Nesta semana fiz um brinde a leitura, tal como faço centenas de vezes. Não tem como trazer conteúdo sem ler sobre. Assistir ou estudar. E estava lendo um capítulo do livro Ted Talks – O guia oficial do TED para falar em público escrito pelo presidente do TED, Chris Anderson. O autor compilou no livro tudo que foi aprendendo com as conferências que fazia questão de assistir.
Parte dessas lições levei para o palco, claro que tem outros elementos que aprendemos para deixar tudo muito confortável. Falar na frente das pessoas parece uma agonia certo? Usando uma câmera e transmitindo pela internet, essa ansiedade diminui, mas não acaba. E quem já tem tempo de locução, sabe até que a ansiedade é um belo recurso também.
Ser ansioso sem controle causa problemas na hora de falar e apresentar o conteúdo. Usar a ansiedade na medida certa, gera naturalidade e cria empatia. Não porque o público se identifica exatamente, porque a ansiedade é um estado natural de nossa reação psicológica e física a uma situação que achamos ser perigosa, e todo mundo tem essa ansiedade.
Fiz teatro, palestras, aulas para chegar num tom ideal. Mas tem chão para andar. E você pode usar algumas dicas que não vão leva-lo para o milagre dos palcos. Mas vai deixa-lo(a) confortável consigo(a). Com o controle, você faz o que quiser. Vamos lá.
O capítulo III define 4 itens valiosos. Eu chamo de fabulosos, porque se você segui-los, vai conseguir se controlar no palco e vai ganhar a plateia sem ter que passar por muitos obstáculos. Eu não tive problemas em minhas palestras. Mas era um acanhado em falar em público na escola, embora gostasse. Mas tinha receio das reações. Hoje estou mais compenetrado ao que penso em transmitir e não pelos olhares das pessoas.
- Conversa de Vendedor.
Chris Anderson relata a experiência dele. Vou relatar a minha. Em 2016 quando comecei no circuito de palestras, que seria hoje um dos motores que tornaram possível entrar em debates, lives, webinar e aulas, lembro do Fórum de Marketing na Universidade Veiga de Almeida, que o primeiro palestrante era membro de uma empresa. Tal como eu. Ambos CEOS. Não vou dizer que eu fui aplaudido como ele foi.
Fez um show, um show de propagandas. Ele falava da empresa dele, dele e das ações que ele fazia para os seus clientes. Para os que forem ler o relato de Chris Anderson, será bem similar à este. A segunda palestrante fez a mesma coisa. Fez algum humor. As pessoas riram. Bateram palmas.
Mas sabe o que eu percebi? Quando eu fiz minha palestra, eu não tirei risadas de ninguém, não ganhei aplausos, exceto no comecinho e no final da palestra. Mas eu fui procurado por duas pessoas para discutir os assuntos da palestra e um professor mencionou que um dos tópicos que eu falei era de extrema importância para o ensino da Comunicação. Eu reparei que os palestrantes antes de mim não foram procurados por ninguém.
Eles simplesmente saíram do palco com sorrisos, mas sem alguém os escoltando ou conversando. Mas não foram embora do auditório sem ninguém para debater o que eles tinham dito no palco. Detalhe que muitos deles eram bem mais conhecidos do que eu. Muito mais. E eu era o aspirante. Me preocupo ao dar esse relato, porque de fato você não tem que vender nada em uma palestra. Você precisa passar uma ideia, uma mensagem, uma dica ou até uma aula.
E eles só falavam de suas empresas e de seus currículos. A única vez que eu falei de mim foi quando me apresentei no começo da palestra. Fiz uma chamada, que era ex-aluno daquele lugar o que já tirou um aplauso forte e gritos de urra. Mas o restante da palestra foi de silêncio. Aliás estavam prestando atenção. Outro ponto, que é de longa data o que eu aprendi sobre, é que plateia em silêncio tossindo demais e se retorcendo na cadeira é sinal de desinteresse.
Mas ainda bem que isso não aconteceu naquela palestra.
2. Divagação
Falar sem contexto. Sabe sem dar uma moral da história. Divagação é uma estratégia para quebrar gelo no começo da palestra. Ou da fala. Quando você começa assim – “Nossa pessoal desculpe o atraso, mas peguei o pior busão da cidade e ainda choveu…”, mas para uma palestra não é de total indecoro usar esse linguajar, contanto que a situação que você passou tem haver com o que você vai falar.
Divagar e reflexão são coisas diferentes. Você pode contar uma situação que você passou para exemplificar o que você quer passar na palestra, por exemplo. Quantas vezes passamos por situações de atraso, ônibus cheio, trânsito parado, voo cancelado e outras ocasiões. E podemos na melhor das hipóteses, tirar algum proveito positivo disso? Diversas vezes.
E o divagar precisa parar de contar histórias que não tem nada haver com o que você vai falar. E precisa sim ter alguma moral. O uso dessa parte eu já recomendo – faça para exemplificar, começar uma palestra, tirar o nervoso ou de criar empatia com o público. Muitas dessas histórias, as outras pessoas já passaram ou similares.
3. Tédio Organizacional.
Esse foi um dos pontos em comum lá no primeiro item, a conversa de vendedor. Todos os palestrantes estavam ufanistas (orgulhosos) em dizer como suas empresas eram maravilhosas, poderosas e conquistadoras do mercado. Mas não passavam o conteúdo. Eu lembro que parte do conteúdo dado foi um vídeo de 3 minutos contra os 27 minutos de autopromoção.
Se eu não tivesse testemunhado que aplausos e risadas não significavam aprovação do público em posterior momento. Eu diria que o livro do TED era uma particularidade. Mas de todos, minha mensagem era sobre Marketing de Conteúdo em Redes Sociais. Quando eu saí do auditório, eu vi que a mesa que representava a minha empresa, estava lá com um banner de quase 1,70 m. Todos os cartões de visita que eu havia colocado, havia sido todos pegos.
Não foram roubados. A área contava com organizadores e estava fechada para os participantes e que se inscreveram nas palestras. Então só entrava quem estava na lista. Havia uns 100 cartões de visita. Meu foco foi de dar uma palestra sobre a importância de trabalhar o conteúdo para enriquecer as Redes Sociais. Os demais colegas, falaram de si.
E de suas empresas. Em palestras, importante, nunca faça autopromoção. Nunca. As pessoas que estão sentadas não querem saber quem é você ou sua empresa. Elas querem ouvir sua mensagem. Sua ideia. Sua inovação. Quem é você. Vem depois. Se elas se interessarem. Você vai falar sobre algo para elas. É uma conversa indireta. Fale para elas o que você tem que falar. Falar sobre si? Pergunte a alguém se eles querem ouvir sobre você?
Quando alguém fala de si, principalmente os muito bem sucedidos. Eles trazem lições. E não de como ‘eles’ subiram até lá.
É muito feliz quando uma empresa engaja e atinge os seus objetivos. Mas em palestra, aula ou lives, debates. Coloca isso de lado. E transforma a mensagem em uma lição poderosa. Porque as pessoas elas querem sentir que podem pegar a sua lição e colocar em prática. Se sua empresa é atriz principal. Fica difícil. Por quê?
Porque aquelas pessoas não fazem parte de sua empresa. Não faz parte daquela realidade. Falar que sua empresa faz isso e fica com resultados incríveis. É intangível para quem não fez parte dela. Concordam? Então exclua essa promoção e fale da solução. No livro, segundo Chris Anderson, ele fala de como você transforma uma afirmação da empresa em uma afirmação geral que pode atingir qualquer pessoa e deixar claro que todos podem chegar naquele resultado.
4. Desempenho motivador.
Não há receios. Mas quando falamos de motivação. Vou identificar o tipo que o autor do livro quis dizer. A motivação do palestrante de estar no palco. Não é aquela motivação de você influenciar a plateia. Qual é o objetivo de você estar na frente das pessoas? Você quer dar uma aula, uma lição, demonstrar algo, expressar um sentimento. Não apenas o presidente da TED, mas já ouvi isso em diversos lugares, sua motivação podem ser diversas, mas nunca…NUNCA deve ser por ostentação.
Muitos palestrantes gostam do público, porque ele recebe aplauso. Risadas. Um show. É bom? Quando identificamos que é uma reação, podemos considerar que a plateia está reagindo ao quê? Uma piada? Uma situação? É favorável? Favorável que eles riam, deem o espaço para a glória da comunicação. Mas nunca porque você clama por adoração. Esse é o primeiro passo para você entender o seguinte:
Risadas, aplausos são reações emocionais. Elas são importantes. Mas são utilizadas nos momentos para quebrar gelo, para fazer um aprendizado fixar melhor, o humor é bom para isso e sucessivamente. Mas quando uma palestra, e eu assisti muitas delas ao vivo, esta recheada de stand-up e pouco conteúdo, não se engane, as pessoas nem vão se lembrar de você.
Eu diria que pode ser um efeito aleatório se não tivesse comprovado isso. Mas fazer piadas não é exatamente uma boa ideia. Fazer graça ou comédia, quem entende, não precisa fazer piadas. Eu já fiz o público rir, mas sem a intenção exata disso acontecer. Pode ser uma situação…naquele momento calhou. Mas o mais importante, saírem de lá lembrando do que você falou.
Se você quer público? Talvez esteja no lugar errado. Cantor(a), ator(triz) possa ser mais o que você gostaria. Lembrando que para se manter na mente das pessoas, esses gastam rios de dinheiro em publicidade. Quando que uma palestra bem dada, sem apego à autopromoção, ou ostentação, você terá muito mais o que render a sua posterioridade.
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SOBRE O AUTOR.
Rafael Junqueira é Professor, CEO e Diretor de Marketing da Junqueira Consultoria. Publicitário e especialista em Marketing Digital e Marketing de Relacionamento. Possui mais de 8 anos em experiência em Marketing Jurídico, autor de mais de 100 artigos. Pós graduado em Adm. de Marketing e Comunicação Empresarial (UVA), Marketing de Relacionamento (IBMEC) e Gestão de Riscos em Marketing Digital (ESPM).
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