As inúmeras adaptações que posso pensar de cabeça em relação a história do menino que não queria crescer não são muitas. E talvez a mais clássica de todas seja a protagonizada pelo falecido Robin Williams em 1991 como o menino que de fato cresceu teve filhos e voltou a terra do nunca no auge dos 40 anos. E a versão do desenho da Disney lançada em 1953 e a de 2003.
Em 2023 foi lançado em abril, mês passado nos cinemas um nova longa metragem que traz nada mais do que a mesma história de Peter Pan. Mas com uma leve diferença, uma paradeiro e origem da rivalidade entre Gancho e ele é revelada. Algo que em nenhum outra adaptação foi feita. Ambientada no século (provavelmente) 19, Wendy, Michael e John Darling são convidados pelo famoso Peter Pan a irem a terra do nunca.
As cenas marcantes do desenho estão presentes:
- A visita a noite na casa dos Darlings;
- A busca pela sombra;
- O duelo de brincadeiras das crianças protagonizando a famosa lenda de Peter Pan;
- Naná sendo repreendida;
- O beijo em forma de dedal;
- Wendy chegando na fase mais velha.
Elementos icônicos como:
- Quem vai para terra do nunca é adulto ou mais velho não consegue usar a imaginação, portanto não consegue usar as ferramentas que as crianças usam. Esse é um elemento que no filme é representado por Wendy inicialmente não conseguir usar a luneta feita de graveto;
- No filme de 1991, Robin Williams não vê a comida na cena do banquete.
Tem a cena do barco que voa, que aparece em outras adaptações. E diferente, porém levemente, a ida para Terra do Nunca se dá pela torre do Relógio (Big Ben), hoje torre Elizabeth. Em 2003 e 1991 era apenas voando para fora da terra.
SERÁ QUE O FILME NÃO É PARA CRIANÇA?
Eu acredito que vocês tenham lido por algum lugar que esse filme não é o clássico, que parece ter cenas ‘tenebrosas’ de violência e que não é um filme para crianças. Quem dirá o filme de Robin Williams que coloca um adulto de 40 anos tendo que agir como crianças, como seria visto hoje em dia. Peter Pan e Wendy tem um conceito leve sobre a narrativa que é a mesma do desenho de 1953, se gostou dele (e entendeu) vai gostar desse. Senão gostar (provavelmente não entendeu o desenho) mas ainda é opcional o gosto.
Cheguei a ouvir uma opinião de um canal de youtube e senti que eles não viram o mesmo filme. Pela descrição, eu achava que iria ver um filme de violência extrema envolvendo crianças e o famoso termo ‘lacração’. Mas acredito que tenham visto um longa totalmente diferente. Ou ainda, como costumo muitas vezes levantar em questão – a crítica pelo novo é típica da geração de quem viu os filmes dos anos 50 e 90. Ainda que possa ser uma leve provocação, é um anúncio que a idade está chegando (risos).
A versão de 2023 é parecida com a versão de 2003 e tem uma similaridade com a versão de 1991. Mas no lugar do Peter Pan que chegou a casa dos 40, tem uma surpresa no filme que em relação à isso. Há outras abordagens que achei interessante é que a terra do nunca não é habitada apenas pelos piratas e os meninos perdidos. É praticamente uma ‘outra terra’.
Pois a Terra do Nunca tem tribos indígenas, mas não formadas por crianças. A Tigrinha por exemplo deve ter uns 18 anos. E na tribo, tem alguns que possuem 60-70 anos. A tribo das crianças perdidas por assim dizer, já que não é só menino que está nela. Tem garota também. E a Tinker Bell, a sininho? Colocaram um conceito de ‘ouça sua voz interior’, porque ela fala tão baixinho que parece que você precisa ler seus lábios, tem uma questão moral interessante.
Algo que é muito haver com a Disney, fábulas do Esopo. O filme está cheio delas, como por exemplo:
- Os dilemas de Peter Pan em relação ao seu passado;
- Capitão Gancho e sua rivalidade com Peter é revelada e há conflito nisso;
- Existem conclusões tanto para Wendy como para sua relação com crescer;
- O famoso crocodilo faz sua aparição, diferente de 1991 que matou o Capitão Gancho, aqui só parece para causar uma cena ‘similar’ ao desenho;
- O pó de fada concede voar com pensamentos positivos, mas Peter Pan e Wendy conseguem voar sem ele, o que faz Capitão Gancho afirmar que a menina ‘herdara’ o poder do seu arquinimigo;
- Não existem essas quebras de representatividade, até porque estamos falando do século 18, havia uma imposição social. Por isso não vi nenhuma ‘lacração’ em que alguns canais afirmam ter, só o afirmo aqui que vocês podem assistir sem medo.
O QUE DIZER SOBRE O LONGA?
Fiquei surpreso, porque a diferença do filme de 2003 para este é que ele remontam a ideia (um elemento) do filme a Volta do Capitão Gancho de 1991 com Robin Williams e batem muito na tecla do desenho clássico de 1953. As atuações dos atores, Jude Law como Capitão Gancho foi capaz de passar uma devida personalidade ao ‘vingativo’ e ‘traumatizado’ capitão. Smee o fiel escudeiro e a tripulação que pareciam serem crianças em formato de pirata.
Fiquei surpreso que o filme fosse tão bom que superou o de 2003, e embora eu goste bastante da versão de 1991, esse conseguiu após 32 anos desbancá-lo. E não é um desafio fácil, eu nunca pensei que fosse possível também. Também fiquei surpreso que a pesquisa do Google de preferência resultou em 39% de satisfação do público e que pelo Rotten Tomatoes tenha dado 12% de aprovação.
Neste caso acredito que a maioria que viu estejam na casa dos 40 anos, é uma geração que gosta dos valores dos filmes de 1991 e até talvez o de 2003. Em 1991, a geração dos anos 50 não gostou também da versão de Robin Willians, aliás fugiu ‘bastante’ do conceito original. Mas é assim mesmo. No entanto achei uma nota baixa para um filme que me parece ter superado a qualidade de 2003 e a de 1991, inclusive tratando-se do mesmo elemento que fez sucesso por lá.
Após assistir uma crítica de um canal, e pelo jeito que falaram, esse filme era uma profanação a mente humana. Mas costumo dizer que as pessoas escolhem o gostam ou não gostam. E que não há problema algum em dar preferência a um tipo ou estilo específico de contar histórias. No entanto vale pela imparcialidade e privação da opinião pessoal, Peter Pan e Wendy é um filme para crianças e toda a família e digo que nos moldes clássicos dos filmes da Disney.
Por que se formos colocar uma opinião, em 2003 a fada sininho chega a morrer, o filme de 1991 o Peter Pan era um cara de 40 anos com dois filhos e o capitão gancho acaba devorado por um jacaré gigante e a própria ideia de Peter Pan é uma síndrome psicológica conhecida. Subestima-se a cultura que contorna o conto (e esses são os que eu vi) imagina os outros que vieram por década. Neste filme a única cena forte eu poderia dizer é quando Peter Pan despenca de uma altura e temporariamente fica fora de serviço.
E nota: Cena do tapa ao exagero os brindes. Pelo contexto, Wendy lasca na cara de Peter Pan pela ousadia dele fazer tudo sem avisar o que aconteceria. Aliás ele não avisou que tinha piratas mirando eles e seus irmãos quase que morrem. Mas o tapa foi a pior coisa? Contexto amigos.
VALE À PENA?
Apesar de 62% da crítica aprovar e 12% dos usuários acharem o filme ruim. E no Google um total de 39%. Esse é um daqueles casos em que temos que avaliar o público que viu, provavelmente os que possuem 40 anos ou mais. A crítica vale pelo que é “No meu tempo é melhor”. Não é o filme que lhes agrada. Mas apesar de ser da mesma geração, todos me agradaram.
Dou 95.0 para o filme.


























































