Japonês (41) – É Kitsune ou Gitsune?

Kitsune é a forma correta para o que se refere ao animal raposa. No último artigo aprendemos como é o KANJI (狐). No entanto porque nos referirmos a essa forma ‘gitsune’? Ela não existe, e a explicação pode ocorrer sob dois pontos de vista:

  • Uso do Google Translate (e porque você deveria abandona-lo);
  • Ouvir a pronúncia e confundi-la.

KI e GI são próximas na pronúncia em japonês. Se for em nosso idioma. O som de KI é QUI se for GI será GUI. No entanto em japonês, não se pronúncia nitidamente o K e o G. A abertura da boca para ambos é ‘timida’. E portanto ao falarmos por exemplo como KI (árvore) ela seria uma pronúncia tão próxima do GI, e poderíamos até confundir.

GITSUNE não tem nenhum significado. Se você colocar no Google Translate ela vai traduzir como raposa. No entanto o dicionário oficial de japonês (físico e digital) conhecido como JISHO é o que tem a palavra final. E há muitas interpretações erradas (inclusive pronúncias) tanto significado de KANJIS (Radical e sufixo).

JISHO é fiel a didática japonesa, tido como um dicionário oficial sobre a língua. Se você procurar por GITSUNE ele não vai retornar nenhum resultado válido. No entanto se colocar KITSUNE (ou 狐) vai retornar raposa.

O mesmo vale para pronúncia, para ressaltarmos as confusões, com o ME e NE. No português temos a diferença na tonalidade. No Japonês a tonalidade é ínfima (existente), mas bem próxima. ME significa olho, representativo pelo KANJI 目 e NE significa raiz (raiz de planta) seu KANJI é 根. Não há acentos para diferenciar ME de NE, tanto quanto KI e GI. Não há morfologia no tom.

GOOGLE TRANSLATE É APENAS UMA REFERÊNCIA.

Para começo de conversa, o Google Translate (GT) não serve para aprender o ensino de uma língua. Especialmente se ela for muito diferente do nosso idioma original. Pronúncia do francês, italiano e espanhol são bem mais fiéis, tem algumas discrepâncias, mas são mais confiáveis.

Quando se trata de idioma muito distantes, em que somos ‘alienígenas’ ao entendê-lo como Russo, Sueco, Chinês, Japonês, Coreano e Árabe, teremos que confiar na pronúncia e tradução do GT.

Mora justamente o perigo aí. Quando comecei a estudar Japonês, fiz por um tempo (ainda que com ressalvas) o uso do GT. Mas já fazia uso do JISHO, o que não prejudicou o aprendizado, já que vinha aprendendo a pronúncia e os significados com mais consulta por um do que pelo outro. O Jisho bate na tecla oficial do idioma.

GT serve para uma rápida tradução, considerando que você já saiba bastante sobre o significado. Podendo a discrepância ocorrer sem danos maiores. Como é o caso acima, que se você colocar GITSUNE ou KITSUNE vai aparecer na parte ‘fonética’ ou GITSUNE e a opção de converter em KANJI para o 狐 sem qualquer regra aplicada.

Outro ponto de desvantagem é que o GT tem pouca fidelidade em tradução de KANJI. De forma isolada até que vai, mas se for usado com uma composição específica, ele traduz ao pé da letra ou traduz segundo um sentido específico. E muitas vezes, nem sequer traduz.