Japonês (49) – Estudo de Katakana: Cores (1)

Como em Estudo de Kanji, em Katakana o ponto será analisar os significados, mas um pouco diferente para o caso desta escrita. Katakana é utilizado para o estrangeirismo e para ressaltar algumas palavras. Mas de um modo exagerado e praticamente sem ‘regras’, nós ocidentais usamos o Katakana para representar tudo, desde de palavras estrangeiras à originais do idioma japonês. Praticamente o seu uso se torna “universal” e acaba complicando o meio de campo. Vamos lá!

Vamos ver as cores, e isso de uma forma bastante curiosa, até professores (descendentes de japoneses) ensinam o uso como sendo, alega-se, o mais usado no Japão e não é bem uma realidade. No Japão, é usado KANJI para representar as cores. Katakana o uso é muito restrito (em particular) e específico as áreas turísticas. E quando falo em particular e específico, é que nem tudo que está na área turística está em Katakana.

Já vimos em outra publicação as cores, mas vamos ver as que são grafadas em Katakana e oriundas do idioma inglês. E entre parênteses eu vou colocar a palavra existente no idioma japonês (em Hiragana e seu correspondente em Kanji). Já li comentários de pessoas que tinham dúvidas se o idioma Japonês era todo ‘estrangeiro’ por conta disso.

Há duas cores que são convertidas ao KATAKANA:

  • Laranja para オレンジ (ORENJI) que vem do ORANGE
  • Rosa para ピンク (PINKU) que vem do PINK
  • Cinza para グレー (GURE-) que vem do GRAY

A maioria das cores são representadas em KANJI, mas algumas soltas se referem ao estrangeirismo, foge muitas vezes a explicação de como e quando foi adotado. Vamos as cores que são usadas o estrangeirismo, mas há o mesmo em hiragana e kanji (ou seja, origem japonesa):

  • Laranja é 橙色 (DAIDAIRO, だいっだいろ), a palavra DAIDAI significa ‘fruta laranja’ o IRO significa COR, se pegamos “Cor da fruta laranja” temos a cor laranja;
  • Rosa é 桃色 (MOMOIRO, ももいろ) a palavra MOMO significa “Pêssego”, na paleta de cores o Pêssego se refere a cor (que tende) a ser rosa. Ela começa clara parecendo até um laranja claro, mas a cor mais acentuada é o rosa. E como acima, o IRO é cor, temos “Cor do fruto Pêssego”;
  • Cinza é 灰色 (HAIIRO, はいいろ), a palavra HAI (não é sim) neste caso se refere a cinzas (cinza de fogo, cinza de fogo apagado) e IRO a cor. Quando se fala – “Cor das Cinzas”.

POR QUE É IMPORTANTE ‘APRENDER’ A PALAVRA ORIGINAL DO JAPONÊS?

Muitos lugares ensinam o Katakana, quase como uma escrita predominante do idioma com as justificativas que daquele modo é mais usual, mais visto no dia-a-dia. E não é exatamente uma realidade. Katakana tem alguma presença, tanto quanto o idioma original tem. Ou seja no mesmo lugar você pode ver um ORENJI e ter um DAIDAIRO. E em muitos outros lugares só tem o KANJI.

Outro ponto é que nenhum LIVRO (não é revista ou mangá), LIVRO só é escrito em KANJI. Tem hiragana, mas em sua maioria é KANJI. E você não vai ler ORENJI. Vai ler DAIDAIRO. Não vai ler PINKU e sim MOMOIRO. É importante estudar o idioma propriamente dito e não o estrangeirismo, que em parte você estará “negligenciando” o estudo em si.

Japonês (48) – Japonês vs Chinês: É mais fácil?

São duas línguas similares, não são tão distantes como a gente ouve falar por aí. Japão foi influenciado deveras pelos ideogramas (Hanzi) chineses, muitas das histórias, mitologias e até trejeitos foram transmitidos entre os dois povos. Quando a China era China, o Japão foi registrado pela primeira vez como o povo de Yamatai que vivia na Ilha de Yamatai.

O termo Nippon que muitos também conhecem foi o segundo nome, até ser Nihon, o que é hoje. China em Hanzi pega dois ideogramas que significam “País central”, porque eles se consideravam (e consideram o centro do mundo. Japão significa “Saber do Sol, Doutrina do Sol” não literal já que estamos falando de ni (日) que significa sol (a depender, dia ou segunda-feira) assim associado a outros Kanji. E hon (本) que pode ser traduzido como livro (e pode ser combinado para virar constituição, estabelecimento, nacionalidade, demarcação).

Em Chinês se usa os mesmos ideogramas mudando apenas a pronúncia que riben. Do contrários termos outras similaridades e diferenças. Vamos lá!

CHINÊS VS JAPONÊS: IDEOGRAMAS E PRONÚNCIAS.

A pronúncia do Japonês difere quanto a posição do KANJI em separado (Kun’yomu) e combinado (On’yomu). De tal forma que Manabu (学) e GAKU (学) quando este associado a um adjetivo (ou qualificador) e outro sufixo como é o caso para formar a palavra escola. Em Chinês você não altera a pronúncia de separado e combinado, isso já torna o chinês um pouco facilitado.

No Chinês simplificado, que no caso o Mandarim que todos estudam, não é exatamente igual. Alguns ideogramas tem um traço a mais ou a menos, tem uma volta extra ou até uma direção ínfima diferente. Mas a maioria possuem o mesmo significado com pronúncia diferente. Sim um chinês conseguiria entender alguma parte de um texto simples em japonês e vice-versa.

Consta que todos os KANJI japoneses existem no idioma chinês, o contrário não. Há 10 mil Kanjis contra 50 mil Hanzis.

ESCRITAS.

Chinês só tem uma escrita, o uso do Hanzi. Possui uma gramática menos complicada. Japonês tem três escritas (prioritariamente depois se usa mais Kanji com do que hiragana em uma distância absurda do uso do Katakana. No início você usa mais hiragana e depois vai migrando para o Kanji.

GRAMÁTICA.

Chinês é bem mais fácil. A gramática é exatamente da língua portuguesa. Se escreve e fala do mesmo jeito. As pronúncias são iguais para hanzi separados e combinados.

Japonês tem uma estrutura mais complexa, se escreve “Pronome | Tempo | Lugar | Objetos | Verbo”, há dois tipos de pronúncias Kun’yomu (separado) e On’yomu (combinado).

FALA (PRONÚNCIA).

Chinês é tonal, e sim, o que ela facilita em gramática, dificulta na fala. Há Hanzis com pronúncia quase igual (não é por incrível que pareça), mas seus dizeres lembram a mesma frase e palavra. Isso torna o Chinês uma língua explicitamente complicada.

Japonês no que dificulta na gramática, facilita na fala. Você consegue entender porque há diferenças, há pouca tonalidade. A ausência de acentos e falas para dentro do Japonês, promove uma sonoridade menos confusa. Você mesmo que não entenda o significado, consegue distinguir os sons.

INFLUÊNCIA EXTERNA.

Chinês quase não tem nenhuma influência estrangeira em seu idioma. Eles possuem palavras para tudo. E caso usem, irão fazê-lo como no Português, fazer uso direto sem conversão.

Japonês tem uma gama absurda em influência estrangeira no idioma. Se no passado, o país teve períodos de isolamento total, podemos dizer que depois da Restauração Meiji e a forte influência dos Estados Unidos na ilha até 1972, o idioma sofre de um estrangeirismo acima da média.

ORIGINALIDADE LINGUÍSTICA.

Muitos ao estudarem o Japonês se pegam nas palavras escritas em Katakana. Escrevi um ou dois artigos sobre isso. O maior risco é confundir palavra de origem japonesa com estrangeirismo e vice-versa. Para quem entra em contato, até se engana que o Japonês não consegue se firmar sozinho com tanta influência externa.

Mas para toda palavra estrangeira há um sinônimo em Japonês. E grafar tudo em Katakana é quase sempre um erro. Já que essa escrita só serve para duas situações: Estrangeirismos como nomes próprios (tanto de pessoa como produto\marca) e para destacar.

O segundo caso não tem desculpa, porque se quer destacar pode ser fazer uso (no digital) do negrito e do sublinhado) e no tradicional basta usar os símbolos de L nos cantos diagonais, que existem na língua.

Japonês (47) – Em Japonês: Mais Kanji ou Hiragana?

Quando você inicia o estudo em Japonês, o maior desafio não é essa questão. E sim, como memorizar 46 ideogramas de Hiragana e Katakana. Depois que você esta na média do aprendizado, começa compreender a importância do Kanji na língua japonesa. E se fizer uma busca no Google vai reparar em duas afirmações que nos confunde. Vamos lá.

A primeira afirmação alega que o Hiragana é o mais comum para escrita, livros e ensino nas escolas. E a segunda afirma que o Kanji é usado para se referir a substantivos, verbos e adjetivos e o hiragana serve como auxiliar aos verbos e as partículas.

A primeira afirmação está presente em muitos sites, mas é de longe um mito. Na realidade em livros você não vai quase encontra hiragana que não seja usado como partícula, o restante é KANJI escrito do lado direito para o esquerdo (página) e de cima para baixo. O formato de escrita como está neste artigo, é comum em sites e veículos eletrônicos. Mas a persistência é do uso de escrita e de formatação e paginação ao modo japonês.

Para efeitos muito ‘didáticos’ se usa hiragana, mas não é uma predominância, na escola japonesa chega uma hora que o hiragana começa a se acomodar ao seu uso no futuro que é como auxiliar de verbos e partículas. O segundo caso que afirma está mais certo. E esse ponto é bom para conversarmos sobre a aplicação das escritas, já falei isso em separado, mas aqui começa o amadurecimento do aprendizado da língua.

  • A escrita japonesa é predominantemente KANJI;
  • Hiragana é uma escrita fonética, ela não é usada para representar a escrita, assim como ROMAJI, sua referência está para pronúncia e não para a comunicação verbal;
  • Katakana é apenas (APENAS) estrangeirismo, nomes próprios estrangeiros (marca ou pessoa).

Na medida certa que vai progredindo é bom entender alguns pontos como, nos referir na escrita do KANJI. Conforme eu ia estudando, percebia que ao estudar e depois procurar por conteúdos, me deparava com uma muralha de KANJI, perguntava, onde está o hiragana? Nas cidades japonesas, em especial em áreas não turísticas e nem muito longe de uma, você não se depara com KATAKANA e tampouco hiragana, não como se depara na área turística (abundante), e sim KANJI. É uma chuva de KANJI.

Toda palavra que você pronuncia em hiragana tem KANJI provavelmente. Sugiro ‘substituí-la’ que em breve você terá de fazê-lo para compreender a escrita japonesa. Vou dar alguns exemplos que são KANJI e vocês usam como HIRAGANA. Lembrando que o uso do KANJI não é porque é bonitinho, é porque o uso daquele KANJI representa o significado. Se você usa o hiragana, pode ser que não esteja sendo muito claro no seu sentido. Aliás é uma pronúncia.

  • Todo mundo usa o KON’NICHIWA (こんにちは) muitos grafam errado usando o WA (わ), mas aqui se refere justamente no erro pelo fato de que o WA não é uma parte ‘integrativa’ do konnichi, ele se refere a uma partícula. E como partícula o は (que seria HA no hiragana) se pronuncia como WA, e o formato em kanji se refere a seguir 今日は (Seria algo do tipo Este é o dia) se você não referencia como sujeito este se torna “Hoje” e sua pronúncia passa a ser KYOU.

Sem falar do uso do espaço para escrever algo que basta 2 kanji e uma partícula para se referenciar. Outro é o mais famoso ainda o KAWAII que muitos grafam como かわいい mas sua representação em KANJI é 可愛い que se refere ao primeiro caso (Aprovação) e o segundo (amor) seria o ato de aprovar o amor (ou consentir compaixão), é como se você derretesse por algo. Logo a interpretação seria subjetiva ao afirmar “fofo” (não de fofura), mas de algo que você aprova como fofura (ou amor).

Há dois KANJIS que se referem ao conceito da ideia do que seria KAWAII, o hiragana em si é só a pronúncia, como o ROMAJI serve para nós ocidentais, o hiragana serve para os japoneses. Mas é o mesmo que nós grafarmos nossa escrita usando o sistema fonético da língua e não a representação formal (algumas palavras saíram estranhas). E mesmo confusas.

Notem que o uso do KANJI não se refere apenas a economia de espaço, embora de forma bem nítida economize bastante. Vamos uma frase usando apenas HIRAGANA e depois no formato mais comum do idioma.

  • かれはかのじよのすきです。 (KARE-WA KANOJO-NO SUKIDESU) Ele gosta dela.

Como uma frase não tem problema. Só imagine isso em um texto corrido. Agora veja como é usual o KANJI.

  • 彼女きです。

A identificação de cada ponto fica claro. Legível, tanto na forma de escrita como na compreensão. Em buscas pelas internet, no Youtube se você procurar por canais originalmente japoneses, o uso do KANJI é maior na escrita do que os procurados por não japoneses, que usam KATAKANA em mistura do HIRAGANA com alguns poucos KANJI.

MAS EU VEJO BASTANTE HIRAGANA.

É comum mesmo, especialmente quando se trata de vídeos informais pela internet. Agora se você quer investir em leitura de livros, pesquisa e educação, não tem jeito. É preciso aprender o KANJI, já que a literatura é especificamente voltada ao uso do KANJI de uma forma bem mais persistente. Mas de uma forma bem mais didática.

A primeira vez que entendi que Japonês usa KANJI aos montes, foi quando fui ler uma notícia de jornal, que de hiragana só tinha como auxiliar de partícula, todo o resto era escrito usando KANJI. E em especial se você não precisa conjugar o verbo ou referenciar a um texto relativo (com muita referência), não precisa fazer uso do hiragana para demonstra tempo passado, futuro ou indicativo.

Essa é umas facilidades que a língua chinesa por exemplo proporciona. Como eles não conjugam verbos, o uso do HANZI se faz por inteiro. Inclusive porque muitos dos símbolos se comportam como partículas do mesmo modo que o japonês faz usando o hiragana. Conforme você se aprofunda em Japonês, vai notando que o uso do KANJI se faz necessário.

VIMOS NESTE ARTIGO OS KANJI:

今日 可愛 彼 彼女 好

Pronúncia KUN (isolados)

今 (ima) – agora

日 (hi) – sol

可 (ka) – Aprovação

愛 (ai) – amor

彼 (kare) – ele

女 (on’na) – Mulher

好 (kou) – Bom