Em 2013 a Eidos e a Crystal Dynamics recriaram a série da famosa arqueóloga Lara Croft, a famosa Tomb Raider (Caçadora de Tumbas) que há 22 anos roda o mundo atrás de relíquias, civilizações perdidas e segredos. O que foi considerado ‘fracasso’ após Underworld iniciou uma história nova sobre a personagem, que segundo a Eidos, se resume a três títulos.
- Tomb Raider (2013)
- Rise of Tomb Raider (2015)
- Shadow of The Tomb Raider (2018)
Com a inclusão de um mundo semi-open world e com um dinamismo inédito ao ambiente e aos polígonos mais refinados e complexos dos personagens, Tomb Raider se tornou uma nova franquia da série mais aclamada. E agora finaliza a obra com uma história que trata da profecia Maia.
História.
Em Shadow of The Tomb Raider o fim cai sobre os ombros de Lara Croft quando enterrada em templos sob a terra junto de seu amigo, Jonah, ela acaba despertando o relógio do final do planeta. E a corrida atrás da caixa de prata e a cidade oculta ganha início. A novidade também se torna uma experiência bem positiva, pois temos uma referência muito grande, como homenagem, ao Brasil.
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O Rio Amazonas corta o país Peru com a fronteira próxima ao país, criando uma esfera mais doméstica. O cenário é uma grande floresta, mas como nos jogos anteriores, divididos por setores onde você pode optar por andar a trilha até cada um ou usar a viagem rápida através dos acampamentos.
No Peru é possível concentrar que a aventura vai ser longa. E talvez o fim do mundo demonstre o verdadeiro segredo oculto de Lara Croft, pois tanto quanto em 2013, o mistério ainda ronda a família dela. Entre Trindade e a profecia Maia, temos uma sobrevivente sedenta pela verdade.
Personagem.
A trilogia nova redesenhou como nós víamos Lara Croft na versão original de 1996. De uns tempos para cá, o público da heroína ganhou adeptos com a ideia de que ela deveria ter mais do que aventuras, e sim uma personalidade. Uma história, um background. E em 2013, nós iniciamos a jornada da caçadoras de tumbas desde do princípio.
Em 2018 vemos uma Lara Croft mais madura e segura do que procura. Embora o conceito de ‘sobrevivência’ desde do primeiro título até aqui tenha diminuído a necessidade real de survivor. Uma vez que nos aproximamos mais da solução de puzzles do que o aspecto de craft ou modo sobrevivência.

A proposta de Tomb Raider e Rise nunca foram de transformar a série em uma espécie de Castway onde seu personagem é um Robison Crusoé. Embora a propaganda desse a entender que sim e ainda mais neste terceiro título, onde o que temos de grandioso é mais a revelação da personagem, seu passado, seu presente e quem sabe, o seu futuro.
Quem jogou todos os títulos anteriores, vai perceber que Lara Croft é uma personagem que ganhou um pé na realidade com tanta força, que a produtora Eidos fez um excelente trabalho. A interação, desde a jogabilidade, gráficos, ambiente e narrativa, demonstraram que a trilogia se consolidou como um grande sucesso.
A cooperação entre Lara e outros NPCS, em especial Jonah, faz lembrar de jogos como de Naught Dogs, o famoso Uncharted, mais do que nunca Shadows of The Tomb Raider, consegue confundir os dois títulos.
Ambiente.
É grande, talvez não maior que os anteriores como afirma o Marketing da Eidos. Mas é mais versátil, é novo, é bonito e tão real, que observar um sapo na pedra se torna um passatempo divertido. É claro que apesar da modalidade ser open world, a liberdade não é a mesma de jogos do gênero, ainda seguindo a liberação de cada setor do mapa conforme o progresso.
E a transição entre as áreas dependerá também de um caminho único. Ou por meio de deslocamento a pé ou uso dos acampamentos com viagens rápidas. Ainda que isso seja um limitador de exploração, o ambiente garante mais interação e beleza que os anteriores construídos.

Embora o modo MAPA permita pensar que a trilha é imensa, os inimigos no caminho podem dar essa impressão de ‘grande’. Mas você leva uma média de 25 minutos, tirando os loadings ou atrasos, para através da ponta inicial do Peru até o final dela. Era mais ou menos a mesma média dos mapas dos jogos anteriores.
O que ambiente oferece mais do que essa ‘grandeza’, é a possibilidade de explorar, de achar colecionáveis, tumbas escondidas, itens, animais e claro se esconder no ambiente. Um ponto que se acrescentou é a possibilidade de usar a cerca viva do ambiente para se camuflar, algo que se só era reservado aos arbustos.
A percepção dos inimigos está mais real, e os trajes para combinar com seu estilo de luta e benefícios de combate estão de volta para acrescentar mais vantagens em campo. Você opta: Stealh ou sai atirando. Lembrando que ataques furtivos sempre geram mais experiência.
Jogabilidade.
A árvore de evolução de Lara ganha uma nova interface, mas mais do mesmo. Apenas que alguns elementos de TB 1 e RTB (Rise) foram integrados neste último. Oferecendo uma visão progressista a personagem, que após algum tempo, se tornou mais experiente. Podemos compreender que a Lara de Shadow está mais para a Lara do primeiro Tomb Raider (1996).
É importante investir em algumas habilidades que vai mais usar de início. E isso conta, porque na prática aumentar as habilidades para fazer vestimentas, armas ou aumentar as habilidades de combate furtivo ou não, garantem mais facilidade ou dificuldade em diversas partes do jogo.

Fica como uma dica, que para início, ter a habilidade de localizar o coração da fera, possa tirar a Lara de uma armadilha no início da jornada no Peru. Mas que essa habilidade se torna quase inútil depois que você enfrenta o grande Jaguar. É mais fácil consumir pontos em investidas furtivas contra soldados da Trindade.
A sobrevivência gritada aos quatro cantos não é a sobrevivência que os jogadores estão acostumados em jogos com estilo. Craft ou suprimir necessidades básicas. É apenas uma caracterização da personagem. O que temos um aperfeiçoamento da Lara de 2013 para uma Lara de 2018 com carinha de 1996. Ela é experiente, então o fator sobrevivente se tornou um duplo sentido: A morte dos seus pais e o mundo ao redor.
Fora esse ‘termo’ que pode deixar algumas pessoas afoitas à toa, Shadow consegue prender a atenção por conta dos puzzles, que dão um prolongamento a série. Mas que faltou um open world que permitisse uma exploração total de Peru, pois não é possível andar por todo o matagal escolhendo a abordagem ou tática, ainda temos um jogo filme (movimentos encenados).
Prós e Contras.
Shadow of The Tomb Raider é uma conclusão da série Tomb Raider reiniciada em 2013, explicando de uma outra forma como em 1996, Lara Croft, se tornou a caçadora de Tumbas. Não foi obra do acaso, e quem viveu cada etapa de transformação dela, compreende que esse era o objetivo dos desenvolvedores.

A dedicação em construir um novo mundo e contar essa história demandou que certos recursos ou mesmo funcionalidades entrassem em curso e outros fossem desconsiderados. Mas que encara jogadores que querem mais do que é oferecido, eis alguns prós e contras do jogo.
PRÓS.
- Ambiente rico, detalhado e vivo;
- Animais com movimentos orgânicos e combates mano a mano;
- Narrativas dos personagens cativam;
- História de finalização de Lara Croft;
- Puzzles muito bem construídos;
- Habilidades postas à prova: Rapel, Escalada, armadilhas e exploração;
- Permite escolher o nível de cada dificuldade para diferentes tipos de categoria: Combate, Exploração e Sobrevivência. Permitindo uma personalização de jogabilidade.
CONTRAS.
- Jogo curto (A média aumentou apenas 5 horas – 12 horas [TB e RTB] este é próximo das 18 horas;
- Extras se resumem a New Game + e refazer Tumbas Escondidas através do Menu
- Não há acesso a Mansão da Lara Croft;
- O Mapa não é tão grande assim, ainda é setorizado e existe uma limitação de desbravamento;
- Alguns loadings são bem demorados;
- Existem alguns bugs que impedem Lara de escalar a parede;
- Apesar dos Puzzles, tumbas desafios e chefes, eles são bem mais fáceis que Tomb Raider de 2013, impedindo de apreciar melhor a aventura;
- Apesar do termo sobrevivência, não temos de fato um modo survivor, como acontecia em Rise, que usava um modo Trial que gerava impacto de frio e você tinha um tempo para sobreviver por uma noite (Hidratar, aquecer e comer) até a vinda da ajuda, em Shadow você não tem nem como bônus ou como formato do game.
Nota Final.
Shadow of The Tomb Raider é um jogo que se classifica como muito bom, mas não excelente. Essa é a nota que dei para Tomb Raider (2013) e Rise. Uma vez que suas inovações eram visíveis. Entre gráficos, interatividade e exploração, era esperado que Shadow conseguisse de fato não apenas finalizar uma história, mais deixa-la livre para exploração e a mesma tivesse um quê de Sandbox no mínimo.

Muito embora a proposta da Eidos sempre foi de contar uma história, o caminho adotado em Rise insistia em um modo Survivor integrado a jogabilidade e a propaganda embora não fosse direta a esse objetivo, também criava essa imagem de survivor visto em mapas bônus de Rise.
O que temos é um jogo que dá um ponto final na história da nova Lara Croft. Da fantasma Japonesa de Yamatai a profecia Maia, essa é a série Tomb Raider que todos conhecem. Alguns foram contra a ideia de Angel of Darkness, tirando a caçadora de Tumbas para becos e ruas de Paris, mas que retorna através de uma Skin durante o jogo.
A procura de um Open World que desse a Lara Croft o verdadeiro significado da sobrevivência através de um modo survivor, nós temos um Tomb Raider com a roupagem utilizada por Uncharted. Que promove os belos gráficos e o dinamismo, rico em narrativas jeitosas e que permitem jogar um filme em formato de game. Tomb Raider apesar de muitos pontos que precisava melhorar ou incluir, conseguiu finalizar.
Nota: 90.0

