Mãe

Mãe (Mother!) é um filme dirigido por Darren Aronofsky o mesmo de Cisne Negro estrelado por Jennifer Lawrence, Javier Badem, Ed harris e Michelle Pfeiffer com o tema de Drama e horror.

A história conta o envolvimento do casal em que os nomes não são revelados ao público, isolados em uma casa no meio da floresta, o poeta que não consegue inspiração e a mulher que dedica seu tempo integral a reconstruir a casa. Uma casa que pertence ao poeta, no passado sofre um incêndio destruindo tudo. A única peça recuperada é um diamante adquirida de um pedaço de carvão.

A primeira cena é de uma mulher banhada de vermelho (sangue) com uma expressão conformada e partimos para cena de um casal campestre. O filme é confuso, foi preciso ler algumas conclusões e analisa-lo de perto. O diretor de Cisne Negro conseguiu em sua obra recente ser mais profundo na mensagem. Quem viu a história de Nina Sayers (Natalie Portman) sabe que de ficção o filme não tinha nada, mas sim a transformação psicológica do ator em assumir um papel e não conseguir sair dele.

A cena final demonstra a tragédia, e muito remete ao papel que podemos reprisar ao ver Arquivo-X  no episódio 14 da 3ª temporada “Grotesco”.  O antigo mentor de Mulder, Patterson mergulha tanto no pesadelo de sentir na pele do criminoso que passa a ser o próprio.

Mas em Mãe! o diretor se supera nos mecanismos da religião e do misticismo. É preciso rever o filme inúmeras vezes para interpretar por si só o que ele quer dizer. Dado os inúmeros relatos que li pensei que teria um filme sangrento nas mãos, talvez a parte mais pesada seja da morte do bebê. Mas comparado ao filme de sequência da atriz, Red Sparrow, Mãe! é mamão com açúcar.

Os filmes do diretor sempre somam uma mensagem enigmática, trazendo vultos de suas crenças, pois o que ele acredita passa a desenhar no filme. Se trata do testamento e do apocalipse. E um movimento de ondas que fazem o longa ser bastante nebuloso é que você não compreende isso se não perceber a atuação de ambos os atores. Por um lado, como temos filmes que apostam em uma narrativa muita vezes sem pé e nem cabeça, alguns por terem roteiros ruins mesmo, o filme peca não por ser ruim, mas por se esbarrar nestas possibilidades.

Logo de cara, ele é muito parado. Demora a dar as caras as interpretações. Não pense que é um filme de ficção ou até mistério como é categorizado. Ele é um filme de drama épico. Onde uma vez revelado do se trata, vemos uma história sendo contado com figuras linguísticas sobre uma encenação religiosa. Uma peça de teatro em formato de vídeo onde a religião é interpretada com simbolismos atuais.

Depois de uma passagem do filme, a segunda vez e em diante se torna um filme dramático onde as personagens ganham força no sentido do que o diretor quis dizer. Ele só precisa de uma chance. Embora a conclusão de muitos é de você odiá-lo ou ama-lo a verdade é que você não tem como fazer isso antes de compreender.

As atuações não são vazias como li. Elas são intensas. Pois precisam esconder a realidade do espectador, mas são confusas porque a linguagem escolhida por cada personagem é aquela referente seu personagem. A Mãe, o poeta, as pessoas e a casa. Se você conhece a história agora, como perceber cada papel? O papel quando definido, a língua deles é facilmente decifrada.

Porque a personagem da Jennifer Lawrence não luta contra os agressores? Porque o poeta parece não pensar duas vezes em sua vida relacional, mas se dedica a ajudar estranhos. Quem são as pessoas que entram na casa como se fosse uma passagem aberta?

O filme é para pacientes. Da mesma forma que parece Matrix um filme de ação e ficção. Ele é um filme rico em mitologia. Que na percepção mais profunda, seria bem complicado de assisti-lo, se a trama fosse toda trabalhada em cima da reflexão e não do tempo de bala. As lutas só deixaram o filme mais ‘acessível’. O conceito da história Neo, Oráculo e Arquiteto já cria uma complexidade, que sem a ação, teria matado a audiência.

Seria um filme cerebral demais. Filmes que acometem uma história carregada de simbolismos não possui uma vida útil, isso porque se torna chato sem termos uma atividade que demonstre ação. E ação não significa pancadaria, mas sim uma mudança de estado. A Mãe é um pouco parado, possui um único cenário (a casa). Repete muita cena, repete muita sensação.

O mesmo melodrama, a mesma cena de conflito. São 120 minutos que criam um ciclo para entender o aumento de tensão. É compreensível. Mas este filme é voltado para um público específico. Alguns que procuram pela temática de Birdman podem ter um interesse profundo em a Mãe. Ambas produções muito bem construídas, deixam no ar que a conclusão não termina por ali.

Vale a pena? Dê uma chance. A temática não é para todos. Mas não custa nada assistir o filme e entender o que achou.

Trailer Jogos Vorazes – A esperança (Parte 1)

Katniss Everdeen (Jenniffer Lawrence) chega para mais um episódio contra a Capital. Após vencer duas vezes o torneio, agora a batalha começa das cinzas do seu antigo distrito. Ela precisa mostrar força, e ao mesmo tempo defender sua vida e de sua família, numa guerra que vai mudar a face do mundo. O filme estréia no Brasil em 20 de novembro. Confira o trailer divulgado pela Lionsgate.

 

Pôster do filme "Jogos Vorazes - A esperança parte 1" (Imagem: Reprodução)

Pôster do filme “Jogos Vorazes – A esperança parte 1” (Imagem: Reprodução)

Jogos Vorazes em Chamas

Filme político e rico em tramas: Comece a revolução.

Toda boa crítica que se preze de um bom crítico resume em ser um estudado do assunto, não adianta querer moldar uma opinião baseado numa parte de uma obra, porque não estamos falando de barroco aqui, estamos comentando sobre uma expressão moderna que precisa de todos os fragmentos para ser entendido, encerrei a leitura do livro Jogos Vorazes e em Chamas. Assisti aos dois filmes e conclui: Eles acertam em cheio.

Jogos Vorazes em Chamas (Foto: Modificada/Mundo Pauta)

Jogos Vorazes em Chamas (Foto: Modificada/Mundo Pauta)

Você já leu o livro? A frase final – “Katniss, o distrito 12 não existe mais” é uma última fala no filme encerrando bruscamente, imagine que essa é a mesma sensação que temos ao ler o livro. Eles acertam em cheio. Foram no foco e souberam como transformar 413 páginas em um filme de 120 minutos.

Frases e diálogos tirados do livro de forma fiel, a primeira pessoa em Katniss é notável no filme, não se perde a esperança, aliás o nome do terceiro título. A série está fechando o ciclo, e a revolução contra a distopia e aquela capital afetada e anarquizada pelos pacificadores terá o fim merecido.

Breve ideia.

Esta séria nos faz pensar numa realidade nem muita diferente da nossa. Em certas cenas do filme, tal como li, dá a impressão da manifestação ocorrida no Brasil em julho deste ano. Uma palavra do povo, significa execução em público. Um movimento em falso, significa uma resposta política. O filme não é jogo sangrento ou mortal, este segundo traz como Katniss e Peeta tentam evitar uma guerra com a capital.

É um filme político, a trama é toda narrada numa espécie de “relações públicas e viagens a negócios” longe de ser uma chatice e sem sentido. A parte dos macacos e a névoa? Não se preocupem, fizeram por merecer. As cenas do filme condizem com o ritmo do livro, não imagine portanto ver o livro projetado, o filme não tem o mesmo ritmo do primeiro – MATANÇA.

Aqui entra a ideia do que o telespectador entende sobre Panem. Aqui entra o verdadeiro discurso inteligente, que mata mais do que a carnificina ocorrida na edição 74. É um verdadeiro golpe de estado, a cadência do filme pode cansar alguns. Mas é um filme que valeu o preço.

Nota.

A nota que pontuou é 86.0 – esperava uma narrativa mais previsível. Esta característica é pontuada como negativo por muitos analistas e escritores, mas ela tira um pouco do tédio de certas partes, nós ficamos a espera de dizer – “Eu não disse?”. Os efeitos gráficos cumpriram com a ideia transmitida foram limites entre o POV¹ de Katniss e a visão geral do mundo á sua volta. O destaque fica para os raios na arena.

A narrativa, a descrição dos cenários e personagens e os diálogos seguiram a risca o livro. E apesar de ser um filme sequencial, o segundo detenho até por ser independente, não dos fatos que isso não teria possibilidade, mas do valor. Que é a definição de uma revolução. O conflito de abster pelo seu povo, a política necessária para evitar um massacre e a estratégia aplicada pela resistência.

Como continuação não apenas cumpriu como manteve a conexão dos fatos do filme anterior, e dentro do corpo da trama é possível entender qualquer acontecimento passado. Realmente foi um ‘BOOM’. Indico que as pessoas não devam ver o filme com a expectativa de ver uma batalha,e sim de ver um processo de construção na libertação de Panem, nos conflitos pessoais e políticos, na trama e conspiração da capital e no idealismo anti-utópico da obra. Como disse, este filme é para um debate inteligente.

¹ POV signifca Point of View (Ponto de vista) é identificado como uma orientação do cinema em roteiros para câmeras na primeira pessoa. O personagem normalmente nesta condição está no estado de reflexão, pensativo ou ‘ao seu modo’.