6 Dicas de livros para desenvolver hábitos de leitura

Obs: Nenhuma parte deste artigo foi escrita por uma Inteligência Artificial.

Antes, uma breve explicação…

Inicialmente procurei ao meu ver leituras curtas. Que foi como eu comecei ao reintroduzir após alguns anos sem uma persistência diária de consumo — exceto internet¹ (que não conta) — de livros, também não conta HQ². Há três obras que vou citar desse total proposto, que irão trazer conforto visual, para acostumar você a começar a gostar de ler. Vamos lá?

Antes de começarmos, convido-o(a) a ler antes o artigo de Dicas de Hábito de Leitura, nele eu explico um método que ‘cunhei’ para começar a criar hábito e cultura de leitura (notem que há uma distinção entre o dois termos) e assim essas dicas de livros irão proporcionar, acredito, mais resultado.

Há outro artigo que escrevi que falo da diferenças (e vantagens) de ler Livro e HQ, e não é um ataque direto à qualquer uma dessas como forma de favoritismo, mas que levanto que são ‘literaturas’ que promovem abordagens diversificadas. Se quiser, leia aqui. E como devem ter reparado exponenciei os valores 1 e 2 em internet e hq, que seriam notas de rodapé e aqui seriam postas no final, mas que fariam pouco sentido se fizesse assim, serão explicadas agora.

¹ Internet não é uma leitura de persistência, médio tamanho ou focada para construir hábitos (se você já tem, é diferente), mas para quem não tem ainda o costume der ler um trecho de livro todo dia, é prejudicial. Diferente desses dois materiais, Internet nos bombardeia com ‘dopamina’ sem passar e o livro nos permite acessar uma trilha menos instável de consumo, ficamos mais focados e entretidos. Não apenas menciono como destaco, que a internet possui em sua maioria (e preferida pelas pessoas) textos curtos carregados de erros de coerência e ortografia.

² HQ tem leitura, mas possui extravagantes quantidades de material visual, sendo este a maior absorção que se tem, comparado a um livro (apenas texto) e ainda mais para Graphic Novel (texto e imagem). Citei no artigo acima, que é sobre o debate de Livro e HQ, que pontuo a diferença entre os dois (nem melhor e pior). Mas hábito de ler livros, precisa de um livro que tem apenas textos. HQ possui mais apreciação visual do que verbal. Para este caso, não estou demonizando o gibi e sim ressaltando que não é o mais apropriado para definir costumes iniciais persistentes de livros.

E muito importante, um livro por vez. Você vai fechar o primeiro livro e prosseguir para o próximo. Não coloque a carroça na frente dos cavalos. Não pense em pressa, ler mais não significa nada se você não está preparado para absorver mais. Não se importe com outras pessoas que leem mais de um livro por vez. Ela estão em outro nível. Entenderam?

Como se trata de um início de costumes, ratifico a necessidade de seguir os métodos de cada livro à risca. Por quê? Para primeiro momento, você não tem a devida prática e paciência de se manter em uma obra com coerência, infelizmente por não ter a prática e a exigência diária de ‘dopamina’, portanto que ler rápido, devorar logo a obra, será apenas uma enorme perda de tempo. E no final, você não terá adquirido o costume de ler, nem de reter novos conhecimentos, palavras, significados e não vai desenvolver boa comunicação, memória e coerência em seus discursos.

Após essa definição longa, vamos as dicas vou justificar o porquê desses livros. Não reparem que o gênero que escolhi esteja mais para ficção científica, terror, suspense, fantasia e sobrenatural. Embora não seja do feitio gostar de romance (como gênero), drama e épicos (medieval e histórico), há exceções, não faria recomendação para quem está começando a criar motivação para leitura, porque são textos mais rebuscados e longos. E provavelmente você vai desistir de ler.

OS CONTOS DE BEEDLE, O BARDO (J.K Rowling, Apenas texto ,2008). #1

Em 2008, eles lançaram esse livro de capa azul que só continham textos, dou ênfase que você prefira este modo do que o Graphic Novel. Porque temos a tendência de procurar por algo menos complicado (imagens) do que permitir que o texto nos faça compreender descrições de pessoas e locais, e quiçá, situações. O âmbito aqui é de você conseguir abstrair do texto o que você não vê, mas poderia imaginar. Quando tiramos a dependência de algo visual (multimídia, audiovisual, visual e áudio) e apenas fazemos uso de palavras para chegar lá, você começa a adotar o livro como uma fonte de informação.

Método: Um conto por dia.

Por quê? Se você não tem hábito de ler textos mais longos, provavelmente é oriundo da internet, consumir mais contos não irá substituir seus hábitos em minutos. Mas vai criar ‘overdose’ de uma atividade que você ainda não absorveu o suficiente para gostar. Logo será uma atitude de desespero, fazendo-o pensar que ler o livro todo, estará contando pontos de vantagem.

TRIPULAÇÃO DE ESQUELETOS (Stephen King, Apenas texto, 1985) #2

Ao todo são 22 contos, sendo um deles o nevoeiro que possui mais de cem páginas. Neste caso, eu sugiro a leitura desse no final. O vocabulário de Stephen King difere bastante da dica anterior. Tem uma característica madura na escrita , um pouco menos acessível a maioria dos públicos, muitas palavras podem ter denotações confusas e ter um dicionário ao seu lado é uma boa tática. Razão pela qual eu sempre tenciono que a pessoa deva ler um conto por dia. Aprender novas palavras e passagens textuais, costumam ser uma frequente situação em livros.

Método: Um conto por dia.

Nota: A passagem “(…) um pouco menos acessível a maioria dos públicos (…)” por possuir certas palavras e termos, ditados e expressões que muitas vezes fazem mais sentido a cultura americana, aos anos setenta e oitenta, podem repulsar alguns a leitura, especialmente os ‘apressadinhos’.

O ESTRANHO MUNDO DE JACK (Tim Burton, Graphic Novel, 2016) #3

A obra é escrita e ilustrada por Tim Burton contando sobre o personagem de Jack em uma nova aventura que é o Natal. Portanto não é uma adaptação literária da animação de mesmo nome. Esta é uma leitura mais confortável que pode promover mais adesão sua a leitura em si. Você pode pensar que é uma dica mais infantil, mas ela serve como carapuça para os adultos também. E isso é justificável, porque quando somos crianças aprendemos a ler e escrever usando texto e imagem, para criarmos uma sensação agradável. E toda adaptação exige tempo e sensação de conforto.

Método: Como história única, a leitura é feita de uma vez. Mas há uma dica, leia o texto primeiro e faça a leitura visual depois. Não aprecie a arte antes de ler. Muito do que erramos em Graphic Novel é de não nos permitir a independência de algo que vemos para o que lemos. Se você opta por algo já construído (a imagem) e parte para o texto, você vai sem perceber, negligenciar os detalhes que se tratam de características, descrição de ambientes e situações.

STRANGER THINGS RAÍZES DO MAL (Gwenda Bond, Apenas Texto, 2019) #4

Como podemos unir o útil ao agradável? Stranger Things teve um merchandising que nos brindou com obras literárias que trilham narrativas antes da série e paralelas, preenchendo lacunas. Diferente do Stephen King, temos um texto como vocabulário acessível e médio complexo, porque não é uma leitura precisamente para o público jovem e não necessariamente apenas para o público adulto. E se você viu a série, terá uma motivação acentuada na leitura da obra e não excluindo, que se não viu, terá curiosidade de ver a série. Não há pré-requisitos para ler.

Método: Um capítulo por dia.

Por quê? Cada capítulo de uma obra bem redigida contém começo, meio e fim sobre uma ideia. Se você não tem hábito de leitura consolidado, ler um livro de uma vez só, impede retenção de informação. Você não está lendo o livro, está apenas passando por ele. O objetivo muitas vezes não é de se lembrar totalmente dos fatos, mas conseguir aumentar o acervo literário, criativo e eloquência.

POLTERGEIST (James Kahn, Apenas Texto, 2023) #5

Adaptação literária do Poltergeist – O fenômeno (1982) e O outro lado (1986) sem distinção de duas obras e sim como continuidade. A escrita não segue como se fosse uma cópia de roteiro e sim uma narrativa dramatizada com ênfase maior em destacar as relações dos personagens, que vemos na tela, mas não são intimamente trabalhadas. São os mesmos eventos, com adições de histórias paralelas para preencher explanações sobre o que vimos nos filmes.

Método: Um capítulo por dia.

H.P LOVECRAFT GRANDES CONTOS (H.P Lovecraft, Apenas texto, 1937) # 6

A escrita de Lovecraft é bem mais rebuscada do que Stephen King e está mais emparelhada com a mesma dificuldade que encontrarmos em obras de Agatha Christie, Edgar Allan Poe e Sir Conan Doyle. Desta forma você lerá com mais gabarito e terá mais retorno já afirmando para si que consegue articular expressões que muitas vezes não temos em nosso dia-a-dia.

Como em Beedle, o Bardo e a Tripulação de Esqueletos, o método é o mesmo. Um conto por dia. Acredito que com essa leitura, vocês estarão mais munidos, com uma certa resistência (fortificação) para começar a se aventurar em obras mais longas.

Método: Um conto por dia

Por quê? Diferente de Tripulação e Beedle, a escrita de Lovecraft costuma ser muito menos comum. Ele foi um autor altamente prolixo e descrito, para não dizer também muito repetitivo. Há duas obras dele como ‘A Montanha da Loucura’ (que influenciou a criação do Enigma de Outro Mundo) e “O chamado de Tchulhu” ganharam versões Graphic Novel.

Mas atentem para a versão de apenas texto para este primeiro momento. Criou-se conexões com fatos verídicos com de ficção, e as passagens nos textos são mais dinâmicas, como Stephen King, você terá flashbacks, fatos presentes e intuição futura explícita descritas no texto à sua frente, notar fragmentos como figuras de linguagem e metáfora, serão cruciais para o que eu chamaria de teste final.

CONCLUSÃO.

Cada livro aqui pende para sua disciplina. Entendo que somos compelidos a correr uma maratona até para subir uma escada. É de total entendimento que vivemos em um mundo que não para. E não sei se somos capazes de contabilizar quanto de conteúdo em uma hora conseguimos ver em uma sessão na internet. Mas sabemos por algum motivo de intuição humana, que não conseguimos memorizar ou reter alguma porção desses números.

Estar na internet não significa quase nada se não temos um plano. Ou intenção de estarmos lá. Absorção de novos conteúdos, o que fazemos diariamente, provavelmente não nos acrescenta quase nada, por ausência plena de concentração. Na internet a palavra dopamina se tornou pública e conhecida. Se fala nela o tempo todo, e muitas vezes, nem sequer entendemos o que isso significa para nós.

O corpo precisa de consumo diário, comemos e bebemos todos os dias. Por uma necessidade de sobrevivência. Mas o corpo não pensa em comer uma bela picanha, ele pensa em comer. Ele precisa sobreviver. Para este tipo de mecanismo, não raciocinar, é apropriado. Já imaginou se seu estômago está chateado por ter que comer todos os dias arroz e feijão? E agora de rebeldia ele resolve impedir que as vitaminas sejam utilizadas porque você não o atendeu em seu desejo?

Para a nossa biologia, o processo de entrada, processamento e saída é feito sem qualquer necessidade de como isso funciona. Mas isso é para nossa biologia. Nós como humanos, senão processarmos conscientemente o que estamos lendo, nos colocamos em uma situação de dilema total. Porque não estamos aprendendo coisas novas. Você estar em um vídeo de internet, a depender do tipo, não estará em momento algum evoluindo.

Já contabilizou em um dia de 24 horas o tanto que você fica na internet vendo reels, stories e vídeos engraçados e nem precisa que sejam cômicos, pode ver aqueles de fofoca de celebridades ou notícias mais concisas a necessidade pública, que seria informações sobre filmes, séries, cursos e etc. O quanto que você vê por dia e o quanto você aprende sobre isso e na prática executa? Já fez ciência sobre isso? Acredito que na maioria das vezes, nem sequer pensamos.

E a leitura, ou qualquer trabalho manual, nos exige pensar. Raciocinar e compactar a uma lógica, o que aquilo significa. Fazer um desenho na mão, pintar a mão, fazer carpintaria, crochê\tricô ou reparar algum maquinário, terá mais resultados práticos para você ou eu, que ficamos horas à fio apenas nos entretendo com um surto de dopamina (que não acaba) vendo na maioria das vezes conteúdos que não nos agregam em exatamente nada.

Criei este artigo, junto aos outros dois que estão agora na categoria LITERATURA aqui do site, para dar um gás inicial para quem está procurando agora realmente crescer. E sair da estagnação. Até parece uma provocação, mas sair da estagnação não é a palavra da vez. Nem aquele termo enjoado — sair da zona de conforto — cedo ou tarde, por natural movimento, somos obrigados a sair. A diferença é se você decide ou o movimento é que te empurra. No segundo caso, nós não estamos exatamente preparados.

E o ditado — ‘construir um avião em pleno voo’ — parece tão motivador. Mas na vida real é um caos. Não iremos conseguir em pleno voo montar um avião. Já se perguntou o que é preciso para montar um avião? Pensa que sua queda livre com ele não é infinita. Uma hora a gravidade lhe causará o pior impacto da sua vida, talvez o seu último da vida, quando você e essa gerigonça caírem você talvez possa infimamente refletir. Talvez não. Se sua sorte estiver atualizada (ironia), ela cairá sobre você.

Movimentos são sempre silenciosos. Mas estão lá. Podem ser avistados em muitos momentos. O que fazemos é ignorá-los. Achando que somos imunes a essas mudanças. Vivemos um século diferente. Tecnologias, informação digitais, fakes news e uma intensa atividade de inúmeras pessoas (bilhões) contribuindo positiva e negativamente todo o processo, sem podermos em tempo — retificar — e aparar ações que irão nos beneficiar ou prejudicar em baixa ou larga escala. Em resumo, tudo anda rápido hoje, e isso significa, que não estamos vendo o movimento ali e vai acontecer.

Há pessoas que dizem sobre uma retomada de atividades analógicas (tradicionais, manuais) e outras que o momento digital (moderno) será desfragmentada ou, fundida, com outras áreas de saber que exigem a reflexão. Este último é o que torna este artigo essencial. Como você reflete, sem raciocinar? Diferente do nosso organismo, não podemos apenas agir sem entender o que a ação irá desencadear. Ou podemos? Até a próxima a pessoal.

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