Magic The Gathering (1) – Estratégia ou Azar?

Leia também Magic The Gathering (2) – Estratégia de Magos

Batalha Épica de Magos.

Existe uma enorme gama de jogos que misturam estratégia com o fator sorte. Uns com mais indicadores para uns e outros. Talvez você seja um conceituado jogador de MTG, novato, um player canône ou um entusiasta de Board games e Decks. De qualquer forma, este post é para todo iniciante.

O universo do MTG tem suas raízes em 1993, quando o jogo ganhou vida e se tornou uma das maiores referências de jogos de cartas ao estilo batalha de Magos unido ao prazer de colecionar cards. Se você é um(a) adepto(a) de RPGS de magia, então MTG é sua praia. Tal como qualquer jogo, ele possui algumas regras.

E há um debate acirrado que fala sobre como o MTG é visto: Um jogo de azar ou estratégia? E isso define se você quer optar por joga-lo. Caso esteja procurando pelas características que vão definir o seu tempo investido. Ele é um pouco do dois, tendendo mais para um do que para o outro. Todo jogo do tipo Board Games, embora o Deck não possa ser considerado um tabuleiro, mas sim uma variante desta modalidade, concentra a jogabilidade em chances e domínio de táticas.

Para quem inicia, ele é um pouco complicado. Porque apesar das regras básicas, os formatos operam em regras avançadas com diversas exceções que deixam os mais iniciantes perdidos. Existem formas de entender esse mundo, é praticando. Sobretudo lendo e muito. Sobre Demo Decks, Decks Planewalker, Duel of the Planewakers, Pack Bundle e Pack Toolkit, que são pacotes de cartas voltados para quem inicia.

O problema é que eles estão basicamente fundamentados em regras simples do MTG, e quem se aventura no MTG Arena (online) encontra jogadores com Deck super PROFISSA e fora da realidade. Entre vitórias e perdas, você tem mais perdas do que vitórias. Por um bom tempo.

Multiverso, Planewalkers, crônicas e batalhas.

Magic the gathering é concentrado em batalha de magias. E esse universo é construído ao seu redor através de personagens, planos, guerras, conflitos e histórias. Recentemente a editora Planeta Agostini montou um lançamento da série que fala sobre cada Planewalker e sua relação com o mundo que vivem em 61 volumes. Com lançamento mensal de 3 números. Seja por assinatura ou compra em alguma store. (loja física).

Além da pessoalidade, cada Deck, mana e magos criam um estilo que dá uma possibilidade de cada jogador optar por uma tática. Ai que mora um pequeno problema. A personalidade do MTG esbarra em uma característica que os mais perceptivos irão questionar. Quase todo jogo de baralho prima por uma consistência em operações de probabilidade. Mas para os players de tabuleiro, jogar dados também define uma regra de sorte e azar. Não é incomum. Mas existe uma clara diferença.

O problema é se isso impede da estratégia pré-combate é afetada por uma regra que impede a execução dessa estratégia in-game. Muitos gostam do podemos chamar de “estratégia do momento”, mas aqui o que acontece é na verdade “Chances de você ter a estratégia do momento”. Voltando ao que esperamos ser um jogo de estratégia, se define pela ambiguidade, de ser um jogo de azar que por acaso a estratégia depende de uma boa mão. Como o pôquer, a única habilidade que o jogador pode usar é saber barganhar e persuadir quando vê que tem uma mão média.

Mas a estratégia não está direcionada ao poder da carta, e sim ao poder da negociação interpessoal. Quase como um jogo de enganação. Inúmeras vezes que joguei, onde percebi que a mão do adversário era bem melhor, ela já definia um ganhador no primeiro turno mesmo. Especialmente porque há cartas nos decks que podem criar uma espécie de círculo vicioso de conjurar, recuperar vida e fazer uso do controle dos passos do adversário. E aliado a sua má sorte. É um prato cheio para vitória para o outro.

Isso acontece da seguinte maneira. A personalidade do MTG é permitir que nós criemos uma afetividade com o multiverso, que é rico por sinal, e que nos permite escolher um planewalker para seguir sua trilha ou, criarmos nossa próprio perfil de mago. Tal como a opção de uma escola de magia: Conjurar, ilusão, destruição, restauração da energia, elemental e etc.  No jogo você tem 5 cores e cada cor representa um perfil tático. Mas não necessariamente você é obrigado seguir um deles, você pode combina-los e conforme sua ação, definir assim.

Parece perfeito? Senão fosse por um detalhe. Após você pegar um Deck pré-formado ou montar o seu próprio, e claro quando você cria o seu deck você tem em mente uma estratégia. Aliás criar um deck com certos tipos de elementos, exige um perfil de estratégia pessoal, correto? O detalhe é que durante o jogo você não tem permissão de pegar as 7 cartas iniciais, você deve embaralhar o seu grimório (deck\baralho) e tirar randomicamente (aleatoriamente).

E depois, por turno, deve remover uma carta do Deck também aleatoriamente. Ou seja, se você tiver a sorte de tirar terrenos para ‘farmar’ manas e umas boas criaturas, talvez você comece o jogo com vantagem. Mas se o seu adversário conseguir uma carta Verde chamada “Crescimento desenfreado” e unir isso com algumas magias da mana vermelha. É mais fácil conceder (desistir do jogo).

A ilógica dessa regra vem de dois princípios:

  • Que mago monta o seu grimório estrategicamente e depois na prática sai atirando para todos os lados?
  • Deck pré-montados não tem qualquer relevância, onde a probabilidade tirar um recurso depende da sorte pura.

Parte da estratégia é defendida pelo fato de uma carta aleatória definir o que se chama de cenário imprevisível. Na verdade, no pior caso (e na maioria das vezes), você pode ser um mago supremo, mas pode perder para um iniciante se ele tirar uma boa mão nos primeiros turnos.

Normalmente quando jogo no MTG Online eu tenho uma certeza, se a minha mão no primeiro turno não for boa, o jogo já está ganho para o adversário. Essa certeza consiste em dois pontos, e devem ser avaliados sob medida:

  • Ou você é um jogador iniciante e não previu os cenários possíveis;
  • Ou a repetição da jogatina lhe permitiu prever que o primeiro e o segundo turno a quem favorecer a melhor mão, pelo recurso da aleatoriedade das cartas, garantem o jogo para um dos lados.

MTG como crônica.

Se você gosta de mago, com certeza vai querer obter o jogo mais para ser colecionador. Embora a crítica maior e seja consistente na prática pouco estratégica e dependente de uma boa sorte, o jogo de azar é ainda um jogo que trabalha com probabilidade. O problema da probabilidade é que ela nem sempre favorece. E o simples fato da aleatoriedade sem uma regra específica de restrição impede da estratégia existir na prática.

A discussão é longa, mas para os iniciantes é importantes saber que o MTG é rico em mundos e personagens, mas um pouco pobre em diversão pelo fator definitivo da mecânica. Essa mecânica que você depende de ter uma boa chance ou criar uma estratégia jogo, baseado na aleatoriamente de ter sorte ou azar na mão.

Como qualquer jogo as regras podem ser restritivas, mas não podem depender da probabilidade para obter chance de sucesso em ações básicas e sim ao contrário, a estratégia precisa preceder a probabilidade. Como acontece em jogos de Board Games.

Em Board Games você faz uso da probabilidade também, mas ela é uma fator de decisão ou de solução. Ou seja para criar equilíbrio. E não para dar o ponto de partida. O termo é obter chance de sucesso ou ao contrário, fracasso. Mas ela não impede a construção do personagem, da abordagem, da escolha (o principal), do caminho, da tática. Normalmente você escolhe o personagem, tem conhecimento de cada habilidade inicial, vantagem e desvantagem e pode contar com isso de forma consciente.

Essa abordagem permite que você tenha escolhas. Quando você depende da probabilidade. Sua escolha, mesmo tendo sorte é direcionada por inúmeros fatores. Que na prática pode ser uma escolha irrelevante, para todos os efeitos. Você não controle do seu jogo por assim dizer.

Quando você tem um encontro ou faz uma decisão como vasculhar uma casa ou um baú o jogo normalmente pede que a probabilidade decida sua sorte. A lógica é simples de entender. Se você tem um personagem que é aventureiro ele com certeza terá mais chances no dado do que um personagem precavido que deverá ter mais requisitos que o impeçam desse sucesso. Digamos que o aventureiro precise tirar os números impares e mais o 6 para ter sucesso. Ele terá quantas chances? Muitas.

O mesmo acontece quando você luta com um personagem  precisa tirar no dado, e de acordo com a regra, você pode ter tantos acertos, erros ou mesmo acerto crítico. E para isso fazemos uso das chances, da probabilidade. Que a princípio nos gera um resultado aleatório no mapa mental. Nós não sabemos o nosso destino antes, mas podemos decidir se queremos ter uma chance. Você pode optar por lutar, fugir, esquivar, não se defender e etc.

Em MTG você não tem essa chance a não ser que tenha a sorte de ter essa chance. E isso se dá pelo fato que o seu DECK montado por você não pode ser consultado conscientemente. É o mesmo que você encontrar um adversário que é forte em magia de fogo e você tem magias de controle. Como um mago você não lançaria um feitiço para rebater as bolas de fogo ou você fecharia os olhos e lançaria o feitiço? A segunda situação é mecânica básica de MTG.

O que entra em discussão é que o MTG só tem estratégia, se sua chances de sucesso com as mais fortes cartas ocorrerem. E isso significa que a sorte guia a sua estratégia e nem sempre isso significa sucesso. Na maioria dos cenários, significa fracasso ou meio sucesso. Você pode ganhar por total desconhecimento da sua parte. Você é um mago sortudo ou azarado.

Vale a pena?

Depende do seu objetivo. Você gosta de colecionar. Sim. Se você gosta de magos e de colecionar. Sim. Se você gosta de estratégia. Você precisa compreender que o fator probabilidade é um pré-requisito para que haja uma estratégia. Sua mão pode ser tão ruim, que o jogo já está entregue ao seu adversário.

Embora o MTG possa ser considerado quase um jogo 100% de azar. Ele na verdade possui um sub conteúdo que é a estratégia. Mas apenas é possível haver um plano consistente de estratégia, de forma pontual. Como jogos de azar dependem da chance, pode ser que você tenha uma breve, pequena ou ilusória possibilidade de construir uma tática, estratégia não.

Por quê? Estratégia só seria possível, por isso a considero sub conteúdo, se ao montarmos o Deck tivéssemos o controle de escolher cada carta que a gente tira dele durante o jogo. E não podemos fazer isso. Como estratégia é um conjunto de ações que são construídas na fase pré combate, no momento de escolhermos o deck, o perfil do mago que queremos ser ou montagem do zero do Deck, estamos optando por uma forma de agir nas batalhas.

Quando somos impostos em realizar escolhas aleatórias, temos que considerar o total desprezo de qualquer estratégia. O que se utiliza na verdade é uma chance que pode se tornar uma tática de turno. Ou seja, é uma ação isolada para aquela situação. E que pode mudar na próxima vez, pelo fato de que não podemos olhar nenhuma carta do nosso Deck, então a tática não tem continuidade ela é uma ação isolada e a depender da sua sorte ou azar do adversário.

Se a estratégia fosse possível, qualquer partida do MTG demoraria vários turnos. E mais, haveria mais chances de um combate mais justo e mais divertido. Nenhum mago em sã consciência estuda magias e vai para uma batalha e escolhe uma opção totalmente aleatória ao perfil do adversário. Tenho certeza que se Dumbledore agisse como um ingênuo, Voldemort já tinha matado ele bem antes de Harry Potter nascer.

Na verdade a estratégia depende 100% das boas chances e ainda, se a cada turno essa chance se repetir ou melhorar, podemos chamar de estratégia. Por isso que a estratégia é existente, mas dependente 100% da sorte.