move para casa D2;
  • Nome da peça (ação) casa: (Ex: Dxa8) – Dama toma peça na casa A8;
  • Situação de xeque: (Ex: Td3+) – Torre faz xeque na casa D3;
  • Situação de xeque-mate: (Ex: Dd1# ou Dd1++) – Rainha faz mate na casa D1;
  • Situação de roque Menor (0-0, roque menor para o lado do rei);
  • Situação de roque Maior (0-0-0, roque maior para o lado da dama\Rainha);
  • Quando o movimento se trata do peão, omite o nome da peça;
  • Em alguns casos a casa de origem para destino são exibidas;
  • As notações são feitas pelos jogadores ou por um software;
  • Quando o peão passa por promoção ou coroação e chega na última linha (a1 = D) da coluna A2 é promovido (coroado) para Dama\Rainha;
  • Regra do En passant (é quando um Peão é tomado por outro peão na diagonal quando este está na casa casa 5 e o outro faz dois movimentos da posição inicial) (exd e.p.)

Símbolos especiais:

SímboloSignificadoExemploComentários
#MateTb8#Torre dá mate ao rei ao ser movida para a casa b8.
+XequeDe5+Dama dá xeque ao rei ao ser movida para a casa e5.
xCapturaDxCDama toma cavalo.
e.p.Captura en passantexd e.p.Peão da coluna e toma peão da coluna d pela regra do en passant.
O-OPequeno RoqueRoque efetuado na ala do rei.
O-O-OGrande RoqueRoque efetuado na ala da dama.
=Promoçãoe8=DPeão da coluna e alcança a oitava fileira e é promovido à dama.

A notação é descrita com o número da jogada seguindo de um ponto de enumeração com a jogada sua e do oponente. Pois representa a ação e a reação. Assim você pode entender quais as respostas dadas. Como funciona por turno você vai perceber quais os momentos em que teve um erro, uma perda de oportunidade, ou uma jogada mestre, ou uma ótima oportunidade. Diferente de MTG que essa notação não faria nenhuma diferença. (Razão pela qual eu classifico MTG como uma estratégia condicional).

Para comentar a partida pela notação:

SímboloSignificado
!Bom lance.
!!Lance brilhante.
?Mau lance.
??Lance péssimo.
!?Lance interessante.
?!Lance duvidoso.
±Vantagem branca.
+/=Ligeira vantagem branca.
+–Vantagem decisiva branca.
± invertidoVantagem negra.
=/+Ligeira vantagem negra.
–+Vantagem decisiva negra.
Posição incerta.

Pode ser considerado esta notação é uma base da informação do SIMX (Sistema de Informação de Xadrez). É onde você vai avaliar quais suas melhores jogadas, pontos fortes e fracos. É assim que s evolui no jogo.

Xadrez (1) – Fundamentos Básicos de estratégia

Base estratégica.

Xadrez é um jogo de estratégia antigo que possui diversos formatos, o mais famoso deles, é o xadrez clássico que lida com um tabuleiro de 64 casas (8×8) com 16 peças para cada jogador atendendo uma regra de limite de tempo por jogada e partida, e regras e vantagens por peças. Não depende da sorte em nenhum momento e exige visão de campo, previsão, paciência e atenção.

Até o artigo 64 de Magic The Gathering, leia sobre o diretório, finalizei (não vou deixar de publicar artigos por lá) que MTG pode ser considerado um jogo de simulação e orientação de estratégia, que se baseia na sorte para obter resultados de vitória ou de derrota. Ao contrário do jogo Xadrez. Que depende inteiramente de sua tática e esquema.

Procurei por um longo tempo no ano passado sobre boardgames de RPG e acabei encontrando um jogo de estratégia (MTG) e dali me inteirei sobre tudo que era material. Agora no final de 2020, acrescento na família, o xadrez. Que já era um velho conhecido. E que esteve presente em mais vezes do que eu posso contar. Todo jogo de estratégia utiliza as teorias de Xadrez para sua aplicação, o próprio MTG quando a sorte permite.

Tabuleiro x Cardgames.

Durante o meu período de 1 ano em MTG, senti que a criação de Decks era a fase mais importante do cardgames. Garantir uma forma de aplicar a estratégia com outra estratégia, conhecida como engenharia de deck. Era enfadonho, continua sendo. Exige pelo menos no cardgames físico ter um poder de aquisição considerável para se ter uma chance na mesa.

É uma verdade que tem que ser dita. MTGA mascara bem isso, porque você aparentemente não precisa ‘pay-to-win’ para tirar o melhor deck. Mas ainda sim há quem gaste ‘money’ real para conseguir os packs necessários. Diferente do físico, no virtual você não tem card avulso. Precisa comprar booster para tirar a carta essencial. E há uns usuários espertinhos que vendem contas com um número incrível de cartas por um valor alto….sim existe já isso.

Apesar de pensar que Xadrez é um jogo elite, nós temos um contrapeso enorme quando analisamos as chances de vitória e como a vitória ocorre. É certo que se você é jogador de Magic há muito tempo, pode vir a discordar dessa visão. Mas decks baratos (Groselha) tendem a ser menos eficientes em jogos de competição. E mesmo que muitos falem que é possível, é uma fala meio ‘for fun’. No fundo todo mundo sabe que os decks mais potentes são os mais caros.

Em Xadrez você não precisa comprar carta, não existe rotação. Você só precisa treinar todos os dias e jogar. Não precisa nem levar o tabuleiro, dependendo de onde você vai jogar. Se for num clube, numa loja, na casa do amigo, no campeonato, você só precisa levar o seu cérebro. Você não gasta nada. Percebe? Os valores dos prêmios de torneios são maiores que o da Wizard.

E embora muitos de fora possam imaginar que jogar xadrez é sopinha no mel (fácil), discordo. Especialmente se você entende de estratégia. Nada em Xadrez é óbvio. Você precisa ter uma atenção redobrada e já pensar em cenários possíveis antes da abertura. Porque você tem que pensar em quais as possibilidades que o seu oponente pode criar diante de seus lances.

Em MTG depende muito da sua mão e isso é que cria a sensação virtual de cenários imprevistos. Na maioria das vezes você precisa criar decks que funcionem como uma espécie de fetch. Cartas que buscam cartas para garantir que alguma estratégia ocorra. Mas as fetchs são cartas caras…caríssimas. Não é muito acessível. Já o Xadrez até para quem não possui muito, basta a tática mental para garantir algum retorno. Por isso citei que apesar do Xadrez parecer um jogo elite ele é ao contrário.

MTG é um jogo muito bom, não dispenso, ele me treina a pensar em cenários desfavoráveis e como lidar com situações beco sem saída. Mas não preza a parte que eu mais me interesso, a estratégia. Ela não depende muito de mim. Eu dependo da sorte e do azar do oponente para conseguir virar ou ganhar o jogo. E essa é uma habilidade única. Reviravolta em um jogo desvantajoso. Parabéns aos que conseguem revirar.

Mas ainda tenho interesse em continuar controlando minhas ações a todo momento do que depender da sorte para ter esse controle ou parcial controle. Mas jogar MTG nos ensina sobre algo que em Xadrez você levaria uns 10-15 anos para ter. Aquela pulga atrás da orelha. Quando a gente pensa como as peças vão se encaixar. Quais peças dos oponentes podemos superar, tomar ou desviar? Ou realizar o famoso lance de Gâmbito? Atrair através de um lance arriscado.

Em MTG em especial as manas que usam o famoso sacrifício, elas precisam pensar em muito, e normalmente se for a longo prazo, precisa rezar para que as cartas seguintes possam completar a tática. Em Xadrez tem movimentos no primeiro turno que influenciam suas chances no décimo terceiro ou vigésimo turno, e que você pode desfrutar se souber lidar com os cenários, é aqui que entra o papel do MTG no Xadrez.

Joguei algumas partidas e já me inteirei de regras, vantagens, notações que o Xadrez possui. Você aprende qualquer coisa rápida depois da montanha complexa que o MTG possui. Eu levei uns 3 dias. E em xadrez leveis um pouco menos de 1 dia. Fiz algumas jogatinas no chess.com, tenho até uma versão virtual para o RV (Ultra Chess) , e obtive um resultado satisfatório. Indo para dificuldade desafiadora.

Usando algumas regras da cartilha de jogadores PRO famosos, é de sempre pensar em turnos à frente. Coisa que a gente pensa também em MTG. A diferença é que em um temos uma chance de garantir a vitória e o outro depende do que vai sair. Que pode ou não nos oferecer algum resultado positivo. Em MTG tua experiência influencia de uma forma indireta suas jogada. É certo que passar 20 anos jogando MTG você vai ter algo para tirar de proveito.

Mas é diferente da proporcionalidade de jogos de estratégia pura, como o Xadrez. Quanto mais você joga pelo tempo que for, maiores serão suas táticas e mais imbatíveis será sua força. Porque como a sorte não influencia, você tem a proficiência de suas jogadas totalmente ao seu favor. A abertura do Xadrez (os primeiros lances) é uma compilação de várias jogadas. Você sabe para onde ir, colocar as peças mais no centro da tabuleiro, evitar cantos, fazer o roque, pensar em táticas de coroação, prever os movimentos do oponente. Garantir sua posição e fazer xeque-mate.

Em MTG você não controla nada…nada mesmo. Você depende de um bom deck, normalmente caro, para garantir que a sorte seja menos influente. E precisa ganhar para resgatar o valor desse deck. Pelo menos. Eu acho que até fazer campeonatos para MTG surte uma sensação injusta. Porque você praticamente coloca a mercê de inúmeras combinações de decks poderosos para gerar inúmeros outros cenários que podem te favorecer ou não. Não é exatamente um jogo, ele não é linear e tampouco harmonioso. Suas ações são dependentes dos fatores incontroláveis.

Nem esporte na prática. Será sorte que um tenista, que uma atleta de ginástica atinja aqueles pontos? Ou será maestria consciente? Ela sabe o que está fazendo e utiliza ao seu favor tudo? A competição precisa sempre ter o controle. E jogos de azar não oferecerem estes quesito. Portanto ao meu ver, o MTG ocupa o lugar de como que eu falei no último (64) artigo de Magic, um jogo de orientação e simulação.

Ele orienta cenários imprevisíveis. Com uma mão desfavorável em um cenário mais negativo ainda, temos as chances de obter resultados positivos? Não há uma garantia certo? Garantia de vitória não é consumação de vitória. É uma certeza que precisa ser concretizada ainda. Mas seria o mesmo que pensar da seguinte forma:

  • MTG é um risco alto para investimento, sem garantias e depende de muita injeção monetária (Deck caro) e de consultores habilidosos (Jogadores PRO);
  • Xadrez é um risco variável de investimento que depende do adversário (mercado), não existe muito injeção monetária, ou pode ser feita (estudos e tutores de Xadrez) e que constrói os jogadores habilidosos ao longo do tempo.

O primeiro só garante um retorno, e olhe lá, se o jogador for bom e o deck também. Com tantas combinações não sendo possíveis determinar quais, você não tem muita certeza de retorno.

Em Xadrez você não coloca um montante, então não tem pressa de resgatar. Normalmente você depende da habilidade humana para conseguir um resgate ou o prêmio, e é possível garantir mais ainda essa performance pelo tempo de seu treinamento.

Em ambos os casos, você tem um retorno muito bom caso logre êxito, um deles (MTG) você tem um alto risco contra um baixo ou médio risco (Xadrez).

Quais dos dois investimentos você prefere?

Ao longo de minhas experiências, em MTG você garante diversão e aprendizado sobre variabilidade. Mas o menos importante, até por ser um obstáculo um tanto colossal, é ganhar o jogo. Xadrez não é um jogo trivial e nem impossível. Ele é um jogo que respeita o que você sabe. Seu risco é enorme, mas você garante pelo menos que o risco pode ser o que você quiser, dependendo de suas habilidades e experiência.

Jogar dados sempre tem um lado ruim. Em DnD você pode considerar duas formas de jogadas:

  • Para dano, Saves, Skills usar o dado ou o valor inteiro que ele provoca.

Quando você usa o dado, o dano, saves ou skill podem gerar mais possibilidades. Sim. Mas pode gerar menos possibilidades. Quando consideramos que o valor inteiro é nossa vantagem. O mesmo acontece quando consideramos o Xadrez. A rainha (dama) é a peça mais poderosa do jogo. Sem sombra de dúvida. Mas imagina se você não tivesse autonomia sobre ela.

Por alguma razão. Ela teria tanta autonomia? Seria tão poderosa? Não. O mesmo vale para os peões. Que você pode pensar, são descartáveis. Longe disso. Peões normalmente são os lances que usamos para diagnosticar o campo de batalha. E de transforma-los em Rainha, Cavalo, Torre ou Bispo (coroação\promoção). E assim, eles ficam menos descartáveis, certo? Já imaginou em ter nove rainhas?

No Xadrez um sapo de MTG 1/1 consegue se tornar um URO 10/10. E você tem o controle disso. Reparou? Mais precisa quebrar a defesa do seu oponente antes, que assim como você, também tem o controle. Isso sim é um duelo. Ambas as partes tendo o controle, oferecendo ao jogo em geral uma visão de tática. Em MTG, um anão de jardim pode vencer o Drogon de GOT. Mas por sorte.

Em Xadrez, o Drogon mataria parte das peças, e você ainda precisaria ter uma bela tática para isola-lo ou usa-lo ao seu favor. Mas é sem dúvida que um dragão seria um inimigo supremo em campo, correto? Estratégias não é sorte. Nunca foi e nunca será. Embora goste bastante de MTG, minhas jogatinas de um ano, me mostraram que apesar do elemento estratégico presente ele depende de uma boa mão, de uma boa abertura.

E não temos muito disso, temos é uma seletiva. Onde podemos garantir alguma coisa dependendo da sorte. E se você precisa da sorte, em menor ou maior escala, para ter uma ação. Você não tem um jogo de estratégia. Você tem um jogo de azar que depende de todos os fatores que você não influencia ou controla. Mas o MTG é uma lição para quem quer arriscar e manter o controle no Xadrez. É um verdadeiro preparatório.

Magic the gathering (62) – Estratégia dependente da sorte.

Em diversos artigos fico na dúvida sobre um cardgame basicamente estratégico ou em sorte\azar. Um dos meus primeiros artigos eu falei sobre isso, e depois concluía que sim era estratégia e sim era sorte. Mas após quase 1 ano, posso afirmar que existe um consenso sobre MTG e como a regra que inventei MANA FREE deixa bem claro a seguinte conclusão.

Leia aqui, aqui, aqui e aqui sobre essas conclusões anteriores. E aqui. Há uma unanimidade que sim, MTG é um jogo de estratégia. Basicamente se trata de escolher cartas e criar um resultado que depende da estratégia. E se assim analisarmos e parar por aqui, MTG é um jogo em definitivo de estratégia. Mas como não parei por aqui, pensei em como um jogo que depende da astúcia dependa tanto da probabilidade para ganhar ou perder.

Astúcia revela que temos a capacidade de controle, o mínimo. Ter o direito de construir a estratégia e montar o deck é um controle. Mas quando ocorre a simulação combativa, não temos qualquer controle. Impacta que toda estratégia é justamente definida com base neste mínimo controle, que não temos.

Podemos definir uma ideia e garantia antes da batalha? É como estudar para uma prova e jogar no dado para cada questão que você preencher. Imagine o jogo de Xadrez. E vamos começar a compreender que MTG valida alguma vitória ou derrota com base em rolagem de dados, mas sem dados, baseado apenas na eventualidade.

Que ao meu ver é bem pior que não ter um dado para tomar uma decisão. Pelo menos pelo dado você tem alguma chance. No Xadrez não existe enigma das peças, todas estão no tabuleiro. Não existe chances de movimentos, todo jogador tem o direito de movimentar suas peças em sua vez. Não existe fator de sorte, existe antevisão e tática. Se o Xadrez fosse viabilizado pelas regras do MTG, como seria?

  • Algumas jogadas como etapas de 3 ou 4 movimentos são capazes de ganhar um jogo. Se um jogador não pode ‘conjurar’ porque não tem ‘terreno’, praticamente ele já perdeu.

Ainda que passa na cabeça de alguém que ter a chance de jogada uma vitória 100% garantida estamos apenas ‘excluindo’ os fatores da astúcia da jogada. Um deck groselha ganha de um deck PRO? Alguns afirmam que não e outros que sim. Mas até um deck PRO contra um deck PRO, contra um jogador novato ou PRO, ou ambos Novato ou ambos PRO o fator da sorte se torna no mínimo bizarro.

Pode se ganhar de um jogador com 10 anos de MTG, com um jogador que menos de 1 mês. Pode. E acontece várias vezes. Por quê? Se a sorte define a chance, dependemos da sorte para definir vitórias e inclusive derrotas. Se a sorte define o controle, não temos capacidade de domínio estratégico. Ok você pode argumentar que isso traz emoção ao jogo. Até concordo.

Mas emoção ao jogo onde você tem a probabilidade de conjurar magias implica no fator básico de chances. No mínimo seria gerar a sorte de alguém pode jogar em sua partida de xadrez. Se o seu oponente não tem ‘mana’ para mover a peça, o adversário pode ganhar de lavada. E é o que acontece normalmente.

Por que as pessoas não notam? Talvez pelo fato de que para elas o fator competição esteja embasado no máximo de dificuldade sem ater-se a realidade desfavorável. O nível de dificuldade defendido por muitos gamers ao longo da história é definido como:

  • Chefes absurdos de fortes;
  • Nosso dano e resistência reduzidos;
  • Recursos reduzidos;
  • Recuperação de vida reduzidos;
  • IA mais perceptiva.

É assim que se avalia desafios no mundo moderno. Você descompensado e o inimigo poderoso, senão DEUS (Alien Isolation) como em alguns casos. Na verdade essa é uma forma “destrutiva” de ver desafios. Desafio é aquilo que dificulta para o ser humano. Então a visão de quem joga MTG é que se o jogo se baseia em pura sorte para elevar a vitória a um patamar do Olimpo, é assim que as pessoas veem.

Mas seria ilógico se ao analisarmos no dia-a-dia o que significa essa dificuldade que descompensa:

  • Provas que você domina a matéria, mas tem tanta pegadinha que você erra todas as questões, mesmo sabendo do assunto;
  • Corrida de bicicletas, mas você tem que largar depois de 5 minutos e só pode acelerar a cada 10 minutos;
  • Se forma na graduação, e na hora do TCC inventa qualquer tese de doutorado para mostrar que é expert.

O decompensador remove qualquer habilidade que você teria de superar a dificuldade. Quando estamos desfavorecidos não há desafio. E sim covardia. Não há teste, e sim deboche. Não há chances de vitória, e sim probabilidades de vitórias. Não há garantias, e sim possibilidades sugestivas. Não há estratégias, e sim ações independentes.

Imagine estudar para uma prova, e na hora você não pode fazer a prova de olhos abertos? Desafios onde? Existe uma desproporcionalidade na percepção de desafio. Na verdade é considerado uma competição aquilo que não temos na melhor das hipóteses garantia de superação.

No entanto a história nos desmitifica que todo desafio superado dependeu exclusivamente de usarmos todas as nossas habilidades. E que o desafio não era intransponível era apenas imperceptível seu emaranhado. Onde havia dificuldade? O que era difícil? Quais eram os obstáculos? Quando as pessoas que eram desafiadas percebiam, eles usavam sua astúcia, seus elementos fortes e suas estratégias para assim dominar o assunto.

Mesma aplicação em MTG. Não importa a carta, o combo que você planeje. Pode ser que você perca o jogo porque não tem mana suficiente para conjurar. Imagine se em filmes icônicos algum fator impedisse o herói ou heroína de acessar a habilidade, seria como:

  • Doutor Estranho não teria como usar o olho de Agamotto para notar que havia 1 saída. Na prática, Thanos teria vencido e ponto final;
  • Superman não conseguiria evitar a máquina de destruição de Zod;
  • Harry Potter não teria conseguido matar Voldemort, ou Voldemort teria sido morto antes de matar os Pais de Potter;
  • Luke Skywalker nunca teria convencido Anakin (Vader) a matar o imperador, talvez o próprio imperador não conseguisse converter Anakin para o lado negro, e assim não haverá pontos fracos para derrubar o império;
  • Spock não teria morrido na câmara do reator de dobra, e teria matado todos da nave, ou talvez Spock nunca teria a aprovação do conselho vulcano para estar na nave, e por assim, Kirk sem uma mente lógica junto ao comando tivesse iniciado uma guerra nos cosmos.

Aconteceria desta forma porque essas decisões foram feitas sob consciência do controle de suas ações. E não foram impedidas por um elemento básico que seria a tomada da decisão. Ao colocar uma carta no campo de batalha dependemos da mana. E sem ela, o jogo simplesmente não acontece. Logo suas táticas pré-concebidas dependem da disposição probabilística, não concedendo qualquer chance de acerto consciente.

Relação Ataque de jogada contra Mana: Aqui temos que pisar no terreno do DnD. Porque se você já jogou alguma partida já deve ter se deparado com os combates. E lá nós temos algumas etapas um pouco parecidas com o MTG.

Cada turno exige ações e como elas são interpretadas pela mecânica do jogo. Em DnD para um jogador combater um monstro, ele conta com as chances do ataque acertar e o ataque. E a cada turno isso é definido por uma jogada do dado D20 + MOD. Ataque. Esse valor tem que ser igual ou superior ao CA (Classe de Armadura) do inimigo.

Quando iniciamos um combate, cada jogador lança um dado para definir a iniciativa, quem vai jogar em qual ordem pelos turnos. Então é usado o D20 + Mod. Destreza + Valor de iniciativa. A regra é qual for o maior valor, começa primeiro e assim sucessivamente.

Quando o turno é iniciado cada jogador pode fazer inúmeras ações como se movimentar, fazer um teste de investigação, usar um item, usar uma habilidade ou atacar quando disponível. No ataque fazemos duas jogadas:

  • O ataque;
  • A jogada de ataque.

O primeiro se refere ao tipo de ataque e o seu dano. Definido por um valor fixo de acordo com os dados usados pelo tipo de ataque ou arma. Ou uma rolagem de dados para conferir valores diversos, e muitas vezes, mais favorável do que considerar um dano definido.

Depois disso você precisa fazer uma jogada de ataque para determinar se aquele ataque você fez irá atingir o monstro. Se você obter o valor igual ao CA ou maior o ataque atinge. Dependendo do ataque o monstro pode realizar uma salvaguarda, evitando o golpe e levando parte do dano.

Aqui é que existe a comparação entre MTG e DND. O que é considerado o fator anti-MANA FREE. Em DnD você depende de espaços de magia (que é a mana do jogo) e os truques que não dependem de magia, o que seria uma espécie de carta que poderia ser conjurada mesmo sem mana. O que não acontece.

Se você usa este espaço de magia em DnD, dependendo da situação você precisa descansar por 4 horas ou 8 horas. Em MTG cada turno permite conjurar usando mana (terreno), mas o tempo de restauração dessa mana é de um espaço de turno. Mas o que descompensa é que você precisa ter uma provável possibilidade de conseguir mana para conjurar, o que seria o tal da jogada de ataque? Na verdade seria uma probabilidade sobre o ataque.

A jogada de ataque existe em MTG. Justamente quando conjuramos algo, essa carta vai para pilha. Lá o oponente pode por exemplo anular aquela carta. Essa anulação seria o equivalente a rolar um D20 + MOd. Ataque. Se ele tiver uma carta de anulação, e você também tiver, as chances de obter uma possibilidade de ataque são medidas pela qualidade do seu Deck Builder.

Mas o que acontece em MTG é um realce de cálculos para ter a chance de ter uma chance. O que gera um engodo em um jogo tido como estratégia, mas que previne que você tenha algum controle sobre ela, caso tenha sorte. Em MTG imagine fazer a jogada de ataque para:

  • Atacar;
  • Ter chance de atacar;
  • Ter chance de ter uma salvaguarda.

Se você errar, você não ataca, não atinge e nem desvia. Além de que a salvaguarda já é uma rolagem extra de dados. Ficamos disponíveis em MTG para usar salvaguardas quando usarmos feitiços e mágicas para anular efeitos. Daí podemos falar, nisso pelo menos sobressai o DnD, mas apenas isso. Em DnD, você não tem chance de conjurar, você conjura. E seus atributos influenciam neste conjurar.

E a escolha de você optar por lutar ou esquivar de uma luta antes dela começar, permite entender a estratégia consciente, que não existe em MTG, que lhe obriga a lutar (porque você está em um campo de batalha) e o implica em ter escolhas redutivas ao longo do turno.

Ao optar pelo MANA FREE que é uma regra que inventei e falei no último artigo. Você tem a chance 100% de conjurar as magias. Mas precisa optar por colocar as cartas certas na mesa. E isso garante supremacia na vitória? Ao contrário, joguei contra mana branca, vermelha e verde, e houve reviravoltas que eu nunca vi acontecer em MTG usando as regras padrões.

Já imaginou lutar contra uma mana branca que ganha energia ao ponto de ir de 20 para 55 e você com 18? E ainda conseguir virar este jogo e ganha-lo colocando em -5? No padrão do MTG você não tem muito espaço para inventar isso, ou você tem a sorte de tirar a carta e garantir algo ou você vai perder em 5 turnos, a depender do deck builder do seu adversário.

Conclusão.

Quase 1 ano, faltando 1 mês para dar 12 meses que conheci MTG. E posso concretizar algo que falei no primeiro artigo lá em dezembro de 2019, quando fiz logo uma comparação de estratégia e azar quando falei pela primeira vez sobre Magic. Naquela ocasião, não fiz uma revisão, meu ponto de vista era de ser um jogo de azar, depois conclui que era de estratégia, depois voltei para o azar, e teve uma vez que combinei que havia estratégia e azar, mas a estratégia era definida pelo teor de azar.

Talvez finalize de vez o que começou como sendo uma antologia de 62 artigos que vim com diversos assuntos, falando de expansão, lore, bundle, tipos de produtos, regras, estratégia, arquétipos e etc, sobre a categoria que MTG se classifica. Como sou um jogador que gosta de estratégia, resumo que o MTG para ter estratégia é preciso remover a limitação do uso de MANA por turnos.

Usando a regra da MANA FREE. Aí sim teremos um CARDGAMES estratégico. Onde o controle de nossas atitudes, ainda dentro das probabilidades e das regras impostas pelo jogo, permite uma jogatina cheia de surpresas, onde de fato o deck builder faz sentido e efeito. Mas apenas usando esta regra. Sem ela, não, o jogo não é de estratégia. Está mais para um jogo de azar, onde com algum nível ou margem de possibilidades garantimos a vitória ou a derrota.

Há tantas probabilidades neste jogo que há um impedimento natural de fomentar estratégias sólidas. E aqui há uma confusão típica. Estratégias que usam da probabilidade ou da eventualidade costumam ser existentes, mas tipicamente independentes de algum esquema ou projeto de ações. Ou seja, aquela estratégia de usar a Tassa com algum encantamento Hexproof, pode não acontecer porque você tem sequer controle de algo no jogo.

Suas ações, as mais básicas são controladas pela chance de sair uma chance. É não leu errado. Como em outros artigos, você tem que ter a probabilidade de ter uma chance para garantir a chance. É como no nosso cálculo do DND. Você tem que ter a chance de ter a chance de se esquivar de um golpe. Mas a esquiva já é uma chance. Seria como impedir-se de sair do lugar, para então se movimentar e ter a chance de esquivar. Se você para porque quer parar, torna-se uníssono que você não é bem da cabeça.

Quem ficaria parado sem se esquivar por livre e espontaneidade vontade? Em MTG às vezes você tem a chance do combo perfeito na mão, mas não tem mana para fazê-lo. E muitas vezes, precisa descartar a carta por causa disso. E ainda você poderia evitar muitos problemas ou até mesmo dar a volta por cima, pelo simples fato de construir um campo de batalha mais eficiente.

Seria como limitar o uso das tropas em um terreno durante uma campanha bélica jogando nos dados. Já imaginou se Sun Tzu jogasse no dado, se desse par ele colocava as tropas em um terreno vantajoso e se desse ímpar ele colocava a vistas das tropas inimigas.

Magic the gathering (60) – Por que a mana azul é a melhor?

Após 59 artigos o que posso concluir? Bem eu conclui diversas vezes sobre alguma coisa de Magic the Gathering (MTG) e desde do ano passado, faltando 2 meses para fazer 1 ano. Comecei com a mana azul, o primeiro card que eu conheci foi do planeswalker Jace Beleren, o primeiro card que eu tive foi “Jace, Estrategista arcano” da coleção Guerra da Centelha.

E na atual Zendikar Rising (Renascer de Zendikar), dedico a pensar mais a fundo que eu gosto da mana azul apesar dela ser talvez a mana que mais exige estratégia e que requisita um nível considerável de conhecimento para criar o melhor e mais adequado deck building.

Criei recentemente um artigo que falava da mana branca, por ela ser junto da mana preta, uma combinação que permite sinergia e consistência com a azul (Azorius – Azul + Branca e Dimir – Azul + Preta), também falei que ela poderia ser uma mana de igual ou maior valor que as demais.

E a mana branca destaca-se por ter algo que a mana azul não tem e faria falta para sua estratégia principal, ganhar vida. A Mana azul faz uso de defensores com um valor de resistência alto para garantir um ganho de tempo para colocar a tática em prática. Mas isso pode significar que contra uma mana verde ou a mana vermelha, seja tarde demais.

Então munido de um exército de Tritões ou dragões, podemos fazer um estrago. Mas esse é o problema. Mana azul lida com furtividade, ilusão, esquiva e defensiva para criar um ataque. Ela opta por pegar o que é mais forte das outras manas para ganhar o jogo. E então fiz uma rotação, passei por cada mana, e identifiquei o que era forte e fraco.

Insisto em dizer que da Mana branca a afirmação é que ela não é a melhor do jogo, mas tem seus momentos. O que acontece com a mana azul é simples, ela é a melhor, porque ela quando jogada corretamente (Essa é a parte difícil), pode vencer os demais usando o que eles tem de melhor. Nisso consiste sua soberania.