Cyberpunk 2077 Após 365 dias.

Há um ano, em 10 de dezembro, oficialmente para todos os que não adquiriram o pacote na pré-venda e entre alguns afortunados (ao ver não foram tão afortunados), era lançado a grande obra Hype da empresa polonesa CD Projet Red. Com uma promessa iniciada em 2012, adiada pela primeira vez em 2016 e num conturbado pela pandemia, e mais 4 atrasos, o jogo tão prometido, tão valorado, premiado e aplaudido antes de ver a luz, acabou parado e parando ânimos.

Posso me considerar uma pessoa que esperava na média o que o jogo prometia, e queria gostaria de ter visto um resultado bacana. Tem poucos jogos no mercado que investem em RPG com o gênero Cyberpunk, a maioria acontece em época medieval ou fantasia, que também pega os lados das espadas e dragões, o mais famoso, para citar a empresa, é Witcher.

A saga do bruxo Geral de Rivia deu sinais verdes que a empresa seria bem sucedida em seu projeto de quase uma década. Certo que sabemos que este jogo foi iniciado em 2016 e não em 2012 com o trailer de anúncio. E que possivelmente só foi de fato lançado após 2018 quando da E3 e o seu mais famoso garoto propaganda, Keanu Reeves.

Lançado como uma proposta que daria certo. O que poderia dar errado com o Keanu Reeves fazendo propaganda do jogo e que seria aos fatos, um personagem presente na trama? O ator é famoso por ser simples no dia-a-dia e carismático, suas atuações sempre deixaram lembranças nas pessoas. E o mais conectado a trama era Matrix, diga-se de passagem, Johnny Mnemonic.

Então o jogo ganhou notoriedade a partir de 2018. Mais pelo ator do que pela empresa. É assim que funciona a propaganda. Mas não teríamos a desagradável surpresa ao ver o estado final do jogo. Durante a campanha de pré-lançamento, a CDPR reativou a conta do twitter em 2018, estando esta parada desde de 2016, para começar os preparativos do que seria 2 anos de publicações impressionantes de cenários de uma cidade futurista.

Mas nenhum teste feito em consoles, seja eles bases ou não. O que dava a entender era que os testes eram realizados na plataforma de criação, que é sempre o PC. É de longa data que desenvolvedor se perde nas possibilidades de um computador possante, porém inacessível para a maioria das pessoas. No final, poucos tiveram a oportunidade de ver o espetáculo visual.

Proprietário de um PS4, eu vi mais travadas do que jogo. Vi mais polígonos inferiores ao Deus Ex Human Revolution do que espetáculo visual. Npcs, inteligência artificial, ciclo de dia e noite e escolhas. Nada e nada do que foi prometido. Antes que o visual agrade, jogos são mecânicas e sim isso, estamos comprando uma obra de arte em uma galeria renomada. Ainda levei na cabeça, pois meu quadro veio estragado.

As tentativas que tive foram de 20 dias em dezembro de 2020 para em 1º de janeiro de 2021 considerar este jogo morto. A comparação do abismo de promessas de Cyberpunk 2077 com outros jogos que foram mal em seus lançamentos é um pouco maior. Por quê? Eu já joguei jogo com bugs, mas nunca impróprio para jogo.

Com receio que este estragasse meu console e foi tarde demais, fiquei sem o PS4 por quatro meses devido as travas no HD. O PS4 não queimou, a memória interna não aguentou. Moral? Perdi todos os jogos salvos de mais de 130 jogos e progressos e fotos tiradas de jogos para um jogo que não vale os 250 reais que foram lançados. O prejuízo foi considerável, então a CDPR que até hoje é alvo de processos judiciais, deve ter perdido uma boa parte de seu público.

Ainda que pense, as próximas vendas de algum produto do zero da CDPR vai demonstrar se a base não esvaziou. Qualquer outro produto que seja oriundo de Witcher 3 e Gwent não conta, ali já tem público. Cyberpunk 2077 foi um fiasco para a empresa. A longo prazo ela vai ter que fazer a memória das pessoas minguaram.

E hoje?

Cyberpunk 2077 nos consoles bases PS4 e Xbox One ainda continua a mesma coisa de gráficos e bugs de 1 ano atrás. O que melhorou e significativo foram as correções de travas de missões e gráficos para PS5/Xbox S\X e PC (da Nasa). Mas só, as correções deste ano que foram adiadas para os próximo ainda está consertando o jogo que deveria ter sido lançado em 2020.

A pergunta seria: Deveria ir além? Eles prometeram mais do que história. Prometeram 1.000 algoritmos diferentes de personalidades, escolhas moldam, escolha de facções moldam suas ações, você pode terminar o jogo indo pela sidequest. As principais. Existem elas hoje? Nenhuma.

Infelizmente e a própria CDPR reconhece isso, o projeto Cyberpunk 2077 morreu em 10 de dezembro de 2020. Eles até investiram em lançamentos para o finado Witcher 3 na tentativa de desviar a atenção e com o Gwent no ar, em breve a empresa vai deixar de lado o investimento no jogo de vez. O lado ruim é que independente se a empresa se reergue, ela será lembrada pelo fiasco do Cyberpunk 2077 e não pelo triunfo do Witcher 3 Wild Hunt.

Apesar de Pawel Sasko afirmar em entrevistas que o jogo era essencialmente um RPG, o jogo pode ser hoje confundido e é (adorado) por ser um FPS (e poderia ser feito em terceira pessoa), o nível de imersão é zero, o aperfeiçoamento do personagem é inexistente e o jogo está focado em tiroteio. Embora haja uma história para ser elogiada pelo publico, ela é manjada e pouco original.

Conclusão de Cyberpunk 2077? (Após as correções)

Ele não é um jogo revolucionário, é mais do mesmo, com um pouco menos dos que triunfaram nesta área como a série Deus Ex e Shadow Run. Embora pareça que suas ações mudam alguma coisa, elas seguem uma linha de final 1, 2 e 3 com alguma mudança que você faça em determinado momento. Este último muitos jogos possuem a mecânica, o que seria novidade e prometida, é que pequenas ações realizadas até fora das missões seriam capazes de influenciar seu personagem na história.

O problema que além de não inovar, o jogo veio bugado e quebrado.

Nota (após 1 ano de correções): 1.0 (de 10.0).

Análise de Cyberpunk 2077

SITUAÇÃO PRÉ-LANÇAMENTO.

Cyberpunk 2077 foi lançado em 10 de dezembro pela produtora polonesa sediada em Varsóvia, a CD Projekt e por sua sub-divisão Red (CDPR, apelidada pelos fãs) dividiram as opiniões causando uma enxurrada de protestos e salvas, uma vez que o jogo não parece corresponder com o que foi promovido por 8 anos. E nesta análise vamos colocar os pés no chão e analisar se temos um jogo digno de Goty ou de um flop definitivo.

Na fase de pré-lançamento, a CDPR promoveu o seu mais recente título como uma promessa que dividiria a indústria de games entre o que vemos todos os anos no mercado como uma nova oferta de jogos mais imersivos, interativos, com causas e consequências, personalização. Ainda que a afirmação de divisor de águas não tenha sido proferido em momento algum pelos produtores. E sim pelos jogadores.

O pronunciamento em 2012 de CP2077 era um teaser que emocionou várias pessoas. Durante 3 anos sem oferecer qualquer sinal do projeto, e após o lançamento do sucesso e premiado The Witcher 3: Wild Hunt em 2015, a conta social da CDPR deu a largada para o novo e ambicioso projeto futurista. Não mais olhando para a obra de Geralt de Rívia, que tem origens na literatura fictícia polonesa, agora a vez era do norte-americano Mike Pondsmith e sua visão do mundo cibernético, que ele mesmo criou em 1988.

O jogo de tabuleiro com mecânicas de Dungeons and Dragons, recriava uma atmosfera noir e neon de Blade Runner com o caos econômico e política com segundas intenções. Posterior compra de direitos, a empresa polonesa explorou a ideia de criar um VG com as características de um RPG massivo e que tivesse um pé na realidade criada por Pondsmith e que fosse a melhor concepção da coisa. Um projeto único e poderoso.

Em 2016, a CDPR adiou o jogo por 4 anos e seu lançamento seria então realizado em 14 de abril de 2020. E durante este período estiverem mergulhados na obra que seria Cyberpunk. E até 2018, por 2 anos em silêncio completo, a conta social do CyberpunkGame fez uma simples apresentação do seu retorno. O que seria então em alguns meses o começo de uma corrida espacial com os retrofoguetes todos apontando para o dia D. Quando na E3 2018 o famoso ator Keanu Reeves seria parte do projeto.

O verdadeiro Hype nasceu neste dia. E intensificou bastante em 2 anos. E durante um ano complicado como o que foi de 2020. Para alguns mais e outros na medida de uma crise. A CDPR teve como obstáculos uma mudança crucial. Mandar os funcionários para casa e continuar a otimizar, polir e corrigir os detalhes para lançar o jogo que deveria ser o melhor do ano.

As palavras nunca saíram da boca dos desenvolvedores, dos acionistas. E sim dos jornalistas. E do público. Que estava contando as horas. Quando no começo de 2020, CP2077 foi adiado de abril para Setembro. Ainda não corria pelo mundo e nem na Polônia, o Covid-19. A afirmação do estúdio era que o jogo já se encontrava jogável, mas que eles precisavam polir as versões dos consoles, naquela então data, da atual geração.

Em junho o jogo foi novamente adiado, agora de setembro para Novembro. Naquele momento o mundo estava passando por uma transformação. E essa ação seria óbvia. Dado as mudanças, os contra-tempos. Atrasar é a melhor opção. Entregar algo não finalizado era ruim. E havia estreitas conversas e conflitos entre Haters, usuários esperando e lovers da marca. O pouco que se sabia por parte da empresa era que os três grupos seriam os juízes do produto, eles amariam a marca se o jogo fosse um sucesso, mas odiariam a marca se não fosse.

O discurso mesmo de sempre era: Atrasar para polir. Em 27 de outubro o jogo foi novamente adiado, agora de novembro para dezembro. E houve até uma situação anormal, pessoas estavam ameaçando o estúdio. Muitas estava com as emoções a flor da pele. Para os mais antigos a causa, jogadores de games tem o mesmo comportamento de torcedores de times. A exaltação é óbvia. Em muitos casos, fora da normalidade. Os que não ameaçaram, ficaram indignados. Começaram a promover que a CDPR estava mentindo e enganando.

Enquanto que os que gostam da CDPR desmentia e discursava que os atrasos eram para polir e era importante. Muitas vezes esses embates podiam durar semanas após o pronunciamento.

Ainda que dentro dessa análise não tenha incluído sobre a pressão da equipe de trabalho (Caso Crunch), de fãs da CDPR falando de Witcher 3, dos conflitos de Hater gona Haters, de lovers da marca (defende a qualquer custo), de usuários que gostam de Witcher (mas o fazem dentro da razoabilidade) e nem as situações em que o estúdio se envolveu com polêmicas. Apenas o itinerário de CP2077 até o seu lançamento. Sendo este o maior foco deste artigo.

Em dezembro a CDPR criou um mapa de pré-carregamentos que disponibilizam o download do jogo, mas não o executável. E isso porque eles queriam garantir que as pessoas tivessem a clara certeza que agora o jogo seria lançado. Uma vez que o relógio marcou meia-noite do dia 10 de dezembro. Em algumas horas, muitas pessoas já tinham uma ideia do que estavam prestes a experimentar.

Até aquela data, todos nós só sabíamos do conteúdo através dos gameplays, dos posicionamentos dos profissionais da imprensa, dos youtubers. E de alguns vazamentos que ocorreram até alguns dias antes do próprio lançamento. As imagens eram insanas, o jogo era promissor e seríamos também V, a ponto de nos criarmos no jogo e assim fazer parte daquela louca e intensa cidade da Costa Oeste, Night City.

Mas a experiência foi completamente diferente. E aqui vou narrar a minha perspectiva. Quando deu meia-noite de 10 de dezembro, meu download já estava completo, bastava entrar no jogo e vivenciar. A primeira tela mostrava uma corrente de vídeos que eram aqueles tantos que víamos nos gameplays. Estava finalmente ali conosco. Mas então houve diversos eventos que me deixaram confuso.

O JOGO.

Quando o jogo foi lançado, eu pensava em me criar. Dado as telas de personalização e os vídeos, seriam modelos 3D bem aperfeiçoados. Uma característica que a CDPR deixou bem clara durante esses últimos 2 anos. Com um aperfeiçoamento claro de modelagem e iluminação, o jogo eram bem mais bonito que aquele anunciado em 2012 e mostrado em 2018 na E3.

E eu vi um modelo 3D opaco. Parecia um modelo do GTA 3. Um pouco mais bonito. Com uma pele oleosa e plastificada. Não era…não era aquilo que a gente viu. E havia muitas poucas opções de personalização. Eram bem menos que o tem em Eve Online. E o jogo nem sequer prima pela imagem do personagem. Tem uma certa definição similar ao de Skyrim, até um pouco menos e menos arrojado. E bem similar também ao Fallout 4.

Eu não deveria ser capaz de comparar esses jogos. Mas a qualidade gráfica era péssima. Então desisti de criar meu personagem. Desisti de me criar. Fiz qualquer opção e fui. Escolhi primeiro Corpe. E dali vi outra coisa. No princípio dava a entender que cada um de nossos life paths seria possível que teríamos uma vida neles. Permaneceríamos neles. Mas não é bem assim.

Depois de entrar na torre de Arasaka, podemos delegar algumas tarefas para algumas pessoas, falar com o nosso chefe. E pimba, aconteceu o que sempre acontece quando o seu personagem está em uma condição favorável. A empresa te trai, você perde tudo e fica na beirada da sociedade. Mas tudo bem, entre aspas, se você fizer Nomad e Street Kid, vai notar uma coisa interessante. Você vai começar diferente, vai ter alguns diálogos próprios que podem ajudar, mas vai terminar no mesmo lugar, do lado de Jackie Welles.

Vai realizar as mesmas missões, depende de você terminar-las conforme suas escolhas, e isso independe inclusive do Life path. Ele facilita algumas coisas, mas você pode por exemplo ter os mesmos resultados que um Corpe teria no lugar de um Street Kid. Ao meu ver, esses life paths não tem qualquer efeito no jogo.

E uma coisa interessante, é que na prática você será Street Kid. Mas não faz nenhuma diferença para classes, influências, apenas no diálogo. Somente nisso. Não faz muito sentido escolher algum desses Life paths. Depois disso, seguimos um caminho que pode ser o main quest e o side quest. Mas não é aquela coisa que eles falaram. Você pode optar por fazer sidequests e nenhuma main quest. Se você não fizer main quest você não termina o jogo e você precisa finalizar atos para liberar a maioria das sidequests.

Há influências? De sidequests para Mainquests nenhuma. E vice-versa. As influências é na mesma medida da mecânica existente em Witcher 3. Ela só influencia a missão atual e garante alguns bônus para missões futuras que estejam conectadas com aquela personagem em específico. Se você limpar uma área por exemplo dos Animais, ninguém vai te reconhecer com o justiceiro. Mas você vai ganhar pontos de credibilidade e vai poder comprar coisas novas nas lojas.

E mais, sai sidequests pelo ladrão. Você faz missões genéricas o tempo todo. E os donos do canal, que são os contratantes parecem nunca desenvolver uma relação com você. Suas ações, sua forma de agir, nada disso faz diferença. Mas como em Witcher 3, você tem efeitos colaterais. Muitas vezes você não sabe como agir na missão, porque a missão não é clara ou quando é, ela não diz como você finaliza. Eu já tive que fazer loads diversas vezes porque fiquei perdido no ponto e deu um resultado negativo.

Há uma característica existente de Witcher 3, que é o modo detetive. Só vi isso em uma missão até agora. Mas você procura por evidências e determina o destino da missão dali em diante. Mas a maioria das missões são um pouco superficiais. E o que me deixou um pouco cansado é que você não tem aquela relação que havia em Witcher 3 – até a missão da famosa frigideira é muito mais valorosa do que o conjunto de todas as sidequests que já fiz até agora.

Senti que o jogo é uma pegada entre Watch Dogs, GTA, Deus Ex e Home Front revolution. Mas no lugar de pegar a vantagem, digamos o lado bom dos jogos. Eles desenvolveram uma interface que une cada um desses, mas não traz o que eles falaram que ia trazer. Um mundo vivo, sua ações influenciam este mundo, as sidequests seriam envolventes, os npcs teriam scripts únicos. O que você vê é o que existe nestes jogos.

  • Watch Dogs presente é a jogada do Hacker;
  • GTA é a ideia genérica de missões. E também da ausência completa de Karma. Se você matar a polícia. Acabou o alarme, acabou a fúria deles com você;
  • Deus Ex – Tirando a interface da cibernética que é um plágio direto do jogo, o restante não parece ter sido copiado. Os gráficos de DX são mil vezes melhores que o CP2077 e inclusive as escolhas em DX são efetivas. Você faz uma escolha, e ela determina pontos estratégicos no futuro. Se você salvar uma pessoa, evitar dos reféns morrerem, evitar inclusive e matar chefes;
  • Missões que não falham, já existem diversos jogos.

Sinto que esse jogo é muito Homefront Revolution. Inclusive o gráfico. A ideia do jogo é lutar contra resistência dos Norcos (Coréia do Norte), que invadiram os Estados Unidos. O jogo é mais Cyberpunk que este jogo. Mas tem uma quantidade absurda de bugs, mas não o suficiente para travar o jogo, ou coisas voando, ou carros voando. Texturas que não carregam, armas que somem, seus braços que ficam lado a lado estendidos, não, esse tipo de bug no lançamento pode ser normal para CDPR, mas nem a Bethesda que é a Rainha dos Bugs teve isso nos jogos.

E mais, os NPCS não tem IA. Cadê a reação. Se você carregar uma pessoa, as pessoas saem correndo. Mas não gritam. Não te acusam, não vão em sua direção para ter com você. E mais te atrapalham. Mas porque eles andam que nem robô. Você dá um encontrão em uma pessoa na rua, e não acontece nada. Se você fizer isso na série AC (Assassin’s Creed) a pessoa pode até cair no chão, ou te seguir, chamar as autoridades, te chamar atenção.

CP2077, senti que fosse um jogo inacabado. Até pensei que como eu comprei no dia 9 de dezembro ainda de fase de pré-venda e como nunca vi presenciei este caso pré-carregamento, suspeitei que a minha cópia fosse ainda a versão beta. Mas depois de ver que outras pessoas também estavam tendo as mesmas ou até piores coisas que a minha experiência, notei que aquele era o jogo final. O jogo não estava apenas feio, ele não tem mecânica nenhuma. Está vazio. Tem missões genéricas, uma cidade enorme para nada. Não tem como entrar em quase lugar nenhum, os movimentos dos personagens é robótico.

Nem para aproveitar o que eles conseguiram em Witcher 3, eles conseguiram segurar o projeto. Parece que estamos falando de duas empresas diferentes. Não sou um fã de Witcher 3 a ponto de passar pano para ele. Ele é bugado até hoje. Ele esquenta muito o meu PC. Eu rodo tudo no máximo. E quando saio do jogo, meu PC normalmente trava. É uma péssima otimização. O mesmo problema aqui. Temos uma péssima experiência porque eles não fecharam o projeto ainda.

O jogo ao meu ver nunca teve 70 GB, deve ter ao total de 250-300 GB, se juntarmos todo os Patches. E mesmo com 40 GB o jogo fecha sozinho, tem lags, tem bugs e não tem as mecânicas que eles prometeram. Esse jogo é quase igual ao Homefront, mas sem a ideia da resistência que é presente. Quando você limpa uma área, ela influencia suas forças e defesas na outra área, como se fosse um Conquest. Mas em Cyberpunk sinto que estou jogando um jogo que nunca ouvi falar na vida.

Ele é sonso, não tem sal, não tem interação, brota missão de todo lado, sem justificativa, sem influencias. Você pode estar no meio do tiroteio na rua, que ninguém vai sair correndo. A polícia nem se mexe. A não ser que seja você com arma na mão. É um jogo como qualquer outro. Em 2018 lembro que entrei em contato com esse jogo pela primeira vez e vi um trailer e o classifiquei como “Mais do mesmo”. E o problema é que jogando ele, ele parece não ser “mais do mesmo” é na verdade – “Menos do mesmo”.

Cadê as promessas de um jogo personalizável. Somos obrigados a fazer cada ato independente de qualquer escolha nossa. Cadê o RPG? Em Witcher 3, diferente de qualquer outro título, farmar experiência não era possível. Você tinha que fazer missões específicas e saber fazer escolhas para ter uma montante bom. Aqui basta você ficar fazendo missões a esmo, que em 5-6 horas você vai ter mais dinheiro que a Arasaka no mundo. E crescer de nível mais rápido ainda.

Lembro que levei umas 250 horas para chegar no level 50 do jogo em Witcher. Para subir do level 4 e 5 em Pomar Branco demorou tanto tempo que eu consegui fechar The Last of Us 2 duas vezes seguidas, e ainda não tinha passado para o level. Era tanta coisa para ler, para explorar. Que era por isso que coloquei uma pequena fé em CP2077. Não vejo vislumbre desse jogo. E muito se diz, no lançamento Witcher 3 tinha bug, mas não tinha ausência de mecânicas e nem de bugs que davam crash.

Em 4 dias de lançamento o jogo já saiu 8 vezes. Nem com a Bethesda isso aconteceu. Nem com Ubisoft. Nem mesmo em lançamento. Eu peguei Fallout 4 no dia do lançamento, peguei Watch Dogs 1 e 2 no dia do lançamento. Além dos bugs, cadê o prometido? Esse é o problema. Não há nada de Cyberpunk em Cyberpunk.

PATCHES E BUGS.

É imperdoável (sim eu sei) que um jogo seja lançado pela metade com o valor cheio. É mais imperdoável ainda. Um estúdio pedir paciência para lançar os demais patches para um jogo que sai, que não tem mecânica alguma, que é horroroso de feio. Que todo jogo sai com bug não é novidade.

Mas Cyberpunk pode ser para alguém um jogo tão incrível quando que você compara uma Mona Lisa com um buraco no chão, seria essa uma nova peça de arte moderna. É incrível ter um jogo pela metade? É insano? É divertido jogar um jogo que custa 250 reais que sai todo hora e que não possui sequer uma característica ofertada nestes últimos 8 anos.

Eles deveriam ter adiado por 10 anos esse jogo. Não me parece uma proposta pequena. E tampouco fácil. Me lembra muito um jogo chamado I Am Live e outro chamado Never Dead. Eles adiaram, o jogo sai assim. Dá próxima vez, eles não vai nem lançar o jogo e vão pedir o dinheiro para as pessoas. Não falta muito para isso acontecer.

E o que eu menos vejo comentar por aí. Bugs podem ser corrigidos. Mas e a mecânica? Ausência de elementos de RPG? Ter perks não é RPG. Ter personalização, ter escolhas que impactam, um mundo que reage, isso é RPG. Cadê? Para ter isso, esse jogo vai ter que um Patch Game de 150 GB para incorporar isso. Corrigir os bugs, o gráfico não o coloca no lugar devido. Isso é 50% do problema. Os outros é o próprio jogo. Ele é linear, tanto faz suas escolhas.

Como em Witcher 3, parte dos finais eram apenas escolhas feitas prioritariamente perto do final do jogo. Ela não contava com outras escolhas ao longo da jornada. Em Cyberpunk as escolhas fazem diferença na missão e nela. E acabou. O que temos é um jogo MMO em formato off-line, com missões genéricas e com nenhuma vida em Night City. Seu personagem foi ignorado, você só pode escolher Life path (que tanto faz), algumas pré-definições de aparência (Que tanto faz) e só.

PERSPECTIVA E VALE A PENA.

Muito se falou da visão de primeira pessoa. Depois de jogar, eu até prefiro que a visão seja de terceira pessoa. Porque com a câmera um pouco afastada você evita os bugs de crash, a feiura do ambiente e favorece a batalha. Pelos Gameplays, primeira pessoa era óbvio. Mas com esse resultado…não, terceira pessoa é mil vezes favorável.

Vale a pena? É radical dizer que não. As premissas da CDPR para o jogo foram atendidas? Nenhuma. É um jogo FPS com um ambiente de missões GTA e como uma história bacana como o Witcher sabe fazer. Mas se for assim, você também muitos jogos para jogar com narrativa boa. Todos da Naughty Dogs é neste sentido. Se for para manter um circuito de história, digo que talvez a CDPR esteja no ramo errado. Ou pelo menos foi como a Bethesda, teve sorte em lançar o Skyrim e no caso deles o Witcher. Nem para frente e nem para trás, eles tiveram um sucesso tão estrondoso.

Cyberpunk 2077 estava baseado na premissa de um RPG em Primeira Pessoa, essa foi uma afirmação dos desenvolvedores, em especial de Pawel Sasko, o diretor chefe de produção. Mas o que vemos aqui é um RPG…menos do RPG de ação que vemos no Deus Ex, no Witcher. Aqui temos um sistema de missões bem parecido com o que existe em MMORPG. É uma pancadaria de missões para subir de level e conseguir tier melhores, bonus, sideouts e etc.

E menos interação com o mundo existente. Que é o que o RPG de Witcher faz. Você tem até fiscal de imposto renda. E aqui…é sem sal. Mas se você gosta de FPS do tipo GTA é uma boa. Se você não liga para gráficos também. E se não se importa com conexões, impactos, karmas (RPG efeitos), e também uma boa. Mas não espere mais do que isso. Não existe liberdade, open world. É um jogo linear. Muito linear. E eles deveriam ter feito assim.

Minha nota (devido a premissa e o que foi entregue) – 1.0 de 100.0. Compre apenas quando:

  • Estiver de graça;
  • For combo (Se outro estiver sendo vendido junto);
  • Estiver com promoção de 75%;
  • Ganhar de presente;
  • Compre em uma plataforma que permita reembolso;
  • Tiver que jogar uma fase para ganhar 1 milhão de reais.

Dungeons and Dragons (1) – Introdução

Uma extensa comparação de DND.

Dungeons and Dragons (Masmorras e Dragões) conhecido também como DnD \ D&D é um RPG (Roley Playing Game) de aventura clássica medieval e fantasia que você cria seu personagem baseado nas regras do livro, mecânicas e habilidades, se aventura sozinho ou em grupo em campanhas.

Não basta ser apenas você em DnD. Esse logo é do jogo Cyberpunk 2077. E quando cito desta maneira, quero mencionar uma referência do boardgames que influenciou e originou o CP2077 desenvolvido pela Cd Projekt Red, que ele tem haver com o DnD mais do que parece.

Nunca joguei, mas pretendo adquirir Cyberpunk 2020 (criado em 1988) pelo designer Mike Pondsmith e o Cyberpunk Red (criado em 2019) pela Cd Projekt e que antecede os acontecimentos do jogo. E ambos boardgames são influenciados pela característica de RPG do tipo DnD.

Mas porque do tipo DnD? Todo RPG não é igual? Único? Uniforme? Não. Há vários tipos de sub-gêneros de RPG que podemos encontrar. E do tipo DnD quero dizer que a estética é um fator visual, e os atributos de estética é um fator funcional. Quando a montagem do seu personagem é em específico muito importante e que o que você definir será o pivô das aventuras.

Cyberpunk 2077 está previsto para ser lançado para PS4/Xbox One e PC em 19 de novembro. E que tem o pé do RPG de design funcional (Estética + funcionalidade da ficha do personagem) diferente de jogos tidos como estratégia, aventura ou ação que se vê mais por aí. Algumas comparações para entendermos o RPG do tipo DnD e entender o que é DnD.

RPG – BoardGames e Games.

Tem um tempo que se vende um tipo de RPG conhecido como FPS ou TPS na indústria. Não vejo com maldizente esse tipo de RPG o conhecido “farmar experiência”, já que o DnD tem combate, mas o objetivo tem haver com interação social, mais para simulação de vida do que com sistema de Score. Mas que apenas é um jogo de RPG diferente.

Este tipo diferente não é o mesmo do jogo Deus Ex. E reúno aqui os 4 principais lançados: Deus Ex: The Conspiracy, Invisble War, Human Revolution e Mankind Divided. Onde o RPG se concentrava e um arquétipo de FPS mas com alguma estrutura de interação.

Onde suas escolhas faziam alguma diferença. Dentro do contexto de RPG. Isso é RPG. Se pegarmos jogos como Destiny, WarCraft teremos um gênero para um e outro um pouco diferente. Eles são RPG, mas possuem talvez um item a menos do que é RPG DnD.

Destiny o foco é o combate. WarCraft o foco é a building da classe. Combate faz parte do RPG. E não significa, mesmo que, o jogo não possua um sistema perceptível de caracterização, que assumir o papel do personagem não seja considerado um RPG. Se for assim o próprio Role Playing – Jogo de papéis, nós estamos atuando em diversos personagens.

Ok. Mas essa é uma definição pontual. Estamos falando apenas de uma características do RPG, mas não um que se determine a ser do tipo DnD. Mas é um RPG a forma adequada. Li algumas postagens na internet e declarações em outros meios, que RPG é essencial ser TPS (Terceira pessoa).

O argumento para essa afirmação era que como o personagem era altamente customizado, não teria sentido em não ver o seu personagem. Jogos como DC Universe você tem um nível alto de estética. Dá até para decorar sua casa. Então depois de padronizar o seu personagem você não pode vê-lo? Assim muitos pensaram ser o RPG. E é?

Para DnD, os jogadores, ou seja VOCÊ. É quem controla o seu personagem. Mas com certeza já deve ter visto em muitos jogos. Senão já jogou inclusive. Que muitos jogadores usam miniaturas para se representar. Muitos até customizam ou criam estas criaturas. Mas tem um conceito claro em DnD. Você é personagem.

A mera utilização da miniatura tem haver com uma lógica espacial. Todo personagem, como os monstros, e os NPCs do mundo fantástico. São representações de uma entidade, de uma história ou de uma mecânica interativa. Seria espacialmente confuso imaginar como seria a conversa de um monge com um pedinte em uma cidade movimentada do plano de Fogotten Realms.

O que se faz para solucionar. É desenhar mapas, o mapa da cidade, colocar uma figura para representar o monge e a outra para representar o pedinte. Mas essa é uma representação do AVATAR. O personagem como é você, entende-se como FPP (First Person Perspective) e não como TPP ou TPS. Já que a mecânica é interpretar papéis.

Não nós vemos em terceira pessoa. Mas ainda sim vestimos roupas, até descoladas. Nos vemos em espelhos ou quando olhamos ao redor, apreciamos as ombreiras, as luvas. Certo? É assim que funciona os eventos de Cosplay. Você representa o personagem, mas está em primeira pessoa. É assim que funciona em DnD.

Existe uma representação, você assume um papel. O personagem que você cria. É até diferente da ideia de Deus Ex. Você não é Adam Jensen. Você representa Adam. Mas não o criou. Ele já estava criado. Mas dentro daquela realidade, você é ele. Em DnD existem aventuras que criam heróis ou heroínas pré-definidas.

Você pode escolher ou montar o seu personagem do zero. Seu personagem além da trama interativa ali que exemplificamos porque o DnD é em FPP na prática. É que nós possuímos deslocamento. E espaços de efeito de combate. Já deve ter visto ou não senão. Deixa eu guia-lo(a). Temos para cada golpe nosso ou movimento um raio de ataque.

A partir do ponto você tem combates que exigem 1,5 m de proximidade do monstro. Ou seu raio de alcance é de 18 metros. Ou seu deslocamento é 9 metros. Cria-se a ideia de movimento espacial e percepção geométrica. Nisso a miniatura nos oferece referência. Por isso pensa-se que o jogo é TPS ou TPP. Mas não é. Na verdade não seria possível.

Quais as características principais do DnD?

Mas isso não remove a condição de ser RPG. Só que o DnD não é TPS ou TPP, e sim FPP. Em sua perspectiva. Outro ponto que faz o RPG ser o do tipo que estamos falando é o equilíbrio entre três pilares:

  • Interação Social;
  • Exploração;
  • Combate.

A importância deles enumera muitos itens que mudam a dinâmica da aventura. E dependem muito das regras básicas ou das ‘criadas’ durante a aventura. Sim essa última, faz campanhas do DnD serem complexas. Toda interação social pode ser entendida como:

  • Interação grupo (o seu clã);
  • Interação com o mundo da aventura;
  • Interação com os NPCs;
  • Interação com sua classe.

Toda exploração:

  • Ações entre as aventuras (o famosos Sidequests);
  • Exercer uma profissão;
  • Construir uma vida social;
  • Explorar o mundo (plano).

E todo combate compreende:

  • Os efeitos de sua classe;
  • Estruturas de combate: Iniciativa, chance de ataque, ataque e resultados;
  • Opção de ataque furtivo, ataque frontal ou evitar ataque;
  • Razão pelo combate.

Em DnD existe algo muito importante, o que eu chamo de conhecimento explícito. Tudo que fazemos em Rpg conscientes é que você realmente precisa saber do que se trata. Não existe automatismos. Não existe o sistema vai lhe oferecer. Você precisa aprender e desenvolver.

O que permite você procurar informações extras para lidar com problemas que pode ter. Isso acontece em um jogo muito conhecido, Witcher 3: Wild Hunt da mesma produtora de Cyberpunk 2077 (Cd Projekt Red – CDPR). Não basta fazer missões, você tem formas diferentes de terminar a missão.

Pode falhar, pode ter sucesso ou oferecer um caminho alternativo que não é o esperado e nem o impossível. Mas a melhor solução. E essa pode ser necessário compreender. Tudo que você lê no jogo não necessariamente gera alvos de missão. Gera conhecimento. Pegou?

A ideia do RPG de DnD é que ler é sua maior fonte de conhecimento. Espero que o Cyberpunk 2077 tenha essa pegada. Porque a lore do jogo que vai de 2020 até 2077 define muitos conceitos das quatro guerras corporativas, a formação da cidade por Richard Night no começo do século 21, a formação das facções e suas influências.

Saber disso torna suas ações mais cautelosas e eficientes? Sim. E espero que o CP2077 carregue essa característica que já existia em Witcher 3. Onde você saber mesmo das coisas fazia diferença. Garantindo que você tivesse mais vantagens do que aleatoriedade.

O mesmo conhecimento que você tem que ter é o mesmo que garante sua posição na aventura. Saber que aquela criatura fica mais forte a noite e enfurecida na presença de alguma fonte de energia, pode lhe garantir uma vitória certeira. Ou ainda descobrir que a criatura ali é amaldiçoada, então você pode tentar ajuda-la ou ignora-la.

Minha ficha de personagem parece um currículo. De tanto anexo que tem. É o seu manual de sobrevivência. É assim que funciona. Já parou para pensar qual é o seu plano natal? De onde veio? Se isso influencia suas predisposições? Não seria a mesma coisa que temos em CP2077 (Life Path, seu backstory) e etc?

Há elementos bem comuns porque CP2077 é baseado em RPG do DnD e no do DC Universe. Por isso trago o elemental entre esses dois mundos para explicar.

DnD é como atuar e jogar em um mundo de cinema.

Assim podemos chegar nesta última parte e reunir os três pilares: Interativo, Exploração e Combate e atuação. Sim como um ator ou atriz. Você pega um papel e faz. Mas um ator não apenas fala o que o script diz. Ele cria um histórico do personagem.

Ele cria os gestos, o jeito de falar, trejeitos, a roupa, como interage, como reage. E como um RPG interpretativo. Temos uma ideia de como esses jogos garantem a liberdade de escolhas e o impacto de escolhas. Tal como um RPG clássico, ele simula um personagem que é você, dentro de um mundo fantástico.

Então se imagine atuando em um filme. Um mago em Senhor dos Anéis, um monge pela luta de libertação do seu planeta natal próximo a Asgard. A clareza da imersão visa que o universo desses lugares reagem a sua presença. Então o mundo ao seu redor muda.

Mas antes de terminar esse artigo, DnD pode ser jogado das seguintes formas:

  • Em grupo com um mestre;
  • Em grupo sem um mestre;
  • Sozinho com um mestre;
  • Sozinho sem um mestre.

As regras está lá para criar uma base lógica de ações, mas nada impede delas serem adaptadas. As edições oferecerem apenas uma visão. No caso de DnD, eu já usei carta de MTG para fazer ações para Magos. Já estipulei a ultrapassagem dos atributos (tidos para humanos até 18) acima de 30, que é os tidos para Anjos e Demônios.

Quebrar regras e fornecer chances de aperfeiçoamento é parte do jogo. Essa é a liberdade que se encontra.