Operação Red Sparrow (Red Sparrow) é um filme de suspense e drama dirigido por Francis Lawrence com elenco formado por Jennifer Lawrence, Joel Edgerton lançado em 2018.
Uma bailarina russa, Dominika Egorova, membro do grupo Bolshoi vítima de um ataque de ciúmes de sua concorrente no palco, sofre um acidente e é obrigado a se aposentar do balé. Ao mesmo tempo, o seu tio, inescrupoloso a obriga a fazer parte de uma agência de espionagem colocando a sua vida e dignidade em risco.
O diretor Francis Lawrence dirigiu os filmes Jogos Vorazes, Eu sou a lenda, Constantine tendo em seu currículo filmes que encabeçam um protagonismo acirrado com o sacrifício constante. A perda e o drama do passado são detalhes que fazem parte de suas obras.
A atriz Jennifer Lawrence contracena com Joel Edgerton nesta trama que envolve espionagem, mas o filme é bem mais voltado para o drama pessoal. Dominika tem uma ênfase na violência contra a mulher tendo a termo sádico da palavra. Ela é extremamente torturada e implicada por um tio que deveria ser um segundo pai, se torna o advogado do diabo.
O clima pesado do filme sempre foi a marca registrada da americana, nem um filme que ela participou a sua personagem sai ganhando. Ao contrário de Jogos Vorazes, em que Katniss se viu obrigada a viver em exílio, apesar de ter sido o maior símbolo da luta contra a capital, e por fim, um final no mínimo feliz, ela não acabou presa ou morta.
Em Red Sparrow ela tem um final feliz relativamente melhor apesar de todos os cargos que a personagem passa. Em tom calado, a angústia é que ela, a russa ex-bailarina, só podia ganhar calada. Se em silêncio precisou ser submetida a uma intensidade de golpes que a vida pode dar, neste filme pessimista, ela consegue dar a volta por cima e terminar feliz com sua mãe.
O que remete o contexto do filme. A mãe de Egorova é o motivo dela aceitar a obrigação de ser uma agente da espionagem. Do contrário ela preferia viver seus dias de glória trancafiada na pensão. Sem o dinheiro, sua mãe e ela, deixam de ser amparadas pela ajuda do Bolshoi. Logo o seu tratamento médico é encerrado, e ela perderia sua única família.
A mensagem do filme é clara, inocente criatura sofre para manter sua família. Ela pensa que compensa, pois sua força é impelida pela motivação. A única motivação da personagem para aguentar o sofrimento todo é sua mãe. Como se fosse um filme de Darren Aronofsky onde o subjetivo do simbolismo é tão empregado.
A questão é que o diretor Francis remete a ideia do sofrimento carnal para demonstrar o drama de uma forma mais física e interna. Ele não poupa a personagem dos desgostos de ser uma personalidade que não tem como sair daquela situação a não ser aceitando a situação. O que pesa é que sabemos que ela poderia negar e buscar refúgio aos seus problemas de outra forma.
Tão frágil quanto sua mãe neste filme, seria a ausência completa das forças da mãe de Katniss Everdeen. A sua relação familiar era com sua irmã, Primrose. Particularmente achei o final de Suzanne Collins uma perdição completa. Se há algo para dizer sobre a obra, ela definiu que a força da revolução seria dada a uma jovem pela luta de sua família, para no final perde-la. Seu pai morto na mina, sua mãe morta pelo desgaste, sua irmã morta pela própria revolução e ela exilada.
E ainda dizem que o cartaz de X-Men: Apocalipse beirava a violência contra a mulher. Senão alguma obra que atriz participou oferece poder e esperança de depois tira como uma isca, para que a armadilha caia e a prenda para sempre. Red Sparrow tem um final mais digno da relação mulher e filmografia. E todos os seus trabalhos demonstram a tentativa e fracasso de dizer que a mulher mesmo que lute e dê o seu sangue, de nada vai valer.
O diretor de forma nostálgica traz novamente o traje de excluída da sociedade que fez Jennifer Lawrence ser tão conhecida. Durante a colheita ela veste uma roupa que a define como a pobre alma sendo levada para abatedouro. E uma cena de socialização, ela volta a vestir algo bem parecido.
Vale a pena? Tramas que aderem a renúncia pessoal e luta por um mundo melhor, quando são montadas sem o auxílio do efeito Hollywood, podem exercer uma mensagem forte e pesada dos augúrios. E nisso vale a pena entender que este filme não tem pé no céu, mas no chão, dizendo sobre a impotência, violência e os jogos políticos.
Embora as cenas de violência sejam pontuais e curtas, elas já conseguem passar o sofrimento da personagem que beira a loucura quando pretende continuar no caminho que se colocou para manter o que é mais sagrado, sua família, mas a conclusão é que a vida e o destino dela, não pertencem a ela.

