Magic The Gathering (26) – A importância do Metagame

O básico do Metagame para certos formatos.

Quando iniciei no MTG eu discordava parcialmente que seguir o metagame estragaria a parte criativa do jogo. Hoje concordo totalmente que seguir o metagame mata a criatividade. Pois a base do Metagame é definir a modalidade e estratégia de cada expansão. Todos os jogadores optam por pegar coleções atuais, hoje temos uma parte jogando Theros e a outra Ikoria.

Desses Decks, 90% são cópia de algum top e modificadores em baixa relevância. Sinceramente conseguir umas boas jogatinas com vitórias é certo que pegar deck top vai lhe garantir esse placar. Isso porque aquele deck segue a definição na raiz do metagame atual.

Cada Deck supõe ter mais características com o Metagame quando ele condiz com a tendência do uso de certas cartas, com certas mecânicas e sinergias. Como no artigo passado falei sobre rotação e sua influência no Metagame, mencionei que cheguei a criar 245 decks diferentes (por mim inventadas) seguindo a base de Tribos, commander (Brawl), para a mana verde e obtive alguns sucessos.

Mas não o suficiente para fechar tantas vitórias seguidas e contra seres humanos. Agora posso dizer que esse placar mudou drasticamente quando joguei com Decks Tops. Esses utilizados por ganhadores de torneios. Sim, a sinergia é 110% e com muitas surpresas contra o adversário.

Se der uma olhada na Ligamagic, site de compra e venda de cards físicos. Vai achar interessante a combinação de decks. Muitas possuem a ideia da tribo + cartas que complementam as suas mecânicas, alia a característica do deck e oferece atributos interessantes como: Geração de mana, promoção de mecânicas como atropelar, amoque, não pode ser bloqueado por turnos, e são os mais em conta.

Neste efeito, Decks tops oferecem para cada cor de mana um verdadeiro arsenal potente. Assim consiste a maioria dos players. Para quem compra card físico a composição é cara. Para quem é jogador de MTG Arena (Online) é uma questão de tempo. E quando se trata selado (Draft), copiar deck Top é a regra.

Decks inventados por meros mortais se possuem consistência não são próprios de torneios. A composição mesmo para este tipo de modalidade é crucial entender o Metagame. E como disse, é mais fácil você copiar do que querer criar um do zero. Como você tem uma infinidade de pessoas fazendo Decks, existe uma bela de posição de você encarar um cara que te tire 1.000 de energia. Não é incomum.

Se você não quiser estudar certos Decks não terá problema. Ainda será capaz de fazer alguns truques e uns combos. Se estudar, terá uma chance enorme de compilar vitórias sem ter muita dificuldade, será um desafio, mas a dificuldade será menos um fator.

As implicações do Metagame.

Como comentei inicialmente, Magic apesar de ser um jogo vendido como uma diversão criativa, a WOTC esquece de mencionar que para garantir vitórias, a criatividade é basicamente uma leitura matemática de probabilidades e consistências calculadas e se baseia 100% no formato de jogo | regras | Definição de game | Expansão que está submetido.

A implicação dessa realidade mata a característica de criatividade de montagem de deck ou iniciativa de criação de deck para quem está ali só como entusiasta, mas quer garantir algumas vitórias. Normalmente eles são bombardeados por players que os acusam de não saberem fazer decks com sinergia ou de não saber fazer deck. Ora bem, se deck fosse fácil de fazer, teríamos no Brasil muito mais vencedores anualmente nos torneios. E não temos.

Deck é fácil de criar para brincar. Para ganhar estamos falando de um nível diferente de Magic.  Nenhuma montagem de que cartas vamos usar é fácil. Se fizermos do zero seguindo a tendência do Metagame teremos horas, semanas ou meses compondo. E correndo contra o tempo. Como todo ano tem 4 coleções, uma hora seu Deck dos sonhos terá sido ultrapassado.

Jogar com um deck onde você pegou pronto aí é fácil dizer que ninguém sabe criar decks. Mas a verdade é que quase 100% das pessoas não criam o deck do zero. Eles pegam prontos e alteram um pouquinho eles. Normalmente mantendo as cartas mainstream e alterando algumas mágicas por outras com algum efeito parecido só que melhorzinho.

É o mesmo que comprar um carro e mudar o enfeite do para-brisa e dizer que é engenheiro automobilístico. Essa realidade engana. E como normalmente temos dois jogadores em Magic, fica uma dica. Se você está ali para se divertir. Crie seu deck do zero e vá brincar. Se está ali para ganhar torneios e fazer fortuna, então copie Decks top prontos e o estude até não poder mais, esqueça essa de querer criar algo do zero. Não vai dar certo.

E por quê? Metagame é que se define como ‘Realidade de mecânicas do jogo’ (Atual). Ou seja o que está valendo, quais os decks que estão concorrendo. O que é preferível usar, quais as combinações fail e quais não são. E para chegar nessa conclusão o negócio é olhar os decks que foram construídos.

Sempre há um Jeskai, um Golgari, um Simic, Izzet, Fire e etc. Observa não o índice de performance. Normalmente ele é baixo. Algo em torno de 1%. Você vai julgar errado. Lembre-se que essa performance está avaliada em tantas milhares de jogadas por saldo de vitória e derrota. Então é um número absurdo. Algo como 40 vitórias para 5.000 jogatinas.

Pegue o valor da vitória por jogada seguida e por superação de cartas do adversário. Se nas 40 jogadas dessas 50% foram seguidas e você teve uma chance próxima de ganhar nas outras, esse é o cálculo que você deve levar em conta. Assumindo que entendeu até aqui, o porque de copiar e não criar do zero para ganhar, é porque você está levando em conta a enorme quantidade de jogadores adversário que terá em frente. Quantos utilizam ‘n’ combinações gerando ‘y’ cenários de partidas.

Se a cada deck que você usa por criação própria não tiver sinergia com o que está valendo atualmente, sua tendência é de mudar o deck ou procurar por outro sem optar por uma análise mais profunda. Ou ainda terá que fazer essa análise profunda por meses. Se estiver optando por Magic para ganhar torneio. Estamos falando de 5 manas com suas cartas exclusivas e outras em comum. Estamos falando de Planeswalkers, tribos e dinâmica – é um universo de possibilidades.

Estamos falando de controle probabilidades e de cálculo de chances que seu deck precisa gerar para então lhe dar a melhor chance de tirar uma mão. Quem calcula isso? Você. Quem monta? Você. E quem analisa os decks para se ter um chance pela maioria? Você. Então temos um cenário altamente improvável de fazê-lo isso do zero.

O mais estratégico possível é pegar um deck do último torneio. E pegar metade do caminho feito para outra ser de testes. E assim optar por decks tops mais descolados para suas vitórias em massa.  A implicação é justamente pela trabalheira que daria fazer um do zero, logo o Metagame (e suas rotações) obrigam os jogadores a optarem por ‘criar do zero’ ou ‘copiar um deck’.

Copiar Deck não é jogar Magic?

Quando comecei a jogar Magic a primeira coisa que fiz foi montar decks do zero. Em parte a ideia de Magic (como ela é vendida) é montar 80% os decks e realizar as partidas sendo essas 20% do jogo. Mas como a Wizard trata? É 1% de montagem de Deck, 98% de cópia e 1% de batalha. Mas…se a Wizard criou o Magic, quem deu a definição que Magic era montagem de deck?

Com certeza, os muitos jogadores que só jogam por diversão. Quem joga para torneio nunca existiu essa definição. Magic é puramente cópia de Deck. A montagem é a parte Sandbox. É divertido perceber a combinação. Mas na prática fica muito a desejar quando você precisa alinhar a base da suas cartas. E nesse momento é que qualquer pessoa deduz – mas você pode montar um deck bom sim. E outra pessoa vai deduzir, para ganhar US$ 300,000 em torneio?

Será  que existe algum jogador que fez o deck do zero e ganhou? Do zero? Montou, pesquisou, fez a proporção, calculou e fez as chances de controle de probabilidade? Não acredito que tenha. A grande maioria dos Decks Top são decks que ganharam torneios. E nele estão a base de alguma chance de sucesso. A base dos jogadores pelo mundo não somam nos torneios o total que joga Magic. É uma pequena minoria.

A razão é bem simples. Criar decks para torneios não é nada fácil. E pegar Decks prontos para ganhar em torneios menos ainda. A grande maioria arrisca criar decks do zero apenas para jogos 4Fun (Diversão), se forem para torneios eles vão pegar um deck pronto mesmo.  Há algo de errado nisso? Não. Seria loucura querer criar um deck do zero para fazer uma jogatina em torneios.