Análise de força(1) – Dr. Estranho dos Quadrinhos versus Filmes (Dossiê)

Quem costuma ouvir a palavra ‘nerfado’ pode se sentir mais familiarizado com este tipo de análise. Para os que apenas entendem que os personagens originais de HQ costumam ser mais fortes ou mais fracos, ganham versões antagônicas nas adaptações nas telas. Esse aumento e diminuição é conhecido como nerf ou aportuguesado, nerfado. E para o começo dessa série crítica, vamos ver alguns momentos em Dr. Estranho foi apenas “escanteado” nos filmes.

Criado em julho de 1963 com uma história de apenas 5 páginas, pelo roteiro de Stan Lee e pelos desenhos de Steve Dikto, o então mago era conhecido como “Mestre da Magia Negra”. Na revista Strange Tales, que era comum, criar personagens experimentais, ganha a graça do povo. Com um toque mais ‘místico’ e mágico que o seu predecessor não intencional, Mandrake, seu primeiro vilão foi Pesadelo. Já usava a projeção astral e não tinha capa e nem amuleto. Tampouco naquela época chamado de Agamotto.

Após ganhar sucesso e ter um crossover em 1963 mesmo com o Quarteto Fantástico, Dr. Estranho se tornou Mestre das Artes Místicas. E teve sua primeira batalha histórica contra Dormammu. Depois dessa intensa batalha, ele foi presenteado pelo ancião (Mago Gao) com a capa da levitação e o amuleto. Que dava a ele poder de enxergar magia oculta, identificar anomalias mágicas, revelar intenções. Mas diferentes dos filmes, nada tinha haver com viagem temporal.

Em sua mansão, que por ele já era de sua propriedade, quando ainda médico e não mago. Viria descobrir que após sua estada em Kamar-Taj no Himalaia, a propriedade em que a mansão ficava, pertencia a uma longa linhagem de terrenos enfeitiçados. Ou seja, a mansão já era mágica quando ele como médico a comprou. Nos filmes, isso foi bem diferente. Há três Sanctum Sanctorum e ficou com o de Nova York, porque ajudou em sua defesa. Isso muda um pouco o contexto, nas HQS nunca houve mais do que um Sanctum Sanctorum.

É fato que ele já mudou de tamanho, arquitetura e até posição, mas nunca sai do mesmo bairro, da cidade ou mesmo do logradouro. Já serviu de base para os defensores, que em 1971 seria sua primeira formação em grupo, os originais por assim dizer, Dr. Estranho viria a desintegrar o grupo e formar uma outra composição nos anos 90.

DEFENSORES: (1971 – 1986)

Dr. Estranho, Hulk, Namor e Surfista Prateado

SEGUNDA LEVA DE DEFENSORES: (2021)

Dr. Estranho, Surfista prateado, Harpia, Cloud e Masked Raider

ILUMINATI: (2005)

Dr. Estranho , Homem de Ferro, Senhor Fantástico, Professor Xavier, Namor, Raio Negro e Pantera Negra.

Em 1989, haveria a primeira menção sobre mago supremo. Na realidade já existia desde de 1963, ao qual o ancião (mago Gao) teria como posto principal e que faria o Barão Mordo, um simpatizante de Dormammu na época, cobiçava o cargo, por isso pretendia matar o mestre para tomar o seu poder. Naquela ocasião, não havia amuleto ou capa que determinasse o posto de forma simbólica, a questão era a própria presença de um mago.

Mas esse tipo de ocupação se tornou viável após a morte do ancião pelo próprio Dr. Estranho. Vamos contextualizar. Em 1973 na história da Marvel Premiere 10 – “Finalmente, Shuma Gorath” toma a mente do mago Gao para invadir a dimensão da terra-616. Para evitar que ele de fato invada, o ancião segura ele no corpo, o problema é que não consegue mandá-lo embora por estar muito incapacitado, aí entra o Dr. Estranho que precisa acabar com a única forma do deus invadir.

Quando essa história aconteceu, ocorreu o número Triunfo e Tormento, que viria a colocar todos os magos da terra em uma disputa pelo título de mago supremo. Que envolvia um desafio promovido pelo triunvirato de Vishanti (tanto o livro como uma divindade), tal como Chthon escreveu Darkhold, esses três deuses escreveram Vishanti, são eles Oshtur, Hoggoth e Agamotto.

Acervo pessoal

Neste desafio Dr. Estranho triunfa é convidado por Dr. Destino para tentar tirar sua mãe do inferno contra Mefisto. Antes disso, Dr. Estranho compilou até o poder de Eternidade. Quando a realidade foi consumada. Ele recriou os universos inteiros. E veja por este ponto que ele poderia ter traído a própria eternidade e terminado com ela, já que ele possuía o mesmo poder, cedido por ela, por causa da destruição dos mundos. Nos anos 60-70.

Nos filmes claramente temos um truncamento para baixo quando se trata de Dr. Estranho. Como podemos saber, a origem pouco mudou. Acidente de carro, perda da mobilidade das mãos, impossibilidade de ser um cirurgião, a procura por uma cura. Temos a mudança óbvia do gênero do ancião. Mas o que é mais importante temos a mudança total de como o ancião morreu em ambas as obras. No filme a anciã vendeu a alma para Dormammu, nas hqs o ancião segurou na mente um deus maligno para impedi-lo de invadir a dimensão (o que já quebra a ideia do mestre íntegro).

Barão Mordo nas HQS era simpatizante de Dormammu, nos filmes não era, mais ficou decepcionado pela traição da anciã. Nas HQS, o encontro do Dr. Estranho foi primeiro com a Clea (que é sobrinha de Dormammu), no filme foi Christine a enfermeira da noite. O primeiro arco que isso aconteceu foi em “Dread Dormmamu” (O temível Dormammu) em 1963, que teve três partes. Clea não tinha nomes nessas histórias, ela apareceu após este arco já com uma história por trás.

Na HQS a personagem de “Christine a enfermeira da noite” é baseada em Linda Carter a enfermeira noturna que foi apresentada em Dr. Estranho: O Juramento de 2006. Nesta HQ Wong, seu aprendiz (diferente dos filmes), está morrendo devido a um câncer. Dr. Estranho então sem possibilidades na magia por uma cura, recorre ao seu passado como médico e procura por uma cura (spoiler: ele acha), mas o dilema dele se dá pelo fato que o antídoto da cura poderia curar todas as pessoas do mundo ou uma. Dai o Juramento de Hipócrates que é apenas colocado como “Juramento”.

Acervo pessoal

Nas HQs, Doutor estranho nunca conheceu Christine (que de fato existe), no entanto Linda Carter. Nas HQS ele se casou com Clea, divorciou depois em versões mais atuais. Mas voltou ao posto, quanto da Morte do Dr. Estranho, quando Clea assumiu o manto de Maga Suprema no lugar dele. Fazendo de tudo para trazê-lo de volta. Nos filmes esse relacionamento sequer ocorreu, apenas em uma cena pós créditos com a atriz Charlize Theron dando a entender que ela apareceria.

No Multiverso da Loucura para os mais atentos, irão perceber que no início do filme, quando o arauto da Feiticeira Escarlate, muito lembra Gargantos ou Shuma Gorath (não sendo nenhum deles) ataca as ruas, dentro de um dos prédios que ele escala, viram uma moça de óculos. Ela é uma cameo indireto da Zelda Stanton. Que nas HQS é uma aprendiz de maga do Dr. Estranho.

Essa apareceu pela primeira em 1973 na HQ Night Nurse (Enfermeira da noite ou noturna) juntamente de Linda Carter e Christine Palmer. Em atuais histórias, ela pareceu bastante no compilado “O fim da magia”. Que acontece após a invasão secretas e Empirikul. Que uma versão em que o Dr. Estranho começa a perder a magia e sua biologia muda devido o uso dela.

A partir dos anos 2000, começa a mudar como a magia é de fato vista. Ela passa a ter um preço a ser pago. Temos algo do tipo presente nos filmes. Esse preço pode ter o risco de perda do posto de mago supremo ou dos poderes. Nas HQS isso originou o arco “Espaço á fora”. Que para ser sincero fizeram a melhor túnica do Dr. Estranho até hoje. Nos filmes a roupa do Dr. Estranho não se parece com nenhuma anterior. Mas nas cenas pós-créditos, quando Thor está a frente do Dr. Estranho, ele estava usando a famosa e icônica túnica de 1968.

Aos comparativos óbvios temos que Dr. Estranho das HQS tem um longo caminho para além dos poderes ainda ínfimos do Dr. Estranho do cinema. Mas se seguisse a lore das HQS, Dr. Estranho que não faz parte dos Vingadores e sim dos novos vingadores.

NOVOS VINGADORES:

Dr. Estranho, Pantera Negra, Senhor Fantástico, Raio Negro, Namor, Fera e Capitão América.

Nos filmes, ele é um lobo solitário. Nas HQS ele tem uma participação bem mais “pontual” e presente do que nos filmes. Dissonante dos próprios poderes não existe nos filmes, são elas:

As Faixas Escarlates de Cyttorak, Ventos de Watoomb, Sete Anéis de Raggadorr, Parafusos de Balthakk, Escudo de Seraphim, Chamas de Faltine, Olho de Agamotto, Esfera do Feiticeiro, Lua Mística de Munnopor, Galhos Congelantes de Ikthalon, Espelhos de Nisanti, Chamas de Ikonn, Toque de Oshtur, Mandalas de Luz, Portais Dimensionais, Encantamento de Multiplicação, Feitiço de Banimento, Conjuração Astral, Manipulação Temporal e Feitiço de Ilusão.

No filme muitas dessas magias existem, mas não são conjuradas e nem entoadas. De forma que elas não tem conexão com a lore direta das Hqs. Isso se dá pelo fato que o nome Cyttorak é uma entidade demoníaca conhecida como Senhor do Cosmos Carmesim.

Quando as HQS batem na tecla da magia tem um preço, eles consideram a origem de cada poder entoado. Como se o Dr. Estranho tivesse que pagar algo em troca de usar esses poderes. No filme como não existe essa relação, o preço a pagar é um pouco diferente. Ela tem mais haver com o uso da magia da Dark Dimension do que realmente o uso dos poderes. Uma vez que o Dr. Estranho pela HQ é tido como o bruxo do DnD. Um feiticeiro que roga os poderes mágicos através de patronos.

Nos filmes a outra diferença desses poderes, é que o Dr. Estranho esta mais para um detetive com alguns poderes que são utilizados através de um anel, do que como é feito no universo da HQ, onde Stephen Strange tem os poderes por ele. Ou essas entidades que conectam á ele. Um filme de 1978 que tinha como título Dr. Strange, também fazia uso de um anel para conjurar magias.

A contragosto, nas HQS, Dr. Estranho não estava tão altura quanto estaria de Thanos em relação ao filme. Mas há um disparate, Dr. Estranho continha á si poderes que superavam as próprias jóias do infinito, sua contenção nas histórias o impedem de revelar mais. Nas HQS, o olho de agamotto nunca foi uma jóia do infinito e tampouco controladora do tempo. Isso só ocorreu no filme. Dai a participação do Dr. Estranho foi incluída, senão seria como foi nas HQS, mais tímida e focada nos novos vingadores.

DR. ESTRANHO VS DORMAMMU.

Comparado as histórias, nas HQS a primeira aparição ao amadurecimento. Dr. Estranho teve muito mais de inimigo que Dormammu em sua jornada. Desde de deuses imortais, como Mefistos, Pesadelos que só existem no universo onírico, entidades, alienígenas entidades, o prato é sempre servido a demônios e divindades. Nos filmes ele bateu de frente como Dormammu, indiretamente Chton e Feitceira Escarlate. E quando contra Thanos.

No filme ele manteria o loop eterno com Dormammu. Tanto Dr. Estranhou como ele foram nerfados. No filme o bicho parecia um bebê chorão. Dormammu é o senhor da Dark Dimension. Ele ‘conseguiria’ evitar um loop temporal. E Dr. Estranho poderia inclusive evitar dele ir para a terra, pelo mesmo motivo que evitou dele ir a terra quando este tiveram o primeiro conflito em 1963.

Nas HQS, Dr. Estranho consegue manter-se vivo, mesmo que o corpo morra usando projeção astral. Em Defensores de 2021, ele voltou 80 anos no passado como projeção astral, quando seu corpo já tinha morrido. Sem agamotto. Nos filmes, ele nunca usou projeção astral.

DR. ESTRANHO VS THANOS.

Ambos foram nerfados. Thanos eram muito mais forte nas HQS. Mas fora o conceito do Dr. Estranho ter a joia no filme e nas hqs isso nunca aconteceu. Ele teria sido muito mais afortunado se usasse magias de ilusão para enganar Thanos em sua empreitada. Atrasando ou coisa do tipo.

APÓS TUDO, O QUE TEMOS DE VEREDITO?

Dr. Estranho no MCU é um Harry Potter mais velho. Muito embora eu goste de Harry Potter, admito que a comparação faz jus ao poder de um adolescente bruxo contra um mago com algum nível sênior de conhecimento. E isso frustra bastante a nossa ideia de que ele seria bem adaptado. Mas quem conheceu ele (eu por exemplo) pelos filmes, acharia que esse cara é um Chapolin. Mas depois de conhecer nas revistas e conseguir fortuitamente achar um número grande de números dos anos 60-90 e muitos dos anos 2000. Noto que a MCU simplesmente ignorou a versão da HQ em TUDO.

E que vendo ele nas HQS, chega a dar pena em vê-lo ser desfigurado nas telas. Ainda meu desgosto pelo MCU não venha pelo fato dele ter sido “azucrinado” no segundo filme solo, mas pelo fato de o resultado e o andar da carruagem foram muito desprezado pelos diretores. Guerra Civil tinha que ter três filmes. Guerra Infinita e Ultimato uns cinco filmes. A batalha de Nova Iorque foi muito mais ‘épica’ para usar o termo que melhor une o gosto da batalha do que os dois últimos filmes.

O meu ponto é que a MCU deveria abandonar esse projeto de reciclagem. Até porque está mais caótica dos que as HQS que tentam reboot em algo que eles pensam que não deram certo. Como por exemplo, uns 3 arcos em que o Dr. Estranho morre que acabam confundindo quem não entende a qual arco pertence. Sim, ele morre em 3 arcos um perto do outro. De autores e sequencias diferentes. Um influencia a Academia Estranho e a Caçada Sangrenta (Blade como Varnae).

Tem outros dois que até citada na Academia Estranho, mas não segue para frente. E um outro que é independente. Mas lembrando, são histórias lançadas na mesma época. Disso vemos uma espécie de frenesi para ter uma história por fim. O mesmo ocorre no MCU, que para mim já morreu ali em 2019. Em diante foi ladeira abaixo. Por mim, ainda bem que existe HQ. E o veredito é Dr. Estranho foi EXTREMAMENTE, no nível 1000, NERFADO ATÉ A ALMA para o MCU.

Se você quer conhecer o verdadeiro DR. ESTRANHO, leia as HQS. Não vai se arrepender.

Vale à pena ver Dr. Estranho (2016)?

UM POUCO DE HISTÓRIA.

Em 2016 com uma continuidade a saga da Guerra Infinita, um filme do mago supremo era realizado e dirigido por Scott Derrickson (Expresso do Amanhã, Telefone Preto) e com um elenco formado por Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes, O mauritano) , Chiwetel Ejiofor (O Rei Leão, Malévola 2: Dona do mal) , Rachel McAdams (True Detective, What If) , Mads Mikkelsen (Rogue One: Uma história de Star Wars, Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore) , Tilda Swinton (Pinóquio, Constantine) e Benedict Wong (Mulher Hulk: A defensora dos Heróis, Shang-Chi e a Lenda dos Dez anéis)

Mas não foi o primeiro filme do feiticeiro de artes místicas realizado, aqui no Mundo Pauta temos uma análise da adaptação realizada na década de 70, clique aqui. Criado em 1963 por Stan Lee e Steve Ditko, o herói ganhou vida nas páginas da revista Strange Tales número 110 que nesta edição apenas eram 8 página. Com a repercussão do herói e sua fama entre os leitores, hoje figura em edições de 130-150 páginas. Entre crossovers e solos, ele se tornou o mago da Marvel mais famoso.

Com adaptações em desenhos, ele fez parte de um circuito quase independente da saga principal iniciada em 2008 pelo fenômeno do MCU, que agora entra em sua quinta fase nos formatos de séries combinados com filmes. A adaptação realizada em 2016 tem algumas diferenças dos quadrinhos, mas é mais fiel do que adaptação de 1978 que tiveram mudança substanciais, tanto na origem, como na profissão e ou mesmo na atuação como mago.

Stephen Stranger é um cirurgião famoso e dedicado que tem sua vida tirada de suas mãos quando sofre um acidente de carro, suas mãos são danificadas e ele fica impossibilitado de atuar. Revoltado procura formas de reverter a situação, até que chega à ele a notícia de uma anciã no Himalaia que pode através de bruxaria lhe devolver os momentos da mão.

Após aceitar o treinamento, o que parecia ser uma busca incessante pela recuperação de sua vida anterior como médico, ele começou a ser inserido em uma nova caminhada que o tornou um breve instantes em um aprendiz de feiticeiro e um destino que ele não sabia existir, além da medicina. E acaba por ter que enfrentar um deus chamado Dormammu, habitante da dimensão negra.

PRÓS E CONTRAS DO FILME.

Todo filme tem algum prós e contra, mas não necessariamente eles definem a qualidade da produção. Muitas vezes, e digo de forma parcial, que os contras vão depender até mesmo da percepção do autor (eu no caso). Mas elas se referem a um ponto de observação do crítica. Logo se você optar por ver ou não ver, leve em consideração a percepção.

PRÓS:

  • Qualidade excelente de apresentação do médico para mago;
  • Mesma origem dos quadrinhos de 1963;
  • Apresentação do maior inimigo do Dr. Estranho: Dormammu;
  • Artefatos como O olho de Agamotto, Capa, varinha de Watomb e Sanctum Sanctorum;
  • Narrativa que lembra Sherlock Holmes com o mundo mágico;
  • Conta a história de Stephen Strange muito bem;
  • Excelente música;
  • Excelente Fotografia.

CONTRAS:

Não tem.

CONCLUSÃO:

Vale a pena ver o filme como um adaptação bem feita, e também pelas alterações realizadas. Nas HQS o mestre ancião sempre foi retratado por ser homem, no filme passou a ser uma mulher. No filme são três Sanctum Sacntorum, nas HQS e desenhos é sempre um. E diferente mais ainda, porque o Sanctum Sanctorum era uma casa comprada por Stephen Strange antes de virar mago supremo. Wong no filme é mestre, nas HQS é aprendiz de Strange.

Nas HQS ancião, feiticeiro Zao morre pelas mãos de Strange. Ocorre que eles foi dominado por Shuma Gorat, e para derrotar a criatura, ele precisou matar o seu mestre para banir a criatura do universo. No filme, a Anciã por interromper sua conexão com a Dark Dimension e ser derrotado por Kaecelius, teve seu destino selado. Kaecelius nas HQS não é muito promissor como vilão, teve participações iniciais muito limitadas, no filme era um dos principais antagonistas.

Mordo nas HQS é declaradamente simpatizante de Dormammu. E já queria matar o ancião para tomar o seu lugar como mago supremo. No final, ele acredita na ordem dos magos, e fica decepcionado com afiliação da anciã as energias da Dark Dimension. O templo Kamar é o mesmo, a até a localidade no Himalaia, com uma leve diferença da posição. Nas HQS é retratada como um templo que ora esta em alta altitudes em penhascos coberto de gelo ou em planícies bem longe da civilização, no filme o templo fica no meio da cidade.

Além que o Templo nas HQS é retratado como uma ruína, e nos filmes é um templo que lembra um forte. Christine a enfermeira da noite apareceu bem mais tarde, talvez uns 20 anos após sua criação, a primeira pessoa a entrar em contato, foi o seu par romântico e que chegou a ser sua esposa, Clea. E como homenagem é claro, a projeção astral foi o primeiro poder a ser usado por Stephen Strange na edição de 110 e foi usado no primeiro contato com a anciã.

Ainda que há diferenças entre o que foi abordado, HQS sempre são versões contadas pelas percepção de seus roteiristas e desenhistas, o mesmo ocorre para obras adaptadas em outras mídias. E se há um consenso para dizer, Dr. Estranho é um excelente filme. A nota é 100.

5 Curiosidades que provavelmente você não sabia sobre o Dr. Estranho.

O personagem denominado como Mago supremo (Supreme Sorcery) e que irá estrear em seu mais novo filme (Dr. Estranho – Multiverso da loucura) estimado em 2:38h e com as implicações de multiversos sendo abertos e invadidos por forças sinistras. Enquanto esperamos o lançamento, veremos 5 curiosidades que provavelmente você não sabia sobre o Dr. Estranho.

ORIGEM.

Em julho de 1963, Stan Lee e Steve Dikto concluíram um rascunho em sua próxima publicação da tiragem Strange Tales número 110 com um mago chamado Stephen Strange. O número ainda não contava com a revista apenas para o místico, a sua primeira aparição totalizava 5 páginas e o primeiro inimigo apresentado foi o famoso Pesadelo.

Julho de 1963 / Strange Tales #110

Com umas leves alterações, Dr. Estranho, sempre perde a função motora das mãos quando após um acidente de carro, ele passa a procurar uma cura desesperadamente quando acha uma possível esperança em um templo no Himalaia. Detalhe, que este começo só é diferente da versão What If disponível no canal de streaming Disney Plus.

De forma que no lugar do acidente, o mago procura por uma forma de trazer de volta dos mortos, sua amante Christine, a enfermeira da noite. História essa que fará ponta no filme Multiverso da loucura, com um Dr. Estranho espelho.

DEFENSORES ORIGINAIS.

Em 1971, era formado a liga dos Defensores, o grupo original contava com o Dr. Estranho, Surfista Prateado, Hulk e Namor. Ao longo das histórias, a Valquíria e o Gavião Arqueiro chegaram a compor ao mesmo tempo, o grupo.

O argumento de Stan Lee e Steve Dikto, era que o mago ainda não era um personagem popular e com a ajuda daqueles que eram mais famosos, ele seria capaz de se destacar. O grupo depois se dissolveu, dando lugar a outras formações, sendo em diversos momentos mais tarde, composto por Dr. Estranho em diferentes composições.

ELE MATOU O ANCIÃO

O feiticeiro Zao, nome real do mestre do Dr. Estranho, conhecido popularmente como ancião, surge na primeira história do Dr. Estranho como um mentor que vai ao auxílio do aprendiz sempre que o mesmo o solicita.

No entanto em uma história que envolvia o deus imortal Shumah-Gorath, a enorme criatura de tentáculos e ciclope que muito lembra o STARRO da DC Comics, se apossa da mente do mestre do mago supremo. Para libertar o mestre e evitar que o mal permanecesse na dimensão, Dr. Estranho, infelizmente, desfere um golpe fatal em seu mestre e bane Shumah para uma outra dimensão.

JÁ MORREU INÚMERAS VEZES

Dr. Estranho já morreu diversas vezes em suas histórias. Sempre com alguma forma de retorno. Em recente arco, ele morreu, e sua esposa Cléa, assume o posto de mago supremo com alguma ideia de retorno dele ao mundo dos vivos.

Em a Melhor Defesa, que traz os Defensores originais aos traços atuais de uma saga de 2018, o Mago supremo morre aos 80 anos em um futuro dominado pela horda demoníaca de Dormammu. Mas não antes de enviar um recado para o seu eu do passado usando a projeção astral, quando neste momento, já estava morto.

Em Dr. Estranho contra Drácula de 1972, ele também encontra o seu destino final quando é mordido pelo famoso vampiro. Mas sua despedida é breve, quando retorna para dar cabo do malévolo habitante da noite.

SE CASOU COM A SOBRINHA DO PIOR INIMIGO

Cléa é filha de Umar, irmã de Dormammu. Originalmente, os irmãos foram lacaios nas histórias dos anos 60, antes de se tornarem os senhores da Dark Dimension. Dormammu também não era tomado por uma chama incessante pelo corpo, e sim um ser humano normal. Mas sua forma de virar o que conhecemos como é hoje, foi bem simples, após um acesso de fúria, ele tomou o seu corpo em um invólucro de fogo infinito.

Cléa surgiu nas histórias nos anos 60 no primeiro arco que levava Dr. Estranho vs Dormmamu na primeira batalha da saga do herói e como sendo a primeira antes de receber a capa de levitação e o Olho de Agamotto como nós conhecemos. Antes disso ele era desprovido de tais artefatos familiares. Nesta época, a moça do cabelo branco não era uma personagem com alguma definição. Não tinha nome, nem era referenciada como filha de Umar e tampouco sobrinha de Dormammu.

Mas era uma habitante ativista da Dark Dimension. Após alguns números, finalmente Cléa foi chamada assim. E por inúmeros contos, os roteiristas exploraram o relacionamento do Dr. Estranho com ela, chegando a casar os dois. Mostrando inclusive o período durante e pós, quando os mesmos não estão mais juntos. Mas volta e meia, Cléa retorna ao auxílio do amigo.

Em 1978, para efeito de curiosidade extra dessa matéria, foi feito um filme chamado apenas de Dr. Estranho em que os personagem Cléa, Dr. Estranho, Wong e a Morgan Faye (Maga Morgana) da Távola Redonda do Rei Arthur e a ordem de Merlin) se unem em uma trama de duelo entre as forças do bem e do mal.

Quem vale mais: O canône da HQ ou dos filmes?

UMA BREVE INTRODUÇÃO.

Uma referência clara ao MCU, os filmes da Marvel sentiram uma intensa taxa de sucesso no século 21. Engana-se que não houveram tentativas anteriores a onda de ouro dos filmes que tem como marca registrada, cenas pós-créditos. Nos anos 80 e 90, não muito felizes, os longas eram precários em tecnologia visual e narrativa. Isso mudou.

No MCU, ou qualquer estúdio que faça filmes, baseado em alguma obra, livro ou HQ, sempre vai gerar um descontentamento porque nada garante que manterá a fidelidade do que foi concebido. Leitores de HQ afirmam um lado e expectadores outro. Quem está certo? A resposta é simples. Ambos. E vamos entender o porquê.

Ainda que possamos esquecer, toda obra de cinema carrega nos créditos iniciais um ‘baseado na obra tal’. Saiba que este ‘baseado’ significa ‘influenciado’ e não ‘originalmente transcrito’. Não é uma obra que copia o que está em um livro ou HQ, pode haver casos, como Scott Pilgrim que é uma cópia exata das passagens e scripts do mangá de mesmo nome.

Mas Senhor dos Anéis, Crepúsculo, Nevoeiro são exemplos de obras que foram adaptadas. Muito se fala que adaptação é um formato que exige leitura e compreensão para poder entender o que é plausível em uma página de livro e prático em um filme. Imagine uma cena na tela que pudesse traduzir o que uma página descreve o sentimento que acontece de forma interna? Livros são fontes mais ricas em descrição que HQs.

HQs em seu formato mais simples de entender é uma associação de passagens visuais, semelhante ao storyboard utilizado pelos roteiristas com trechos que narram e criam diálogos entre as personagens. Seria na prática mais fácil de adaptar uma história assim do que pegar um livro e extrair o que seria aproveitável. Enquanto um descreve muito o outro, deixa claro, mais o visual da ideia. Entre as facilidades. Os adeptos de livros e HQs travam uma guerra com que apenas vê a adaptação do cinema.

Ou trava uma guerra com o filme diretamente. Às vezes não estamos falando de como uma pessoa reage a outra pessoa. E sim ao estúdio. Em alguns casos, raros, os leitores se revoltam com o próprio autor. Como foi o caso de George Lucas. Muitos fãs de Star Wars diziam que ele estragara a saga, sendo que ele criou a saga.

Nos localizamos. E vamos agora falar sobre quem tem a razão no MCU: Leitores de HQs ou Expectadores (apenas) dos filmes.

MCU SEGUNDO HQS.

Em parte o estúdio da Marvel antes e depois da compra pela Disney, sempre adotou como qualquer outro estúdio quando ao criar uma obra baseada em HQs ou livros fazem. Eles seguem uma linha de narrativa e adotam o que interessa e descarta o que não é possível ser inserido na trama ou mesmo porque o diretor não se interessou pela versão do livro e ofereceu sua visão.

Nenhum filme de herói, seja Marvel ou DC, fez com total fidelidade as histórias e os personagens. Como se costuma falar, os personagens das HQs são muito mais fortes que os dos filmes por exemplo. Dá-lhe uma adaptação em cascata para entender que não é só “HQ-FILME” OU “LIVRO-FILME” que o cujo ou cuja sofre com o termo “Nerfar” (enfraquecer) ou pelo alterar a linha de como as coisas funcionam.

Em todo video game do Superman, por exemplo, todas as pessoas da terra tem um fragmento de Kryptonita em casa. Quando não tem, o Superman é um quase um cara normal que voa e tem visão de calor. Entre a HQ-FILME e HQ-GAME, Filme e Game sempre serão menos canônicos e mais ou menos fantasiosos.

O superman de Henry Canvil tem mais lado humano que o superman de Christopher Reeve. Eu não tenho certeza, mas qual superman você gostaria de ser? O que é um alienígena com poderes ou o que parece alienígena, finge ser ser humano, e tem menos poder que a versão 1978? Não tenho certeza, porque não necessariamente uma é menos que o outro. A força faz diferença isso é fato. Em 2006 com Brandon Routh, o superman conseguiu levantar uma ilha inteira para o espaço.

O superman de Henry Canvil não levantou aquela máquina de terraformação do General Zod. De um filme para o outro uma bela ‘nerfada’. Comparado aos poderes de Superman de 1978 não temos um leque interessante. Lembram que o Superman tinham o poder de jogar o S do uniforme como uma espécie de ‘teia’ no inimigo?

Ou a capacidade de se multiplicar? Não houve uma explicação, mas no segundo em 1980, ele podia está apenas voando tão rápido que surgia em vários lugares ao mesmo tempo. Ou mesmo o direito de revogar os seus poderes para viver uma vida humana e feliz (em parte). Lembram de Superman de 1978 que ao voar do lado de fora da terra no sentido contrário a rotação foi capaz de voltar no tempo, evitando a morte de Lois Lane e a destruição da Califórnia e do Estados Unidos?

Não sou um adepto de Superman em HQs, li algumas boas histórias dos anos 80-90. Mas o que sei de HQs é que todo personagem tem sempre uma saga que permite uma nova interpretação do personagem. Não é de todo imperfeito, que o Superman fosse uma espécie de mago no segundo filme, e no primeiro tivesse o poder de viajar no tempo.

Já em Brandon Routh não parecia errado ser um superman padrão. Em Henry Canvil inventaram de mata-lo. Claro que quem leu a Morte do Superman nas Hqs não deve concordar com a versão do filme. Aliás o homem de aço teve uma saga contra Doomsday que era bem mais icônica, dando ao personagem uma devida atenção. Que em Batman Vs Superman não houve.

Talvez até mesmo, separando os alhos dos bugalhos, a versão do filme foi sofrível independente da versão ser boa ou ruim nos HQs. Admito que até hoje não voltei a ver, porque não engulo também a rivalidade do Superman com o Batman no filme. E voltando para o MCU. É bem válido entender que nas histórias da Marvel, o padrão da Hqs que segue em qualquer estúdio é igual. A primeira história que eu comprei do Dr. Estranho, a melhor defesa, a versão ‘remasterizada’ de os Defensores (1971) com as artes atuais e outras histórias, o Dr. Estranho morre.

Em outra saga, da Empiricus (que li em parte), ele não morre, mas perde parte da Magia. A saga do “Universo à fora”, ele também perde a magia, mas completa, devido ao preço. Esse preço de magia não existe em todas as lores, para se ter uma ideia. Na versão do Dr. Estranho de 1963, a magia era algo manipulável do universo como o éter, e usa-lo não impunha um preço.

Em certas histórias, como em Arauto, Dr. Estranho tem a oportunidade de obter o poder supremo das entidades. Por um período pequeno. Mas ele reconstruiu a existência, após uma absorção absurda de poder realizada por Galactus. Essa uma história que impõe ao Doutor um dilema em relação a Cléa e ao famoso Mephisto.

Em outras histórias, o Dr. Estranho tem a possibilidade de recuperar a habilidade das mãos e voltar a ser cirurgião. Na versão do What If, ele não teve a mesma origem repetida em Hqs, a animação de 2007 e dos filmes. A batida de carro e o dano aos nervos das mãos. Ele se torna mago por outro motivo. Já teve versão má dele, versão mestre, versão aprendiz. Já foi arauto do Dr. Destino.

A persistência dessa mudança é que promove o personagem. Isso muda o Dr. Estranho. Ao contrário. As pessoas podem entender o mago supremo de diferentes formas possíveis. E apesar de que nas Hqs ele é mais forte do que nos filmes. Tem Hqs dele que ele não é tão forte assim. Tiveram poucos números ou vezes, em que ele assumiu poderes realmente majestosos.

Em 1989 com Tormento e Fúria, Dr. Estranho foi finalmente nomeado mago supremo. Engana-se que isso significa “Poder supremo”. Apenas o título tem haver com o arauto da dimensão Terra-616. Apenas. Em Wandavision quando Agnes aponta que a feiticeira escarlate poderia fazer até média com o Mago supremo, dado a lore do MCU e não dos Quadrinhos, podemos ter duas conclusões:

  • Isso significa um problema para Wanda Maximoff;
  • Ou isso significa problema para o Dr. Estranho.

Nas histórias em Quadrinhos, Dr. Estranho ser mago supremo não implica em temor aos seus inimigos. Acredito que inclusive os demônios achem até interessante este título e busquem um duelo com o mencionado mago para verem se conseguem além de dominar a dimensão, um título para colocar na cabeceira.

A própria Feiticeira Escarlate tem diferentes versões nas Hqs. Ora trabalha com Dr. Estranho, ora matou todos os personagens na Marvel, ora teve uma origem na Europa e outra nos Estados Unidos. No MCU, a brincadeira dos dois mercúrios só fazem sentido para os que entendem dessas ‘versões’ das HQS.

Nunca li a saga infinita, que renderam 5 volumes. No cinema rendeu 22 filmes, embora os filmes dos vingadores) é que contavam, ao total 4, para de fato a luta contra Thanos. Nas Hqs a manopla por exemplo não queima. Nos filmes queima. Ainda que eu cite essa pequena diferença, tem outras mais que fazem as adaptações no cinema seguirem uma versão ou intepretação.

Se você é leitor de HQ eu sinto dizer. Mas de todos os filmes, nenhum de fato seguiu uma lore consistente nas Hqs, e sim uma união de cada versão. Para os expectadores do filmes, não importa muito as Hqs. A partir de que a percepção desse público é versado nos filmes e não na construção da banda desenhada.

Se em Hqs você tem diferentes sagas dando uma versão do personagem. O filme é outra versão que segue a mesma linha. Queremos ver o nosso herói favorito descolando a cara dos inimigos, como naquela saga das Hqs que ele fez todo mundo de gato e sapato? Queremos. Mas temos nos atentar que tanto aqui como lá, as versões são diferentes.

Talvez até ajude você a pensar em como a saga infinita para o MCU poderia ter sido considerado um resultado do multiverso. Aliás, se perceberem, os filmes solos de cada personagem em comparação com os coletivos (Os Vingadores) não dá uma impressão que os heróis ali são diferentes e possuem até poderes mais intensos? Eu pelo menos senti que em Thor solo, ele era mais forte que o do Vingador.

Senti que o Dr. Estranho no filme solo era muito mais forte que o filme coletivo. E assim vai. Ainda é plausível. Multiverso. E esse detalhe vai deixa-lo(a) inquieto(a). Lembra da batalha em Wakanda contra o exército de Thanos e o próprio Thanos? Quando a Wanda e Visão mataram o Thanos? Lembram que ele chegou a morrer pela mãos dos dois…?

Se o Dr. Estranho não tivesse dado a jóia do tempo, eles teriam vencido ele ali. E lembrem que o Dr. Estranho deu a joia para ele. Seria um Multiverso ali? Por que o Dr. Estranho do outro universo não pensou em contatar o Dr. Estranho do problema das joias do infinito, para tocaiar o Thanos em um ciclo infinito como fez com Dormammu no filme solo, mas no lugar de parar a dimensão, ir para um mundo diferente?

O Dr. Estranho do filme solo teria matado o Thanos. O do filme coletivo comete erros básicos. Mas ainda sinto que é plausível. O Dr. Estranho nos quadrinhos também tem seus piores dias. E você pode optar por comprar a saga ou ignorar. Achar qual é a melhor opção e adota a que mais te interessa.

Então quem tem razão: Ambos.

Dilema do MCU: Nos cinemas x Hqs – Saga Guerra Infinita

Não é segredo para nenhuma pessoa que seguiu a produção da Marvel nos cinemas desde de 2008 até 2018 que o sucesso foi crescendo e ganhando proporção. Netflix ou Disney Plus ganharam séries solos ou arcos spin-offs do universo Marvel ligado ou não ao arco da Saga Infinita. Agora uma das série (na presente data, 21 de fevereiro de 2021), Wandavision um das séries mais vistas no mundo, esteja conectado ao próximo filme solo do Dr. Estranho que o subtítulo o Universo da Loucura, que trata de multiverso.

Para quem só assistiu aos filmes, tudo que representa Marvel era um grupo de super heróis lutando contra um titã louco. Quem era aficionado pelas Hqs, tinha uma vantagem porque entendia do que se tratava aquelas histórias e onde iria terminar. E quem lia as histórias do Dr. Estranho, sabia que o conceito de multiverso apenas acrescentava a história que aquele Thanos ali não era igual aquele Thanos dali.

O conceito de multiverso é quase uma novidade 100% para quem não lê as Hqs. É em uma medida de 15% novidade para quem lê Hqs. E para quem lê histórias do Dr. Estranho, não tem surpresa nenhuma. O mago supremo é cheio de arcos (lores) que viajam entre dimensões e nos oferecem uma visão holística da realidade da Marvel para os seus personagens. Os demais tem muito pé no chão. O que chega perto são os contos de Thor.

E aqui vem o dilema. Nas Hqs a saga infinita termina pior que a dos cinemas. O titã louco, Thanos, o alien roxo. Ganha a guerra. O universo de possibilidades indica que pelas Hqs, Thanos era o único interessado nas joias. Ninguém mais se importava com o conjunto de artefatos que era capaz de tornar você em um supremo deus. Mas apenas o titã do fim do universo se interessava por elas. Isso é no mínimo aquela piada pronta.

Depois as joias estavam escondidas tanto que nem os Vigias, o tribunal vivo, Galactus, Dormammu, Dr. Destino, Shuma-Gorath, alguns dessa lista deuses, não simbolicamente, deuses, entidades de enorme poder, nunca conseguiram acha-las. Mas Thanos um alien normal, conseguiu. Porque também era o único interessado nelas. Dormammu o inimigo do Dr. Estranho, é um ambicioso demônio que goza de dominar a Dark Dimension, mas cobiça a terra. Com as joias ele teria uma chance, mas perderia para o Dr. Estranho, talvez até aliado a sobrinha do arqui-inimigo, Clea. Com a amiga tecnomântica (Kanna) e alguns aliados no X-Men.

Mas ele nunca se interessou por bijuterias. Está mais acostumado a ser relegado ao inferno toda vez que tenta trazer desespero ao mago supremo.

Nos filmes, Ultron que me falha totalmente a consideração, porque nem lá e nem nas Hqs tive o interesse de procurar por ele. Um por minha parte e outro por parte das produções que parecem ter dado a ele um lugar sombrio a sua visibilidade. Pensando agora os filmes da Marvel deveria ter pelo menos 2 partes por filme. Homem de Ferro 1 – Parte 1 e 2. Não parece que os filmes dispostos foram capazes de passar uma mensagem de peso.

Em Dr. Estranho, o filme de 2016, senti que o mago supremo era o mago supremo. Tão igual quanto nas Hqs. Quando ele participou dos filmes vingadores. Não era o mesmo mago, tenho 100% certeza absoluta. Sem sombra de dúvidas. No primeiro filme, ele chegou a fazer projeção astral que um dos poderes mais famosos e chegou a viajar por dimensões e o universo quântico. Que o Homem-Formiga (Scott) precisa usar uma armadura especial e diminuir de tamanho para ter capacidade de fazê-lo).

É portador da joia do infinito. Lutou contra um demônio extremamente poderoso. Mas não venceu um alien roxo de 3 metros que tinham umas 6 bijuterias acopladas na manopla? Nas Hqs, algumas histórias de 2017-18 e 19. E algumas relíquias de 2015. São as que dão forma ao perfil do filme de 2016. Pois bem. Esse mago supremo mata o Thanos no café da manhã. Não é por preferência do personagem. Apenas que parece ter menos importância é que Thanos da Guerra Infinita não parece ter tido nenhum obstáculo:

  • Ninguém se interessava pelas joias, só ele, não tinha concorrência;
  • Era difícil de achar, mas ele conseguiu achar elas bem rápido;
  • Tinha herói super poderoso que no filme solo fez bonito, mas no Vingadores parecia um velho manco.

Sou adepto das histórias do mago supremo. E antes de conhecê-lo achei essa saga furada. Após conhecê-lo. Achei uma ofensa. Como o mago supremo não matou ele? Está certo que se considerarmos que só em Wandavision, a própria Feiticeira Escarlate pode mudar a realidade, mas não foi capaz de fazer nada contra o titã. Talvez esse seja o dilema do MCU que queríamos encontrar.

Os 22 filmes de 2008 iniciando com o Homem de Ferro 1 e terminando com Os Vingadores: O Ultimato, tenha ocorrido em uma dimensão fora da Terra-616. Essa dimensão por denominação da Marvel é onde ocorre a maioria das histórias do universo dos heróis. Há algumas histórias do Dr. Estranho, e demais heróis, mas vou citar do mago supremo, que acontecem em diferentes terras uma mesma saga com diferentes acontecimentos.

Em algumas dimensões, o Dr. Estranho é um herói disfarçado. Na Terra-616, Stephen Strange não esconde que é herói. Ele não tem uma identidade secreta. Em outra dimensão, ele é igualzinho à esse mago supremo. Mas possui uma identidade alternativa. Acredito que a Disney por deter os direitos pensou em creditar como terra-616 se fosse bem sucedido a saga (ao meu ver não foi, não é unânime, mas não foi como era esperado).

Ou considerar o que aconteceu no final de Ultimato. Em diferentes ocasiões após desfazer o que o Thanos fez. Há arcos novos dentro do mesmo universo. Neste caso podemos considerar que os 22 filmes nunca existiram e que por um Nexus de acontecimentos, houve uma criação de pelo menos 4-5 terras diferentes após o estalo de Tony Stark. Ou seja de 2008-2018 o MCU foi um um puro vácuo.

Ok. Ok. Você sente que esse texto foi forçado a sensibilizar que os heróis poderiam ter dado um troco melhor em Thanos. E que por desfeita, o autor, no caso eu, tenha fica ressentido porque os heróis foram massacrados sem ter uma oportunidade de fazer o que seria o mais correto, dar uma surra no roxinho? Está certo. Não só sinto que tenho que forçar este texto, como sinto que os roteiristas do MCU por 10 anos tem uma vida muito ruim para querer no final que Thanos mate todos aqueles que eles chamaram de heróis.

Até Chapolim mata esse cara. Mas o dilema foi de matar a memória dos 22 filmes. E partir para as versões solos de cada personagem. Neste caso a primeira grande produção após o fiasco da saga infinita (foi fiasco nas Hqs também). E agora favorecer histórias que fazem a pena contar. Vocês sentem que perderam seu tempo por 10 anos? Pelo menos gostei muito do Dr. Estranho em 2016. Não é menos mal que Lost, teve gente que disse que perdeu 6 anos de suas vidas assistindo a série sem noção.

Walking Dead…por aí vai. Prefiro ver filme onde o mocinho e a mocinha vence no final. Não estou muito ligado em filmes onde o mal triunfa. Gera um mal-estar imenso.