Análise do filme Brick – Tem Spoiler

Título Original: Brick (Título original) – 1h39 min | Alemão | 2025

Distribuição: Netflix

Direção e Roteiro: Philip Koch

Gênero: Suspense / Ficção Científica

Elenco Principal:

  • Matthias Schweighöfer — Tim
  • Ruby O. Fee — Olivia
  • Frederick Lau — Gael
  • Salber Lee Williams — Ana
  • Murathan Muslu — Yuri
  • Sira-Anna Faal — Lea
  • Axel Werner — Oswalt
  • Alexander Beyer — Friedman

Sinopse: Tim e Olivia acordam presos em seu apartamento, cercados por uma misteriosa muralha de tijolos pretos que isola todo o prédio. Sem explicações externas, eles precisam unir forças com os vizinhos para escapar.

Análise feita no Junca Games.

Análise. (O que é o filme)

Como qualquer filme europeu, mesmo adaptado a linguagem para o meio internacional utilizando uma comunicação mais legível dos filmes norte americanos, sem as enigmáticas nuances culturais que muitas vezes dificultam nossa percepção do que se passa, Brick no título original é Brick também, apesar do filme ser de origem alemã, ainda que falem alemão, sentimos que a facilidade da narrativa é simplesmente o seguinte, ESCAPE ROOM.

Já viram filmes em que objetivo era escapar de uma sala cercada de enigmas mortais, só que muito menos visceral e brutal do que esses gêneros ou ainda como os jogos mortais, o tema é exatamente o mesmo, só que bem leve. Talvez umas das cenas mais ‘gore’ e ‘brutais’ seja a morte da Lea. Ela é cortada ao meio quando tenta passar pelo muro tecnológico. Mas não é nada sanguinolento. O corte é seco como um laser.

O maior conflito não é estarem presos no prédio devido o muro, mas os riscos dos vizinhos. Mas também um pouco ‘fraco’ esse envolvimento. Uma vez que o maior embate que eles possuem acaba sendo os seus próprios erros, aquela “bananice” que a gente nota em filmes. Sabe que na esquina tem o bandido e vai mesmo assim? É neste nível.

O filme não desenrola o mistério maior que foi o muro, mas revela que o muro é nada mais que um erro provocado por uma tecnologia desenvolvida pela empresa Epsilion. Que pega fogo de forma sem explicação nenhuma um dia antes. E depois que o filme finaliza não explica também nada. Apenas aquilo foi um bug e acionou os sistemas.

Opinião (O que eu achei)

Inicialmente não sou julgo se é ruim ou bom, mesmo que minhas experiências últimas com qualquer filme ou tema do país específico tenha sido positiva ou negativa. Cada filme é uma interação única e pode ser que tanto o filme ou naquele dia, não estava bem calibrado para ser ver algo. Então a minha premissa foi, que muro é esse? Então fui ver o filme para descobrir.

Como todo filme que bate na tecla da tecnologia que sai do controle, sabemos que o famoso bordão é “Isso é muito Black Mirror”. Mas eu achei o filme muito morno neste quesito. Porque temos o drama do casal Olivia e Tim, temos um outro casal meio punk que é Lea e o Gael, uma outra dupla que é o Ana e Oswalt neste caso neta e avô, o Yuri um programador que faz parte dessa empresa dona da tecnologia nanos que cria o muro e o Friedman um fanático por conspirações.

Mas nenhum deles, mesmo Olivia e Tim que seria o casal principal, tem suas histórias muito relevantes para criar “conflito” que seria aquele mesmo conceito do ambiente hermético com o monstro social a solta que entendemos muito bem em Nevoeiro (2008). Tudo pode sair do controle, invenção de uma república própria devido a desespero de um desconhecido. Mas aqui o que seria as ameaças maiores, se resumem em um ruídos.

Para mim o maior mistério seria o muro. Que não é nem justificado. Apenas que houve um incêndio na sede um dias antes e o desenrolar dos conflitos deles, que foram bem superficiais e digamos que o maior enigma seria…bem seria exatamente saber porque o muro foi lá tapou eles. Acho que as teorias do Friedman teria mais impacto. Porque ele chega até dizer que houve um ataque externo e por isso o sistema acionou. Mas nada é nada disso, é apenas um falha…

Todo mundo praticamente morre, com exceção do casal principal. E como eles conseguem sair? Bem o jeito de sair é tão fácil, que acredito que o sistema falhou por ter sido feito por um bando de pessoas que não sabem fazer aplicativo. Yuri um dos programadores do sistema foi apontado por ter sido o decifrador de como sair daquele prédio lacrado. Quer dizer, os moradores falam dessa forma, até parece que o Yuri que trabalhava na empresa precisou decifrar alguma coisa.

Aliás se ele trabalhava na empresa, ele simplesmente sabia como desarmar. Infelizmente um agente atenuante o impediu. Friedman o mata. Pois acredita que se ele abrisse o muro, eles estariam em apuros. Dai entra o Tim que de nada de engenheiro ou programador tinha, mas por causa de uma cena gravada que revela o Friedman matando o Yuri, eles conseguem decifrar qual é a forma de sair e acionar trava do muro.

É o famoso “Protagonista”. E isso poderia ter sido o grande momento. Porque eles, como conseguiriam acessar o código ou a chave para sairem daquela situação. O sistema era tão fácil, que Tim munido do conhecimento de uma programação que ele não tinha, conseguiu acessar o código e abrir o muro. Bem eu não achei o filme com uma boa narrativa, achei bem…bem diluída. Fora o fato que eles conseguiram descobrir como acessar o sistema de segurança não acho estranho como é que o muro foi acionado por uma falha, eles são muito ruins mesmo.

Mas por outro lado, a esse detalhe cômico não intencional do filme, eu achei ele muito vago, sem muito o que oferecer, personagens muito sem sal, com aquela sensação de que eles quiseram só mostrar o muro e a tecnologia dele e acabou. Entenderam? Podemos dizer que o roteiro é muito previsível, não nos prende. E se prende é porque estamos na esperança que ele vai revelar algo que não sabemos.

A proposta parecia boa, mas não achei que o final teve aquela sensação de vitória e de superação. Os personagens como não foram muito bem trabalhados. E a vitória foi baseada um obstáculo, que até uma criança desvendaria, não provocou aquela sensação dos filmes de tema ESCAPE ROOM que tem e tampouco para quem gosta de Jogos Mortais.

O interessante, disponível no canal da Junca Games que fez do filme STING, que se passa dentro de um condomínio também, neste caso eles estavam presos lá por causa de uma intensa tempestade de neve, senti que a coisa não se arrastou e foi muito bem explorado essa questão do beco sem saída e da superação que tiveram que ter com a aranha gigante.

A pegada diferente para o filme BRICK é que no lugar da aranha gigante, temos esse muro. E eles não exploram essa ideia. Nem como isso de fato aconteceu ou que se desdobraria por este motivo ou situação. E também perderam o timing de usar os conflitos dos moradores para garantir uma estrutura intensa social (mas isso dificilmente funciona em filmes), funcionou em Nevoeiro porque o filme todo se passa naquele mercado com uma dinâmica já de “frenesi”.

Eles perdem tempo nesse filme para mostrar o relacionamento do casal, e isso já faz com que a dinâmica do que é considerado tensão não se desenrole na medida certa. E quando você parece que vai te esse tempo de tela, eles vão lá apresentam mais novos elementos. Tirando atenção especial. Acho que se tivesse focado em menos personagens, com menos fatores de intriga, eles teriam focado no muro. Bricks significa tijolos, dai temo duas interpretações lógicas. Tijolos o muro que separa relacionamentos ou mesmo não literal, o muro tecnológico.

Mas sinto que o filme não entregou nada no final das contas. Temos fatos separados. O muro, dai personagens novos…ai para. Vem uma revelação…para de novo. E de repente Tim já sabe a resposta como sair…e para de novo. Então o vilão, que é o Friedman tem que entrar no meio para impedir o herói de avançar. O pior é que o personagem principal parece uma mosca morta. E ele de repente vai e resolve tudo. O roteiro foi apressado, caiu muitas vezes e de repente com folhas faltando…tem um desfecho que deu certo ali, quer dizer o que se acreditava.

Eu dou nota 2.5 de 10.0.

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