Pílula de Marketing (82) – O que o filme Old dad (Tiozões) nos ensina sobre Marketing de Influência?

DEBATE SOBRE O TÍTULO E SUA DEVIDA IMPORTÂNCIA.

No final de 2023 assisti um filme no Netflix traduzido como o termo engraçado, Tiozões, mas o título original faz mais questão e eu prefiro assim direcionar a vocês, pois que ‘Old Dad’ refere-se ao contexto da velha escola. Como se fazia antes. E não apenas o filme trata de gerações, como trata de tecnologia, de uma nova sociedade, conceitos, sensibilidades, grupos, inclusões e complicações. E como podemos ‘encarar’ essa travessia de épocas.

O filme é um conceito polêmico, porque Old Dad refere-se ao ponto de que a geração atual é conhecida como a NEM-NEM e a MIMIMI. Aqui peço que tenham uma paciência, e se considere cientistas sociais e não levem ao lado pessoal e sim profissional. Toda geração tem uma birra com a antecessora e a sucessora. A minha quando jovem sofria das reclamações da anterior, agora ela repercute as mesmas reclamações.

Atual vai reclamar da seguinte e assim por diante. Haverá o seu devido momento (risos) de virar o resmungão. Mas o resmungar talvez possa ser visto não como um ‘recalque’ mas como uma fúria. Que é a ideia da interpretação do filme. Que na realidade estamos ‘confinados’ ao nosso modo de ser, de achar que a nossa forma era melhor, que no nosso tempo era mais comportado, que temos as melhores qualidades, que foi melhor e agora não é. Tudo envolvido em uma fúria, somando em um processo de cólera (ira).

E ao ver o filme notei que o título não faz muito jus a mensagem. Porque o termo tiozão é referido aos mais velhos, a minha e a anterior geração, que bate de frente com a nova realidade. Mas estamos nos referindo mais a idade do indivíduo que a sua concepção do novo. Porque há pessoas de 90 anos que não vê problemas em ser da nova geração. Mas o termo não estaria tão errado, mas ao meu ver, ao falar de Old Dad, o OLD SCHOOL (Velha Escola) se refere mais ao ponto crucial que nos interessa.

A VELHA ESCOLHA ERA A ASSIM MELHOR MESMO?

Não há muito tempo, eu tinha 10 anos. E lembro muito bem que não havia essa regra geral que podíamos andar pela rua e tudo bem. E que podíamos abrir a porta deixa-la a deus dará que tudo bem. Que no nosso tempo tinha músicas incríveis e somente. Que os filmes eram melhores, que os roteiros eram melhores, que as pessoas eram mais sábias. Mas ao velho conceito de comparação, a sociedade não é apenas o comportamento que vemos no dia-a-dia.

Porque no melhor dos tempos, anterior a minha geração, houveram guerra terríveis. E com certeza a sociedade não era tão segura assim, e tampouco santa, e muito menos qualitativa. No meu tempo, teve outras guerras. Quase uma terceira guerra aconteceu na crise dos misseis de 1962 e outra em 1983. Nos EUA durante a segunda guerra e os anos 70, foi o período que teve um surto de serial Killers. Haviam problemas e muito deles velados.

O meu tempo não foi melhor que o tempo anterior, é um progresso. O que não foi consertado em 1970, vai continuar quebrado nos anos 80. Não vai curar do nada. E o que está quebrado hoje é responsabilidade das gerações anteriores. Não é um passa bastão e acabou. O que temos que entender é que não existe ‘geração que foi melhor’. Se o nosso futuro indica uma baixa de qualidade, QI baixo, MIMIMI, é porque não fizemos o nosso dever de casa direito.

Não surgiu do nada. Não é espontâneo. Na ciência quando foi realizado o experimento da carne apodrecida para explicar de onde vinham os vermes que ali comiam. Anteriormente se pensava que eles brotavam do nada. Que surgiam como um passe de mágica. Mas foi descoberto que a podridão preserva um ecossistema ideal para procriação daqueles pequenos seres. Que era uma espécie de pulpa.

E ao entender que havia um processo para isso acontecer. Eles perceberam que o verme não surgia porque a carne estava podre. Mas porque ela estava ideal e ao processo, ao tempo, durante, a carne se tornava ideal para criar aqueles vermes. E á isso percebemos que talvez o filme, com essa abordagem, nos ensina sobre algo na sociologia aplicável ao Marketing. E aqui tornarmos óbvio o que iremos falar. Mas vou falar, para deixar claro à você o propósito de olharmos para ‘sociedade’ como um crescimento ou um ciclo. E não ‘DO NADA’.

GERAÇÃO MIMIMI, SENSIBILIDADE, ANTES NÃO TINHA ISSO.

Vivemos em uma época estranha? Eu diria que não. Porque ao estudarmos a história, é a época menos estranha. É a mais clara. Mais específica. Mais óbvia. Antigamente tudo era difícil. Tempos complicados. Podemos concordar que o que nunca mudou foram os conflitos. Sempre pelo mesmo motivo e pelo mesmo caminho. Mas as relações elas existiam, mas não era construídas do jeito que vemos hoje.

Somos seres humanos dotados de emoções, vulnerabilidades, dificuldades, facilidades, sentimentos e uma sucessivas propriedades que nos compõem. No passado, havia racismo? Nos anos 80? Época Punk? Á rodo. O racismo não nasceu agora. Infelizmente ele existe há milênios. A misoginia é tão antiga quanto, se bobear mais ainda. As pessoas que possuem alguma dificuldade motora, psicológica, emocional sempre existiram também.

E no passado pessoas com problemas, neuroses, eram trancafiados ou pior. Nossa forma de lidar com os problemas eram…insensíveis. Tínhamos uma mania de ‘catalogar’ tudo em um lugar só. O tempo passou e a nós vimos isso acontecer. Porque a evolução foi as poucos nos dando essa informação. Agora temos o conceito de identidade de gênero e orientação sexual. Temos o conceito de etnia, de raça, de espécie e de nacionalidade.

Temos síndromes, quadros e espectros. Tudo isso pode parecer…’melação’. Mas isso tornou claro alguns problemas que resultavam em confinamento perpétuo, em sofrimento, em conflitos. Em parte o lado que nos simplifica que é entender o que é autismo, TDAH e outros estudos psicológicos e médicos, é que também somos complicados.

Somos associados a gostar de relacionamento e sofremos com ele. Tem pessoas que se casam, mas não gostam do casamento, mas gostam um do outro. Como explicar? A relação é definida por afetividade e não necessariamente algo que ‘determina’ para sempre. Então existem amizades coloridas, relação divertida e outras classificações possíveis. A narrativa do filme foi precisa em um fator, porque eu acredito haver muito mais do que apenas fúria.

Hoje temos esse conceito de líder, quer dizer, já havia líderes antes. No entanto temos que ceder a realidade é que romantizamos o líder. Ele continua chefe, ele manda, mas no lugar dele apenas pensar em dinheiro, ele vai pensar na produção humana. Daí ele será versado em seres humanos. A confusão se dá pelo fato de que não é apenas o foco humano, continua sendo o dinheiro. Para ambas as partes. Que lidera e quem é liderado. Ou alguém aceita trabalhar sem ganhar nada, por que você gosta da liderança?

O filme bate na questão de empresas mais ‘coloridas’, mas demonstra frieza ao mesmo tempo. A gourmetização da liderança é um dos pontos do filme. O outro é a tecnologia. Se você está acostumado a andar de carro, vai achar que uma bicicleta que não tem regulamento, é ‘out’. Mas aprendemos a lidar com isso. Vemos o outro lado. Não andamos apenas de carro, e sim de bicicleta.

O conceito amplo do filme bate também na chamada ‘confidencialidade’ que é uma crítica atual. Das grandes empresas de tecnologia, optarem por usar seus recursos para nos vigiar. E alimentar suas máquinas de Marketing. Foi um escândalo. Lembre-se que essa ‘espionagem’ sempre existiu. Não é novo. Não é de agora. Não nasceu com as redes sociais. E nem as redes sociais são novas. Nem o conceito de ‘reunião’, de hangout, de messenger, whatsapp, telegram, tik tok. Tudo isso existia nos 80, 70, 50.

Com projetores, com momento Kodak, tudo isso sempre existiu. A diferença é o formato. E isso nos coloca na versão do filme que aquele personagem, que vivia com raiva daquilo tudo, não associou que nada mudou, só a forma de fazer. Então ele acaba sendo o famoso ‘acomodado’. A lição fica para qualquer geração. E para o Marketing ela se associa ao conceito da psicologia. Porque o Marketing fala do consumo, e tudo o que fazemos é consumir.

Então as pessoas da geração atual consomem o quê e por quê? Nossa geração consome, e tem alguma resistência? A geração anterior a nossa, tem mais resistência ou não? A geração posterior a atual, que é criança hoje, tem resistência ou é mais aberta? Como andam as formas de pensar? Será que solucionamos os problemas, ou só criamos novos? Ou não criamos nada, só anda tudo como antigamente com nova roupagem?

Ao pensar neste filme, eu levei uns 5 dias para refletir em fazer um artigo que tornasse legível o que eu gostaria de abstrair ou mesmo indica-lo como atividade de estudo, porque se virmos pelo apontamento de fúria, que não deixa de ser verdade. A pessoa está com raiva de ter que mudar a forma que fazia. Os problemas são os mesmos. Mas também queria deixar esfriar a ideia para que ela fosse mais aproveitável.

O QUE TIOZÕES ENSINAM PARA O MARKETING?

O resumo do filme é que ele trata dessa resistência ao novo, a nossa própria reflexão da sociedade. Do conceito de convivência. Da aceitação do diferente que sempre existiu. Da nova forma de ver o mundo, e ver o que era invisível, incluir o que era excluído. De analisar o novo revelando que o antigo. O Marketing de Influência não é novo. Sempre se tratou de usar a imagem do sucesso para promover vendas.

Se você via a novela, ela tinha roupas de cama, vestuário, localidades e atores. Era uma venda ‘televisiva’. Porque as roupas de cama, os móveis das casas, o vestuário podiam ser encontradas em lojas, que eram a patrocinadoras do show de TV. As localidades promoviam o turismo e os atores, o arquétipo pessoal. As pessoas se espelhavam neles.

A influência não é algo que você mede com popularidade. E isso tem sido um erro crasso (grave, grosseiro) das empresas. Elas acreditam que ter muitos inscritos é sinônimo de sucesso para ela. Faz sentido. Muitas pessoas verão o meu produto. Logo muitos irão compra-lo. O primeiro caso está certo, o segundo nem tanto. Vamos entender.

As pessoas hoje estão mais sensíveis e responsáveis. Hoje existe uma forma de ver o mundo diferente de como era. Bom ou ruim. Mas mudou. O que mudou também é a forma de criar ‘garotos e garotas propagandas’. Mas nem tanto também. A visibilidade do antigo formato nos ensinava que um ator ou atriz ao surgir em uma tela de TV, ou no programa de rádio ou surgia no jornal e revista, eram símbolos públicos.

O quanto de visibilidade eles tinham? Se fossem colocar como IBOPE define audiência por residência, seria praticamente impossível. Já que o IBOPE analisava a peça como um todo e não para uma pessoa em específico. Hoje temos as redes sociais, canais, sites que nos permitem ver o quanto somos visíveis. Aquela pessoa tem 20 milhões inscritos. Aqui mora o perigo em duas frentes:

  • Inscritos não significa ‘clientes’;
  • As preocupações da geração atual são DISPENSADAS.

Por isso fiz este artigo rico, fui do filme até aqui, para deixar uma reflexão sobre o conceito do Marketing que não apenas bate na questão de números. E sim de ‘conceitos’. São os dois casados lado a lado. Temos que ter o número e a interpretação. 20 milhões de inscritos é garantido (GARANTE?) que são 20 milhões de pessoas que comprariam sem dúvida? Essa é uma resposta que nos dá aquela prova cabal, que as empresas caem no ardil fácil.

Os 20 milhões daquele ‘influenciador’ é o seu público? As empresas elas fazem programas sociais para incluir indivíduos excluídos, fazem ações que promovem defesa dos direitos, mas será que essas ações mudam algo? De fato? Alteram o DNA do problema? A geração atual, que somos nós, não queremos ver ‘vendas’ e sim ‘mudanças’.

Parte do problema surge pelo fato de que os números chamam mais atenção do que os desejos e necessidades da geração. E mais, e fica com um MEGA ALERTA. Como o filme sugere, o passado parece mais simples. E era um pouco. Tinham os problemas, mas como não haviam tantos filtros, não sabíamos que haviam tantos problemas. Então ficava algo generalizado. Ninguém se identificava, todo mundo estava solto pelo mundo.

A geração atual é mais específica. Porque tem identidade para tudo. Você se incluí em grupos. Subgrupos, subculturas. Descobre sobre si. O que isso nos revela? São pessoas ‘específicas’. O que isso realmente nos revela? Que a geração atual é um mercado SEGMENTADO. Não é mais em massa como era no passado. Não é mais ‘serve para todos’. Não é mais ‘número’. Agora é impacto, sensação de mudança, utopia, saúde mental. E se isso não é correspondido, temos um embate de gerações.

Neste ponto, espero que vocês levem como eu falei lá no começo do artigo, essa análise como cientistas sociais e elevem todo o conceito de analisar o que está acontecendo do que deixar a sua fúria falar. A geração NEM-NEM ou MIMIMI, NUTELA e sinônimos é formado agora por um grupo específico. E como no livro de Chris Anderson, Cauda Longa que fala sobre o mercado segmentado, publicado em 2006, não há muita margem de erro com mercados de nicho.

CONCLUSÃO.

Este artigo veio em um momento que eu pensava, como eu falo para a geração que pertenço e a anterior que não adianta bater de frente com a mudança que já aconteceu? Como falar para eles, que a geração atual, mediante suas próprias dificuldades e facilidades, precisa ser estudada e não criticada? Pois que essa ‘briga’ de geração fraca, ruim, está mais legada aos filósofos que irão promover esse debate como uma forma de acerto para que nós possamos melhorar.

Agora a crítica a sociedade é muitas vezes fundamentada por causa do novo e não do problema. Se fosse pelo problema, teríamos que avaliar que de novo nada tem. Os problemas são os mesmos. A diferença é que, ao discutir no artigo, é que temos uma forma mais ‘detalhada’ de nos conhecermos. Agora temos grupos que definem de uma forma que antes não tinha. Que não era reconhecido. Antigamente adulto com autismo era ‘inviável’, hoje já se elabora estudos para identificar. E talvez a pessoa achar uma forma de melhorar a vida dela. A qualidade e o padrão.

Por que bater de frente com a geração que critica nunca deu certo. Até porque não dá certo com a atual? Nada mudou de fato. O que precisamos é ‘analisar a solução’ e não ‘focar no problema’. Essa lições são diárias, muitos por aí as dizem, e muitos a diziam antes de mim. Mas ela é difícil de aplicar. Ela é muito complicada de ser identificada. Porque você vai considerar que certas coisas não ‘intransponíveis’ e sim ‘inaceitável’. E isso pode deixa-lo com um dilema. Que deixa, na maioria das vezes.

Pílula de Marketing (81) – Essa geração está ruim? O que isso diz sobre a sua?

Já se pegou dizendo que sua geração não era assim. Que os valores eram outros? Que a geração atual está menos responsável, menos inteligente? Parabéns, você chegou aos 40 ou 50 anos. E isso não quer dizer que você está velho(a), mas que você chegou no mesmo ápice da geração passada que senta em uma cadeira de praia e começa a falar o que a anterior a dele falava, reclama o que gostaria de ter feito e não fez. E vamos lá, que a o artigo não é para chamá-lo de ‘caquético’ e sim de sinalizar.

A minha geração, a geração dos anos 80 já fala que não gosta de adolescentes. Que são aborrecentes. Que é uma geração perdida. Uma geração sem valores, com inversão de valores, com deturpação, uma geração de idiotas, um bando, uma turba, um caos. Lembra algo? Quando tínhamos 10-13 anos, eram os mesmos comentários. Que no tempo deles era tudo conquistado, que era tudo mais difícil, que os valores eram ensinados pela vida.

O que isso nos ensina? Que há pessoas sofrendo de arrependimentos. Sim, o significado não tem haver com a crítica social de uma geração. Os comentários normalmente abrangem uma geração inteira, que na melhor das hipóteses, você só teve contato com 100 indivíduos nos últimos dez anos com algum membro dessa geração para conseguir somá-los as gerações mundiais? Será possível? Não é. Tem haver com um conceito menos complexo. Você está arrependido de não ter feito algo mais quando jovem.

Quando eu era mais jovem, eu via nos comentários daqueles que antecediam que eles estavam mais desgostosos com suas situações atuais do que realmente reclamando de uma geração que ainda nem sequer estava andando o suficiente para gerar resultados. Não há resultados óbvios para dizer o que é eficiente ou não é. Vejamos algumas mudanças da geração dos anos 80-90 contra aos dos anos 10-20 (século 21):

  • Abrir a porta para algumas mulheres ou deixa-las ao lado do muro na calçada é considerado machismo, no passado era cavalheirisimo;
  • Olhar por um momento, é considerado encarar ou assédio;
  • Apesar de ser mito que era possível deixar a porta de casa aberta, hoje as pessoas tem menos tempo de rua por causa da insegurança;
  • Os contatos de hoje são feitos pela internet, pela segurança e comodismo;
  • Negócios e recreação tem um valor híbrido. Ora são feitos de forma remota ou presencial;
  • As reuniões de famílias e amigos não mudou, quem se reune presencial continua.

A geração, a minha, gosta de falar que viveu a época pré-internet com orgulho. Mas se esquecem que era um inferno. A internet tornou nossas vidas melhores. Quem se lembra de deslocar para entregar a fita rebobinada presencialmente? E o valor de mensalidade do Netflix era o valor para alugar 2 filmes ou 1 filme de lançamento para ser entregue em 48 horas? E se viesse não rebobinada era multa?

Quem lembra que para fazer um empréstimo de um livro precisávamos nos deslocar para uma biblioteca, fazer cadastro e devolver em até 7 dias. Em muitos lugares é assim ainda. Mas que vivencia isso são mais os estudantes universitários do que o comum. Agora você pode aprender qualquer coisa pela internet. Antes tinha que procura uma escola ou um curso, se deslocar fisicamente e ter aulas presencial. E os acessos pela internet envolvem até material gratuito de qualidade. No passado isso dependia do local.

Sabe que esses os benefícios todos quem desfruta mais é a minha geração? Pois é, a geração atual sofre reclamações nossas. Porque estamos entrando na meia idade e estamos rancorosos. E sim, não é nada ruim revelar isso. A geração Millenium, nascida nos anos 80, foi quem inaugurou essa de ficar no emprego menos de 1 ano. E que também ficou insatisfeita com o estilo de trabalho, e inventou o home-office.

A geração Kodak, que seriam nossos país inventaram o Youtube, Tik-tok, Instagram e Snapchat. E em nossas mãos, a geração dos anos 80, virou o que temos hoje. Marmanjos de 30-40 anos fazendo pegadinhas na rua. Se a geração atual está agindo de uma forma reprovável por você, tem que olhar primeiro no espelho. Nós temos uma dificuldade muito grande de admitir nossa própria influência. Até porque nós formos irresponsáveis um dia, e até pior.

Não tínhamos tantos estímulos, e fomos inconsequentes. Alguns mais que outros. Não é a geração atual que está pior. Nenhuma jamais esteve. Mas vai parecer, porque você está mais maduro. Você agora vê o quanto era insano na idade jovem. Quando repudiava o direito dos seus pais de saber onde você estava aquela hora da noite. Mas naquele tempo você se via como um independente. E hoje, se vê como um adolescente sem causa.

Sua crítica a geração atual tem haver com o seu próprio reflexo. Você não está reclamando que eles estão sendo mal educados. E sim que você foi mal educado. Que estão sendo um banco de idiotas. É que você se considerava idiota. Não é incomum que sejamos intolerantes. Somos chatos com os outros ou pelo menos achamos que é com os outros. Somos intolerantes com um agente, um item comportamental, somos intolerantes conosco.

Se você se pega falando da geração atual, cuidado, você está falando de si. Se você acha que o outro não fez o suficiente. É porque você considera que você não fez o suficiente. Essa explicação precisa passar por aquela piada famosa de um filme mais famoso ainda. Lembre-se que a mãe de Martin Mcfly em De Volta para o Futuro, Lorraine, afirmava que no tempo de moça ela não era atirada, que a geração de hoje está perdida.

Ao voltar em 1955, Martin presenciou uma mãe muito diferente daquela recatada…certo? Nós temos uma visão de nós mesmos com um tipo diferente. Somos compelidos a mentir em nossas memórias que somos cautelosos e respeitosos. Mas no fim será que não estamos mentindo? E o que isso tem haver com a nossa PÍLULA DE MARKETING NÚMERO 81? Vamos lá!

MARKETING E O CONCEITO PSICOLÓGICO SOCIAL.

Se você acompanha as minhas pílulas, qualquer artigo ou é meu aluno, já deve saber que Marketing não é uma ação de venda. É um campo científico. Que lida com a psicologia de consumo. O que nos fazem consumir. Porque consumimos ou não. Quando falo de psicologia social quero dizer um subcampo de estudo da sociologia que se chama ‘social interativo’. Quando nós seres humanos atribuídos a sociedade que vivemos, contribuímos para ela e vice-versa, baseado em nossas experiências.

Marketing não avalia ‘saída de produto’. Avalia o que o ser humano sentiu para comprar aquele produto. E porque aquele outro não quis comprar o produto em questão. Então estudamos a psicologia de uma pessoa, para entender o seu consumo. Logo saber o que estão reagindo é uma matéria interessante ao Marketing. E serve para nós como um combustível informacional.

O que mais tem de poder é o arrependimento, junto da raiva. São duas emoções (negativas) e fortes e com muita riqueza de informação. Nós somos sinceros quando estamos com raiva. Queremos justiça ou desabafar. Não faria sentido mentir neste momento. É justamente por causa dessa explosão, que queremos deixar claro nossos sentimentos.

Então quando uma pessoa reclama da outra sociedade, da outra geração, ela está com algum problema. Que problema é esse? Ela se sente menos realizada? Ela queria fazer o quê? O que essa geração anda fazendo o que ela gostaria de fazer? Ou ter feito? Ela se arrepende de algo em sua infância? Já pensaram porque todo mundo se encanta com os anos 80? A maioria da minha geração não teve infância nos anos 80 e sim nos anos 90. Esses sentimentos são vívidos. Será que se resumem a raiva, ciúme, inveja, deboche, desgosto, abandono. Só estou listando aqui as emoções negativas.

Por que o conceito de você reclamar de uma outra situação tem haver com a emoção negativa. Ninguém vai reclamar se está satisfeito. O que podemos lidar com essa informação em nosso estudo de Marketing:

  • Auxílio em sua própria formação psicológica;
  • Pode ajuda-lo a vender melhor.

A reclamação é um indício de algo está errado. Mas não é uma resposta. É um sinal. Para abstrair a informação precisamos entender porque aquele incômodo existe. Porque uma pessoa se incomoda tanto com as ações de uma pessoa de uma determinada geração. Para isso é possível levar o nível da conversa para algo pessoal, excluí o alvo da reclamação e passar a tratar com o problema de nível ego.

Quando o nível ego for explorado vamos descobrir se é rancor, arrependimento, raiva, vingança ou a emoção específica. Dali podemos deduzir através da conversa como essa emoção foi gerada. E assim podemos entender porque ela está ocorrendo. Como no Marketing, a informação vai gerar uma resposta clara do que poderia ser uma solução. A consequência seria uma empresa conseguir gerar um produto capaz de ajudar aquela pessoa.

No campo da psicologia, ela trataria esse problema com uma outra solução. Que seria da autoreflexão. De compreender porque ela está sofrendo com aquele recalque. E se aprimorar como ser humano. E assim por diante.

Nota: Gosto de tratar o assunto como este como algo não tão comercial. Apesar que Marketing é uma psicologia aplicada ao consumo, não convém confundir isso aos enganos e charlatanismo. De pegar algo que considerado um problema pessoal para um ganho comercial. Essa é a diferença entre ser ético e não. A sociedade está sempre cheia de problemas. Pelo Marketing iremos obviamente atender a economia.

Serve ao produto algo que não seja viciante e danoso. Fazendo a pessoa se auto-degenerar para alimentar o seu ganha pão. Mas que de fato traga um benefício. Porque seria o mesmo que ajudar uma pessoa a sair do vício da bebida, e no lugar de usar um produto como bebida, e sim em algo que trouxesse lucro, mas desse ao consumidor o lucro de se disvincular de seu vício sem cair em outro.