A MISCELÂNIA DO HERÓI QUE SOFREU REBAIXAMENTO.
Superman já teve diversas adaptações para filmes e unicamente vamos compreender, vai do gosto achar quem é o eleito o melhor deles. Mas posso dizer quais que estão causando aquela coceira irremediável que sentimos, por que a insistência louca de alguns diretores de torná-los mais humano, quando não é possível? Vamos lá?
Acredito que o Superman referência seja Christopher Reeve. E talvez o segundo Henry Cavill. Ao meu ponto de vista, apenas um deles. Vocês adivinham? Se eu falar individualmente por título sem conectá-los a origem criada em 1938, diria que cada filme tem o seu jeito de contar a história de uma forma interessante e nada ofensivo. Há uma versão em 1933, que foi o primeiro esboço deste personagem e ele era humano com força acima da média. Mas mesmo assim, ele seria um Hulk menos vitaminado.
Já adivinharam? Quem respondeu Christopher Reeve, está certo. Daqui eu vou opinar sobre o longa que vi de James Gunn. Eu não sou um desafeto desse diretor e de qualquer outro. Mas acho que é interessante citá-lo. Ele tem uma visão problemática sobre heróis. Ele parece não gostar deles. Ele gosta de vilões. É um gosto. Mas que para nós que gostamos de heróis, ficamos naquela plataforma crítica.
O Superman de Richard Donner era o herói. O Superman Returns daria continuidade ao Superman II de 1980, onde Lois Lane e Kalel teriam juntos um filho. Foi interessante ver o filme em 2006, mas minha nota é quase negativa, se formos avaliá-lo comparando. Senão, é um filme de ficção científica. É um pouco injusto? Para mim Superman é um sobrevivente último de Krypton, enviado por seu pai a terra para bancar o herói por aqui. Sem as devidas interpretações religiosas colaterais que a história tem.
Qualquer série, vou agrupá-las assim sem nomea-las, mas não é por falta de respeito, apenas que todas elas acertam na tecla da dramaticidade do que no heroísmo. No ponto do herói que não tem emoções, barreiras e passados problemáticos. Toda a série do Superman parece uma Gilmore Girls. E nada contra, a série da mãe e da filha Gilmore é uma excelente narrativa. Mas para o Superman isso não é uma boa coisa. Talvez eu esteja sendo injusto.
Ok, totalizamos duas menções de “injusto” em minha análise. Mas eu tenho uma visão específica do Superman. Para mim o cara é um herói. Ele tem emoções, tem traumas e perdas. Mas deixa de lado e vai a luta. Tenho uma certa impressão que apesar de ser plausível a adição dessas características não apenas pertencentes a espécie humana, são exageradas e obliterantes as ações heroísmo. A série do Superman e Lois Lane, que chegou a fazer crossover com a Supergirl de Melissa Benoist, me passou uma sensação de “Fracoman”.
Ele é fraco. Seria novamente uma injustiça minha? Será que estou tendo uma crise geracional? Embora a emoção seja claramente algo nosso. Tem emoção e emoção. Superman perdeu os pais, perdeu o mundo e vive como um filho adotivo num planeta estranho. Mas tem um pormenor, ele veio para terra bebê. Praticamente nasceu na terra. Então faz sentido ele não ter os traumas de uma vida que não viveu e viver como humano com poderes.
Ok novamente. Dai nasce a reeleitura do Superman ser um humano que tem poderes. Tudo bem. Mas eles estão enfraquecendo o herói. Eu até sinto que estão causando overdose. Não sabendo medir. Veja bem. Peter Parker é humano de origem, picado por uma aranha mutante e transformado em um novo ser humano, mas que ainda tem tudo o que um teria normalmente. Mas eu não sinto Homem-Aranha enfraquecido.
Conseguem perceber? Ele tem sentimentos, mas não fica chorando que nem um bebê chorão. Nem cai em terra, apanha mas levanta. E de todos os filmes desse cara, Superman de 2025 demonstrou que Peter Parker sem ajuda dos Guardiões, seria capaz de bater no Luthor, naquele Kaiju sem ficar chorando pitangas. E faria piadas. Estão entendendo o meu ponto de vista? As emoções são o menor dos problemas. É o fato de torná-la mais kryptonita do que a kryptonita.
Lembram do Superman de 1978? Quando ele viu a Lois Lane morta no carro. Ele ficou furioso. Fulo. E saiu voando e alterou as leis da física voltando no tempo. O superman de hoje, chora, posta na internet, toma valium e entra para um grupo de apoio. Mas não resolve. O problema não é o luto e a o auto-enterro. E isso me irrita nos filmes atuais do Superman. No filme de Henry Cavill, eu senti que a única coisa que eu gostei foi da trilha sonora.
Superman de 2025 finalmente chegamos. Como muitos lugares já fizeram análise. Ele apanha do começo ao fim. Certo que ele está iniciando sua carreira como herói. Quem nunca errou? Mas isso me faz lembrar de algo desconcertante. Na série da Melissa Benoist, como Supergirl ela no primeiro dia se destacou. E quando contamos na terceira temporada, que seria o tempo em que esse Superman estava na ativa, ou seja, três anos. Ela estava mais forte do nunca. E ele? Continua apanhando e precisando de ajuda. Precisando de ajuda? E agora afirmando, precisando de ajuda.
Não é preocupante precisar de ajuda. Mas Superman precisar de ajuda. Nem a Supergirl precisou de ajuda. É um enfraquecimento tão grande. Que eu acho que deveriam fazer o Superman de 1933. Que era ser humano, tinha alguns poderes, bem menos óbvios e não tinha influência do sol, era algo nativo e biológico por independência e dai eu acho que ele será melhor representado. Ele terá o nivelamento respeitoso que Peter Parker tem.
Na altura do campeonato a minha análise, acho que vocês já devem ter reparado que eu não curti muito o filme. Rir é um caminho interessante. Mas eu não curti os últimos três ou quatro filmes que tenha saído senão me falhar a conta e nenhuma série. Acho que o último filme que eu considero desse herói, é de 1983, o Superman 3. Dali até hoje não teve um filme que desse a esse herói novamente a dignidade de ser um herói. E talvez aqui vocês compreendam porque tem tanto filme ruim hoje.
A reeleitura do superman não me agradou. Talvez tenha agrado a alguém, porque o filme foi feito porque há público para ele. Ele foi feito a fidelidade das HQS atuais. Eu comprei algumas. E notei porque o superman está SUPER nerfado. Ele é agora visto como um ‘humano’ com poderes. Ele foi referenciado como meta humano no filme. E isso diz muita coisa, certo? Eu gosto do herói porque ele tem as mazelas normais de uma pessoa comum, mas se supera. Por isso se torna herói. E lembro do slogan do primeiro filme, que era – “Você acredita que um homem possa voar?”.
Bem eu acredito que o slogan não se referia a um ser humano. E portanto que nos apresentavam uma entidade. Não falo de entidade divina, mas algo que não era comum. Há algum ser humano que voe? Me aponte algum. Então a ideia de herói para mim não é ser algo comum. Algo que temos como empecilhos. Tal qual o superman de 1978 ficou furioso, mas isso não parou ele, parou?
Mas o de 2025 tem briga conjugal? Briga conjugal. Ele tem um relacionamento. Como um superman tem um relacionamento? Certo, ele pode ter o que ele quiser. Mas eu me senti vendo os filmes de paródia de super herói. E isso eleva a minha rejeição a figura do Superman fraco que estão criando hoje em dia. Dai eu acho que não é somente esse diretor que tem essa visão. A estima pela palavra “fraco” não se refere a ter emoções e sim o fato delas paralisarem o superman.
Ele é humano? Hoje em dia ele é. E está mais focado em uma realidade dramática. Dai eu acho que vou esperar passar essa era do Superman fraco e vou esperar a era do superman que é superman mesmo. Pois que ver um filme que nos cause desconforto não é uma boa diversão, é indigesto. E diria que a minha opinião dentro dessa análise que é o Superman que começa apanhando, cai perto de sua fortaleza da Solidão sangrando, o cachorro de sua prima o arrasta para lá, diverge do que estou acostumado a entender como superman.
Não tenho certeza, mas será que o filme teve mais exibição por causa do Krypto? Eu ficaria satisfeito se a abordagem emocional fosse parte do conceito da pessoa e não um obstáculo. Isso é uma ofensa. Está querendo dizer que emoção é fraco? O filme emite isso. O cara tem poderes, mas as emoções o destronam. Eu fiquei abismado, mas não deveria ter ficado, dado os absurdos que fui vendo durante o longa, foi quando ele tentou convencer Luthor de o que ele fazia era errado e ainda fez um relato psicológico de si que ele se esforçava todos dias.
Entenderam? Superman estava alugando Luthor como psicólogo? Isso me soa cômico? Não sei se a palavra certa é cômico. Se isso é uma seriedade, então é trágico a palavra correta. Luthor não é um cara normal, ele é um psicopata. Nenhum ator que fez ele, até esse, fez ele como um cara que se importava com alguém. Sempre foi um louco, um Coringa. Um apático. No primeiro filme o cara jogou uma bomba atômica na falha de San Andreas.
Em Superman Returns ele criou um novo continente. Lembram da cena do cachorro? Que ele herdou a mansão, mas deixou os cachorros lá? Um deles devorou o outro. Não é uma cena muito comentada, mas se vir, esse cara nunca se importou com nada. De repente ele vai ouvir o Superman e seus lamentos? E vai se lamentar também? A mulher Gavião foi a heroína mais forte do filme. Vocês perceberam isso?
Lois Lane tinha muito mais controle emocional que o Superman. E outra, o pai adotivo do Superman, um bebê chorão. Existe elementos comuns demais no filme que me fazem entender uma genuína sabotagem. Neste caso, eu prefiro ver apenas filmes onde mulheres sejam protagonistas a partir de hoje, daí teremos filmes melhores.
Sinto dizer, que não vale a pena a ver o filme. Ele deveria ser algo melhor. Talvez trazendo sim uma implicação. Porque o filme aborda questão política. Por ora, leve sobre a imigração e países subjugados, que ficticiamente mostra Superman intervindo em uma nação que ataca a outra. Beira a ironia é claro, dado a origem da produção do longa. Mas acho que envolver mais histórias em uma, que eu já mencionei sobre múltiplas narrativas costumam não darem certo, Superman ficou de fora do filme.
- Conflito armado entre duas nações;
- Kaiju enfiado no meio sem explicação;
- Uma liga da ‘justiça’.
Me pareceu esse filme um fan service. Como muitos entendem, um filme que agrada ao fã. Mas o fã atual das HQS atuais. Não estou falando do fã como um desdém. O público de hoje gosta do Superman que está na tela. Eu faço parte do público que gosta do superman dos anos 80. E são públicos diferentes. Mas o fan service desse filme é algo nítido como: uma enorme panela onde tem Krypto fofo, Kara bêbada, Superman sensível e emocional, Lois Lane é uma amazona, Mulher gavião é a brava, Lex Luthor é um gênio fútil, mas a narrativa é centrada em mostrar Superman apanhando e sendo ajudado (para não apanhar mais).
Estou sendo injusto pela terceira vez? Talvez as HQS estejam sendo injustas. Sinto dizer, mas herói para mim costuma ter emoções, mas elas não o controlam. E por fim, dou nota -8 (de 10 positivo), quase um espelhamento, porque para ser sincero, eu concluo, era melhor ter visto o filme do Pelé (ainda bem que eu não vi esse filme no cinema).




