Análise do Superman (2025): É bom?

A MISCELÂNIA DO HERÓI QUE SOFREU REBAIXAMENTO.

Superman já teve diversas adaptações para filmes e unicamente vamos compreender, vai do gosto achar quem é o eleito o melhor deles. Mas posso dizer quais que estão causando aquela coceira irremediável que sentimos, por que a insistência louca de alguns diretores de torná-los mais humano, quando não é possível? Vamos lá?

Acredito que o Superman referência seja Christopher Reeve. E talvez o segundo Henry Cavill. Ao meu ponto de vista, apenas um deles. Vocês adivinham? Se eu falar individualmente por título sem conectá-los a origem criada em 1938, diria que cada filme tem o seu jeito de contar a história de uma forma interessante e nada ofensivo. Há uma versão em 1933, que foi o primeiro esboço deste personagem e ele era humano com força acima da média. Mas mesmo assim, ele seria um Hulk menos vitaminado.

Já adivinharam? Quem respondeu Christopher Reeve, está certo. Daqui eu vou opinar sobre o longa que vi de James Gunn. Eu não sou um desafeto desse diretor e de qualquer outro. Mas acho que é interessante citá-lo. Ele tem uma visão problemática sobre heróis. Ele parece não gostar deles. Ele gosta de vilões. É um gosto. Mas que para nós que gostamos de heróis, ficamos naquela plataforma crítica.

O Superman de Richard Donner era o herói. O Superman Returns daria continuidade ao Superman II de 1980, onde Lois Lane e Kalel teriam juntos um filho. Foi interessante ver o filme em 2006, mas minha nota é quase negativa, se formos avaliá-lo comparando. Senão, é um filme de ficção científica. É um pouco injusto? Para mim Superman é um sobrevivente último de Krypton, enviado por seu pai a terra para bancar o herói por aqui. Sem as devidas interpretações religiosas colaterais que a história tem.

Qualquer série, vou agrupá-las assim sem nomea-las, mas não é por falta de respeito, apenas que todas elas acertam na tecla da dramaticidade do que no heroísmo. No ponto do herói que não tem emoções, barreiras e passados problemáticos. Toda a série do Superman parece uma Gilmore Girls. E nada contra, a série da mãe e da filha Gilmore é uma excelente narrativa. Mas para o Superman isso não é uma boa coisa. Talvez eu esteja sendo injusto.

Ok, totalizamos duas menções de “injusto” em minha análise. Mas eu tenho uma visão específica do Superman. Para mim o cara é um herói. Ele tem emoções, tem traumas e perdas. Mas deixa de lado e vai a luta. Tenho uma certa impressão que apesar de ser plausível a adição dessas características não apenas pertencentes a espécie humana, são exageradas e obliterantes as ações heroísmo. A série do Superman e Lois Lane, que chegou a fazer crossover com a Supergirl de Melissa Benoist, me passou uma sensação de “Fracoman”.

Ele é fraco. Seria novamente uma injustiça minha? Será que estou tendo uma crise geracional? Embora a emoção seja claramente algo nosso. Tem emoção e emoção. Superman perdeu os pais, perdeu o mundo e vive como um filho adotivo num planeta estranho. Mas tem um pormenor, ele veio para terra bebê. Praticamente nasceu na terra. Então faz sentido ele não ter os traumas de uma vida que não viveu e viver como humano com poderes.

Ok novamente. Dai nasce a reeleitura do Superman ser um humano que tem poderes. Tudo bem. Mas eles estão enfraquecendo o herói. Eu até sinto que estão causando overdose. Não sabendo medir. Veja bem. Peter Parker é humano de origem, picado por uma aranha mutante e transformado em um novo ser humano, mas que ainda tem tudo o que um teria normalmente. Mas eu não sinto Homem-Aranha enfraquecido.

Conseguem perceber? Ele tem sentimentos, mas não fica chorando que nem um bebê chorão. Nem cai em terra, apanha mas levanta. E de todos os filmes desse cara, Superman de 2025 demonstrou que Peter Parker sem ajuda dos Guardiões, seria capaz de bater no Luthor, naquele Kaiju sem ficar chorando pitangas. E faria piadas. Estão entendendo o meu ponto de vista? As emoções são o menor dos problemas. É o fato de torná-la mais kryptonita do que a kryptonita.

Lembram do Superman de 1978? Quando ele viu a Lois Lane morta no carro. Ele ficou furioso. Fulo. E saiu voando e alterou as leis da física voltando no tempo. O superman de hoje, chora, posta na internet, toma valium e entra para um grupo de apoio. Mas não resolve. O problema não é o luto e a o auto-enterro. E isso me irrita nos filmes atuais do Superman. No filme de Henry Cavill, eu senti que a única coisa que eu gostei foi da trilha sonora.

Superman de 2025 finalmente chegamos. Como muitos lugares já fizeram análise. Ele apanha do começo ao fim. Certo que ele está iniciando sua carreira como herói. Quem nunca errou? Mas isso me faz lembrar de algo desconcertante. Na série da Melissa Benoist, como Supergirl ela no primeiro dia se destacou. E quando contamos na terceira temporada, que seria o tempo em que esse Superman estava na ativa, ou seja, três anos. Ela estava mais forte do nunca. E ele? Continua apanhando e precisando de ajuda. Precisando de ajuda? E agora afirmando, precisando de ajuda.

Não é preocupante precisar de ajuda. Mas Superman precisar de ajuda. Nem a Supergirl precisou de ajuda. É um enfraquecimento tão grande. Que eu acho que deveriam fazer o Superman de 1933. Que era ser humano, tinha alguns poderes, bem menos óbvios e não tinha influência do sol, era algo nativo e biológico por independência e dai eu acho que ele será melhor representado. Ele terá o nivelamento respeitoso que Peter Parker tem.

Na altura do campeonato a minha análise, acho que vocês já devem ter reparado que eu não curti muito o filme. Rir é um caminho interessante. Mas eu não curti os últimos três ou quatro filmes que tenha saído senão me falhar a conta e nenhuma série. Acho que o último filme que eu considero desse herói, é de 1983, o Superman 3. Dali até hoje não teve um filme que desse a esse herói novamente a dignidade de ser um herói. E talvez aqui vocês compreendam porque tem tanto filme ruim hoje.

A reeleitura do superman não me agradou. Talvez tenha agrado a alguém, porque o filme foi feito porque há público para ele. Ele foi feito a fidelidade das HQS atuais. Eu comprei algumas. E notei porque o superman está SUPER nerfado. Ele é agora visto como um ‘humano’ com poderes. Ele foi referenciado como meta humano no filme. E isso diz muita coisa, certo? Eu gosto do herói porque ele tem as mazelas normais de uma pessoa comum, mas se supera. Por isso se torna herói. E lembro do slogan do primeiro filme, que era – “Você acredita que um homem possa voar?”.

Bem eu acredito que o slogan não se referia a um ser humano. E portanto que nos apresentavam uma entidade. Não falo de entidade divina, mas algo que não era comum. Há algum ser humano que voe? Me aponte algum. Então a ideia de herói para mim não é ser algo comum. Algo que temos como empecilhos. Tal qual o superman de 1978 ficou furioso, mas isso não parou ele, parou?

Mas o de 2025 tem briga conjugal? Briga conjugal. Ele tem um relacionamento. Como um superman tem um relacionamento? Certo, ele pode ter o que ele quiser. Mas eu me senti vendo os filmes de paródia de super herói. E isso eleva a minha rejeição a figura do Superman fraco que estão criando hoje em dia. Dai eu acho que não é somente esse diretor que tem essa visão. A estima pela palavra “fraco” não se refere a ter emoções e sim o fato delas paralisarem o superman.

Ele é humano? Hoje em dia ele é. E está mais focado em uma realidade dramática. Dai eu acho que vou esperar passar essa era do Superman fraco e vou esperar a era do superman que é superman mesmo. Pois que ver um filme que nos cause desconforto não é uma boa diversão, é indigesto. E diria que a minha opinião dentro dessa análise que é o Superman que começa apanhando, cai perto de sua fortaleza da Solidão sangrando, o cachorro de sua prima o arrasta para lá, diverge do que estou acostumado a entender como superman.

Não tenho certeza, mas será que o filme teve mais exibição por causa do Krypto? Eu ficaria satisfeito se a abordagem emocional fosse parte do conceito da pessoa e não um obstáculo. Isso é uma ofensa. Está querendo dizer que emoção é fraco? O filme emite isso. O cara tem poderes, mas as emoções o destronam. Eu fiquei abismado, mas não deveria ter ficado, dado os absurdos que fui vendo durante o longa, foi quando ele tentou convencer Luthor de o que ele fazia era errado e ainda fez um relato psicológico de si que ele se esforçava todos dias.

Entenderam? Superman estava alugando Luthor como psicólogo? Isso me soa cômico? Não sei se a palavra certa é cômico. Se isso é uma seriedade, então é trágico a palavra correta. Luthor não é um cara normal, ele é um psicopata. Nenhum ator que fez ele, até esse, fez ele como um cara que se importava com alguém. Sempre foi um louco, um Coringa. Um apático. No primeiro filme o cara jogou uma bomba atômica na falha de San Andreas.

Em Superman Returns ele criou um novo continente. Lembram da cena do cachorro? Que ele herdou a mansão, mas deixou os cachorros lá? Um deles devorou o outro. Não é uma cena muito comentada, mas se vir, esse cara nunca se importou com nada. De repente ele vai ouvir o Superman e seus lamentos? E vai se lamentar também? A mulher Gavião foi a heroína mais forte do filme. Vocês perceberam isso?

Lois Lane tinha muito mais controle emocional que o Superman. E outra, o pai adotivo do Superman, um bebê chorão. Existe elementos comuns demais no filme que me fazem entender uma genuína sabotagem. Neste caso, eu prefiro ver apenas filmes onde mulheres sejam protagonistas a partir de hoje, daí teremos filmes melhores.

Sinto dizer, que não vale a pena a ver o filme. Ele deveria ser algo melhor. Talvez trazendo sim uma implicação. Porque o filme aborda questão política. Por ora, leve sobre a imigração e países subjugados, que ficticiamente mostra Superman intervindo em uma nação que ataca a outra. Beira a ironia é claro, dado a origem da produção do longa. Mas acho que envolver mais histórias em uma, que eu já mencionei sobre múltiplas narrativas costumam não darem certo, Superman ficou de fora do filme.

  • Conflito armado entre duas nações;
  • Kaiju enfiado no meio sem explicação;
  • Uma liga da ‘justiça’.

Me pareceu esse filme um fan service. Como muitos entendem, um filme que agrada ao fã. Mas o fã atual das HQS atuais. Não estou falando do fã como um desdém. O público de hoje gosta do Superman que está na tela. Eu faço parte do público que gosta do superman dos anos 80. E são públicos diferentes. Mas o fan service desse filme é algo nítido como: uma enorme panela onde tem Krypto fofo, Kara bêbada, Superman sensível e emocional, Lois Lane é uma amazona, Mulher gavião é a brava, Lex Luthor é um gênio fútil, mas a narrativa é centrada em mostrar Superman apanhando e sendo ajudado (para não apanhar mais).

Estou sendo injusto pela terceira vez? Talvez as HQS estejam sendo injustas. Sinto dizer, mas herói para mim costuma ter emoções, mas elas não o controlam. E por fim, dou nota -8 (de 10 positivo), quase um espelhamento, porque para ser sincero, eu concluo, era melhor ter visto o filme do Pelé (ainda bem que eu não vi esse filme no cinema).

Você sabia? (1) Final do livro Nevoeiro é muito diferente do filme

Também tem o nosso artigo por escrito aqui

Análise do filme “Guerra dos Mundos”

Título original: War of the Worlds

Ano: 2025

Direção: Rich Lee

Roteiro: Kenneth Golde, Marc Hyman (baseado na obra de H.G. Wells)

Gêneros: Ficção Científica, Ação, Suspense, Terror

Duração: 89 minutos

Elenco principal:

  • Ice Cube como Will Radford
  • Eva Longoria como Cientista da NASA

ANÁLISE (DIFERENTE DA ESCRITA) + NOVIDADES SOBRE O FILME.

ANÁLISE.

A obra construída por H.G Wells trazia consigo na ‘mala’ uma invasão despretensiosa alienígena ao planeta terra de uma raça hostil, produção em 1953. A adaptação feita em 2005 por Steven Spielberg, que trazia Tom Cruise e Dakota Fanning, mantinha a ideia dos alienígenas plenamente hostis e agora com uma invasão mais POV (Ponto de vista). Com dilemas e interpretações morais, que poderiam beirar ao imoral. Mas no sentido tão negativo de dizer que o filme era um contraste maior ao filme de 1953.

O imoral aqui é preciso ser explicado. O personagem Ray Ferrier precisou matar um homem para impedir que seus lamentos em voz alta atraísse os seres alienígenas e provavelmente matassem sua filha. Justifico aqui que é uma interação tensa. Em 1953, não havia foco em desdobramentos relacionais do tipo. Apena era a relação Alien vs Terra.

E a terceira adaptação em live-action, trouxe alienígenas hostis só que com uma justificativa, o que contrasta um pouco as duas primeiras. Porque não temos uma argumento sólido de invasão. Não é uma raça querendo se vingar, ou tomar o planeta, mesmo um efeito colateral de guerra intergalática, em que o planeta terra está em um território a ser conquistado. Mas na terceira adaptação, eles dão um motivo.

Aqui temos Will, pai e funcionário da agência de segurança dos Estados Unidos. Como pai, um pessoa distante, como funcionário, alguém aficionado pelo trabalho. Capacitado a ter olhos por toda a cidade devido a natureza do ofício, ele consegue ver pelas câmeras a invasão do que parece ser alienígenas. Mas o desenrolar da história nos revela, que eles não estão aqui por acaso. Há mais de 60 anos, eles caíram por aqui e nós, humanos, roubamos a tecnologia deles.

E a razão de termos, segundo explicação da narrativa, acesso a computadores, internet e dados, é porque herdamos a tecnologia alienígena, larapiada, o conhecimento para desenvolver tais recursos. E o governo estava preparado para ativar um projeto Goliath. Este que se firma em algo muito parecido com vigilância plena sobre as pessoas. O que acontece é que Goliath é baseado em uma tecnologia de sinal.

Ao ativar esse sistema, fez uma chamada direta aos alienígenas. Que acabaram por serem invocados ao planeta. E a razão deles é de “roubar” de volta os seus dados para irem embora. Logo a invasão não é exatamente uma invasão, e sim um resgate de propriedade intelectual. Aparentemente conseguimos perceber também, que os alienígenas, que não são revelados, possuem natureza cibernética.

E parecido com a ideia dos PODS de 2005, as naves são enviadas através de meteoros, aparentemente. Caem no planeta e se tornam uma espécie de transformers. Tudo isso é capturado por imagens de câmeras, muito parecido com ideia de Cloverfield de 2008. Mas para ser sincero, credito que a montagem realizada em 2008 tem um aspecto mais profissional. A fotografia é bem mais qualitativa.

A sensação do grafismos do filme remonta filmes independentes de orçamento raso. Não que a imagem configura em algo que impacte a narrativa. Até porque separados, eles se completam em um processo mais interessante. Que é a ideia meio caseira. Mas tem algo que se salva muito, que tem sido a CGI, que peca muito. Dando a impressão de um filme de baixo orçamento. Contrastando em muito o que vimos em Cloverfield que faz a mesma abordagem de POV Câmera, ou seja, o ponto de vista nosso vem praticamente do ponto de vista de que tem uma câmera na mão.

MINHA OPINIÃO.

Guerra dos Mundos é fascinante por nos brindar com a possibilidade de uma invasão alienígena. Claro, é fascinante na ficção — ninguém quer uma invasão de verdade. Sempre olhei para Guerra dos Mundos não pela ameaça, mas pelo fascínio de imaginar seres de outro planeta chegando aqui com suas naves. O filme de 2005, dirigido por Spielberg, criou um marco tão forte que qualquer obra que tente explorar o mesmo tema precisa, no mínimo, superar esse padrão.

É como tentar fazer um filme sobre uma criança que encontra um E.T.: mesmo com uma abordagem diferente, a referência inevitável será o clássico de 1982. E aí, já se exige uma premissa superior. Este novo filme até tenta, ao apresentar uma narrativa com ecos de Black Mirror, o que é uma escolha interessante e, em muitos casos, bem recebida. Vivemos numa era de dados, tecnologia e inteligência artificial — é saudável termos obras que especulem possibilidades.

A narrativa, para mim, foi instigante. Gosto do estilo POV Câmera, mas aqui me senti preso à perspectiva dos personagens, que sofrem do mal súbito de “olhar para frente e jogar a câmera para baixo”. Isso nos deixa sem saber de onde vem o perigo e para onde ele vai. Apesar disso, Cloverfield, que usei como comparação, tem um nível visual absurdo. E isso escancara outro ponto negativo: o nível atual da tecnologia gráfica parece… inferior ao que víamos há anos.

As animações dos alienígenas, por exemplo, mesmo considerando os desafios logísticos da produção cinematográfica, ficaram muito abaixo do esperado. Com a tecnologia mais acessível hoje, é difícil aceitar que a CGI esteja tão aquém de filmes dos anos 90. Pode parecer extremo, mas há uma lógica: quando a tecnologia ainda engatinhava, o público aceitava os exageros. Hoje, com recursos abundantes, a entrega deveria ser superior.

Há ainda um ponto curioso — talvez neutro, talvez preocupante: parece que a facilidade tecnológica embotou o conhecimento. Esse filme me lembrou O Som do Trovão (2005), cuja CGI era tosca. Mas era 2005. Hoje temos ferramentas infinitamente melhores. E mesmo assim, este novo filme consegue ser tão tosco quanto aquele. Não pela história, que é boa — viagem temporal sempre rende — mas pela execução visual.

O problema não é só a fotografia ou a animação. A narrativa, embora tente justificar a invasão alienígena com uma abordagem inovadora, soa batida. Já vimos ideias melhores em Black Mirror. A justificativa da invasão até tem mérito, mas para funcionar, exigiria um esforço narrativo mais sólido. E investir no POV Câmera, neste caso, foi um erro. A história pedia tomadas mais amplas, com os protagonistas sendo observados, não o contrário. O diretor até tenta corrigir isso com câmeras híbridas, mas não sustenta. Cloverfield faz isso com maestria, mantendo a coerência do estilo.

Faltou planejamento. Algumas ideias funcionam no papel, mas na tela perdem impacto. Não sou fã da obra original, nem da versão de 2005, mas usei ambas como referência para mostrar diferenças narrativas — não como comparativo de qualidade. Sou totalmente a favor de novas formas de contar essa história. Mas Guerra dos Mundos, dirigido por Rich Lee, foi uma tentativa derrapada. A má qualidade gráfica, o uso equivocado da CGI e a narrativa centrada em Will, que começa bem mas se torna maçante, minaram o potencial da obra.

O suspense em POV Câmera pode ser interessante, mas aqui os personagens parecem ter mais respostas do que deveriam em pouco tempo. Eles deduzem que o Projeto Goliath é alienígena quase instantaneamente, logo após os meteoros caírem. Tudo é revelado rápido demais. A forma como a câmera é usada torna a experiência decepcionante. Decisões de produção podem matar uma boa ideia — e foi o que aconteceu.

Rich Lee vem da indústria de videoclipes. É um diretor jovem, com poucos trabalhos no cinema, e claramente experimental. O uso do POV Câmera — ou Found Footage, como é chamado tecnicamente — faz sentido dentro da sua linguagem. Mas talvez ele não tenha percebido que o tipo de história que queria contar exige outro tipo de captura.

Videoclipes misturam conceito, metafísica e música. Isso funciona artisticamente, mas pode gerar caos quando não é o objetivo. O filme começa bem, apresenta a ideia e os personagens, mas depois tudo se acelera demais. Muita revelação em pouco tempo, e um protagonismo forçado que cansa.

No meio do filme, Will descobre que seu filho é líder de um grupo de hackers estilo Anonymous, que ataca o Projeto Goliath. Até então, eles agem sem serem pegos. Mas ao se aliarem a Will, são eliminados com facilidade. Os alienígenas se sentem ameaçados, há um motivo, mas a destruição deles parece uma conveniência do roteiro. O filho de Will sobrevive — protegido pelo roteiro, claro.

Depois, Will comete uma burrice inacreditável para alguém da agência de segurança: acusa o chefe de usar Goliath como arma, e o cara simplesmente fecha tudo em tempo real. Pensei: “que decisão estúpida”. E aí, com um toque de mágica, o filho super hacker ativa tudo de novo. Se ele tinha esse poder, por que não desativou Goliath antes, evitando a invasão?

O roteiro é forçado. Isso torna tudo superficial. Somando os fatores que citei, a narrativa é — na palavra mais gentil — péssima. Para não usar outra que serviria para adubar uma horta (risos). Não é uma perda total de tempo. O filme entrega suspense. Mas, ao refletir, fica claro que teria sido melhor seguir o modelo dos filmes anteriores: deixar os alienígenas virem com ódio e pronto.

Minha nota é 0.5 de 10.0. Menos de 1. Uma nota baixíssima, mas coerente com o que senti ao final. O filme não contribui com uma percepção tecnológica relevante, e se esforça demais para garantir que Will e seu filho sobrevivam. Se os filmes anteriores tinham erros de gravação ou falhas de roteiro, este consegue estragar a premissa inteira.

Não digo que é descartável. Mas é aquele tipo de filme que, depois de assistir, você pensa: “puxa, podia ter sido excelente”. Não foi. Não são 90 minutos de puro suco de decepção, mas também não é algo que se diga: “foi um show”. É só aquele pensamento: “valeria a pena, se não tivessem achado que só por controlar câmeras, teriam todo o poder do mundo”. Se nem os exércitos conseguiram, como é que o cara do drone, da câmera da cidade e o filho super hacker conseguem combater os alienígenas?

Análise do filme Until Dawn (Contém Spoilers)

Análise do filme Brick – Tem Spoiler

Título Original: Brick (Título original) – 1h39 min | Alemão | 2025

Distribuição: Netflix

Direção e Roteiro: Philip Koch

Gênero: Suspense / Ficção Científica

Elenco Principal:

  • Matthias Schweighöfer — Tim
  • Ruby O. Fee — Olivia
  • Frederick Lau — Gael
  • Salber Lee Williams — Ana
  • Murathan Muslu — Yuri
  • Sira-Anna Faal — Lea
  • Axel Werner — Oswalt
  • Alexander Beyer — Friedman

Sinopse: Tim e Olivia acordam presos em seu apartamento, cercados por uma misteriosa muralha de tijolos pretos que isola todo o prédio. Sem explicações externas, eles precisam unir forças com os vizinhos para escapar.

Análise feita no Junca Games.

Análise. (O que é o filme)

Como qualquer filme europeu, mesmo adaptado a linguagem para o meio internacional utilizando uma comunicação mais legível dos filmes norte americanos, sem as enigmáticas nuances culturais que muitas vezes dificultam nossa percepção do que se passa, Brick no título original é Brick também, apesar do filme ser de origem alemã, ainda que falem alemão, sentimos que a facilidade da narrativa é simplesmente o seguinte, ESCAPE ROOM.

Já viram filmes em que objetivo era escapar de uma sala cercada de enigmas mortais, só que muito menos visceral e brutal do que esses gêneros ou ainda como os jogos mortais, o tema é exatamente o mesmo, só que bem leve. Talvez umas das cenas mais ‘gore’ e ‘brutais’ seja a morte da Lea. Ela é cortada ao meio quando tenta passar pelo muro tecnológico. Mas não é nada sanguinolento. O corte é seco como um laser.

O maior conflito não é estarem presos no prédio devido o muro, mas os riscos dos vizinhos. Mas também um pouco ‘fraco’ esse envolvimento. Uma vez que o maior embate que eles possuem acaba sendo os seus próprios erros, aquela “bananice” que a gente nota em filmes. Sabe que na esquina tem o bandido e vai mesmo assim? É neste nível.

O filme não desenrola o mistério maior que foi o muro, mas revela que o muro é nada mais que um erro provocado por uma tecnologia desenvolvida pela empresa Epsilion. Que pega fogo de forma sem explicação nenhuma um dia antes. E depois que o filme finaliza não explica também nada. Apenas aquilo foi um bug e acionou os sistemas.

Opinião (O que eu achei)

Inicialmente não sou julgo se é ruim ou bom, mesmo que minhas experiências últimas com qualquer filme ou tema do país específico tenha sido positiva ou negativa. Cada filme é uma interação única e pode ser que tanto o filme ou naquele dia, não estava bem calibrado para ser ver algo. Então a minha premissa foi, que muro é esse? Então fui ver o filme para descobrir.

Como todo filme que bate na tecla da tecnologia que sai do controle, sabemos que o famoso bordão é “Isso é muito Black Mirror”. Mas eu achei o filme muito morno neste quesito. Porque temos o drama do casal Olivia e Tim, temos um outro casal meio punk que é Lea e o Gael, uma outra dupla que é o Ana e Oswalt neste caso neta e avô, o Yuri um programador que faz parte dessa empresa dona da tecnologia nanos que cria o muro e o Friedman um fanático por conspirações.

Mas nenhum deles, mesmo Olivia e Tim que seria o casal principal, tem suas histórias muito relevantes para criar “conflito” que seria aquele mesmo conceito do ambiente hermético com o monstro social a solta que entendemos muito bem em Nevoeiro (2008). Tudo pode sair do controle, invenção de uma república própria devido a desespero de um desconhecido. Mas aqui o que seria as ameaças maiores, se resumem em um ruídos.

Para mim o maior mistério seria o muro. Que não é nem justificado. Apenas que houve um incêndio na sede um dias antes e o desenrolar dos conflitos deles, que foram bem superficiais e digamos que o maior enigma seria…bem seria exatamente saber porque o muro foi lá tapou eles. Acho que as teorias do Friedman teria mais impacto. Porque ele chega até dizer que houve um ataque externo e por isso o sistema acionou. Mas nada é nada disso, é apenas um falha…

Todo mundo praticamente morre, com exceção do casal principal. E como eles conseguem sair? Bem o jeito de sair é tão fácil, que acredito que o sistema falhou por ter sido feito por um bando de pessoas que não sabem fazer aplicativo. Yuri um dos programadores do sistema foi apontado por ter sido o decifrador de como sair daquele prédio lacrado. Quer dizer, os moradores falam dessa forma, até parece que o Yuri que trabalhava na empresa precisou decifrar alguma coisa.

Aliás se ele trabalhava na empresa, ele simplesmente sabia como desarmar. Infelizmente um agente atenuante o impediu. Friedman o mata. Pois acredita que se ele abrisse o muro, eles estariam em apuros. Dai entra o Tim que de nada de engenheiro ou programador tinha, mas por causa de uma cena gravada que revela o Friedman matando o Yuri, eles conseguem decifrar qual é a forma de sair e acionar trava do muro.

É o famoso “Protagonista”. E isso poderia ter sido o grande momento. Porque eles, como conseguiriam acessar o código ou a chave para sairem daquela situação. O sistema era tão fácil, que Tim munido do conhecimento de uma programação que ele não tinha, conseguiu acessar o código e abrir o muro. Bem eu não achei o filme com uma boa narrativa, achei bem…bem diluída. Fora o fato que eles conseguiram descobrir como acessar o sistema de segurança não acho estranho como é que o muro foi acionado por uma falha, eles são muito ruins mesmo.

Mas por outro lado, a esse detalhe cômico não intencional do filme, eu achei ele muito vago, sem muito o que oferecer, personagens muito sem sal, com aquela sensação de que eles quiseram só mostrar o muro e a tecnologia dele e acabou. Entenderam? Podemos dizer que o roteiro é muito previsível, não nos prende. E se prende é porque estamos na esperança que ele vai revelar algo que não sabemos.

A proposta parecia boa, mas não achei que o final teve aquela sensação de vitória e de superação. Os personagens como não foram muito bem trabalhados. E a vitória foi baseada um obstáculo, que até uma criança desvendaria, não provocou aquela sensação dos filmes de tema ESCAPE ROOM que tem e tampouco para quem gosta de Jogos Mortais.

O interessante, disponível no canal da Junca Games que fez do filme STING, que se passa dentro de um condomínio também, neste caso eles estavam presos lá por causa de uma intensa tempestade de neve, senti que a coisa não se arrastou e foi muito bem explorado essa questão do beco sem saída e da superação que tiveram que ter com a aranha gigante.

A pegada diferente para o filme BRICK é que no lugar da aranha gigante, temos esse muro. E eles não exploram essa ideia. Nem como isso de fato aconteceu ou que se desdobraria por este motivo ou situação. E também perderam o timing de usar os conflitos dos moradores para garantir uma estrutura intensa social (mas isso dificilmente funciona em filmes), funcionou em Nevoeiro porque o filme todo se passa naquele mercado com uma dinâmica já de “frenesi”.

Eles perdem tempo nesse filme para mostrar o relacionamento do casal, e isso já faz com que a dinâmica do que é considerado tensão não se desenrole na medida certa. E quando você parece que vai te esse tempo de tela, eles vão lá apresentam mais novos elementos. Tirando atenção especial. Acho que se tivesse focado em menos personagens, com menos fatores de intriga, eles teriam focado no muro. Bricks significa tijolos, dai temo duas interpretações lógicas. Tijolos o muro que separa relacionamentos ou mesmo não literal, o muro tecnológico.

Mas sinto que o filme não entregou nada no final das contas. Temos fatos separados. O muro, dai personagens novos…ai para. Vem uma revelação…para de novo. E de repente Tim já sabe a resposta como sair…e para de novo. Então o vilão, que é o Friedman tem que entrar no meio para impedir o herói de avançar. O pior é que o personagem principal parece uma mosca morta. E ele de repente vai e resolve tudo. O roteiro foi apressado, caiu muitas vezes e de repente com folhas faltando…tem um desfecho que deu certo ali, quer dizer o que se acreditava.

Eu dou nota 2.5 de 10.0.