Pílula de Marketing (85) – Talvez seja uma boa ideia não falar sobre todos os assuntos no Linkedin

Quando a internet se tornou popular, um dos ativos positivos foi de que ela proporcionou voz. Esse ponto de vista é uma vantagem para criarmos transformações em diversos setores de nossa vida. E criou resultados muito bons. Mas para todo tipo de vantagem há sempre uma desvantagem quando estas são levadas ao exagero. Ter voz sempre não é exatamente ruim, mas ter voz para tudo pode ser. E vamos ver o que isso impacta em sua reputação usando as Redes Sociais.

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O PODER DA VOZ NA INTERNET

A voz é um fenômeno que foi criado para todos, darem sua opinião e participação em um processo social. Foi possível inclusive nos revelar os problemas que existiam em certos lugares que não sabíamos. Ou de iniciativas que eram aplicadas que não sabíamos. Foi possível levar a ajuda a quem precisava. E de ouvir que nós precisávamos ouvir. O lado positivo é que a voz que a internet nos proporcionou permitiu um avanço considerável nas relações e nos progressos de nossa sociedade.

Mas como até água tomada demais causa danos a saúde, a voz pode ter um problema que não é muito óbvio. Por que a voz dada teria problemas? Há problemas em ter o direito de opinião? Será? A opinião é válida, mas se você for pensativo, vai ter um insight que o dirá que nem tudo que você se depara necessita de uma opinião de sua parte. Em especial, muito importante, naquilo que você nem sequer sabe do que se trata ou não domina completamente.

Quando você fala com propriedade, será alvo de uma salva de palmas. Será um líder. Uma autoridade. Um foco positivo. Uma imagem da oratório sobre o assunto. Um monstro. Um(a) mestre(a). Será o que sempre sonhou em ser, um foco de conhecimento daquilo que conquistou por anos de estudo.

Agora do mesmo jeito que você ganha louros, salvas, olhares de admiração, também ganha tomates, rasteiras, línguas de fora e olhares de desprezo, se optar por uma opinião que não lhe apetece aos domínios do conhecimento. E isso impacta negativamente sua reputação. E na internet, representa um marco deveras pior do que em corpo presente. Uma vez que um terá um alcance centenas de vezes maior e mais rápido do que fisicamente.

Opinar sobre tudo não é um passo sábio. Você opina sobre, mas não se esqueça que, mesmo por direito, não significa ‘optar por esse direito quando’ lhe apetece. O pertencimento de ter uma voz, é muito importante. Mas a voz pode trazer ou tirar. Depende do contexto. Falei do lado positivo, porque tudo que devemos olhar com mais atenção, tem sempre dois lados. Não necessariamente positivo e negativo. Pode ter positivo e positivo mais, negativo e negativo mais. Há caminhos que não tem final feliz por exemplo.

Na vida as opções podem ser limitadas, e muitas vezes pode surgir opções que mesmo não sendo positivo por nenhum lado, ainda é uma opção. E terá um resultado um pouco melhor que aquele que você estava ou está. Por exemplo, uma opção que é negativa em dois lados. Se você optar por trabalhar em uma distância muito grande, e precisa se deslocar ou praticamente morar longe, ficará longe da família (que pode ser um dano) e o trabalho não é um paraíso (que é outro dano), mas optar por ele, temporariamente que seja, lhe dará algum fruto que antes você não tinha.

Voltando a voz não é apenas um direito é uma estratégia. Você não fala tudo, porque tem o direito de falar. Você fala o que você entende. Não vejam este artigo como “um cuspidor de regras”, mas de atenção. 95% dos conflitos na rede se dá pelo fato de você optar por dar voz a algo que não tem conhecimento. Os outros 5%, negociáveis, acontecem por enganos da vida. Incluindo o que você entende, porém diferença é que no assunto que você não entende, suas chances de vitória é -50. E e fracasso é de +150%.

QUAIS TÓPICOS?

Não vou criar uma regra de impedimento, mas a alguns tópicos voláteis, que são inflamados por apenas serem o que são . Não estou PROIBINDO NADA, mas como queremos ter uma chance de lucro e obviamente uma chance, talvez você deva dar atenção ao que vou falar. Para o favorecer em sua caminhada. Lembre-se que suas necessidades básicas envolvem comida e abrigo (como Andrew Maslow definiu em sua pirâmide de necessidades). Criar obstáculos para isso não é do seu desejo.

Não encarem essa lista como uma ‘CENSURA’, mas com um ponto de exclamação. Preste atenção. E só dê voz aos assuntos se você é a autoridade para dizer tal. Porque provavelmente você não terá muita força de defesa caso opte por falar sobre assuntos que você não é visto como líder. E no mundo dos discursos abertos são julgados por uma plateia. Se você opta por assuntos divergentes, não terá visibilidade, pelo menos positiva.

  • Religião
  • Política
  • Grupos de Minoria
  • Grupos Vulneráveis (Idade e Saúde)

Em minhas aulas eu costumo enumerar isso como PILARES SENSÍVEIS DA COMUNICAÇÃO é um assunto que falo no módulo de TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO que você pode fazer aqui na Junqueira Consultoria, sem precisar tirar certificado de ESPECIALISTA DE MARKETING JURÍDICO, ele é voltado também para o público em geral e possui CERTIFICADO DE CONCLUSÃO.

Assuntos complicados, que já tem uma nota de crítico alta. É habitualmente responsável pela maioria das crises que uma marca ou pessoa passa. Falar sobre política de uma forma ingênua, sem se envolver, já é um perigo. E nem precisa envolver política diretamente. Em muitos tópicos que nada tem haver com política basta palavras chaves puxarem o discurso.

Não é PROIBIDO. Entenda. Mas se você trabalha, especialmente se estamos falando de LINKEDIN, onde a ideia é promover sua reputação profissional. Analise bem, por que falar de política, religião ou minorias, atingirá o seu objetivo? Não veja como ‘impedido(a)’. Você não é. Mas qual é a relação? Você vai trabalhar em uma paróquia? Você vai trabalhar em uma campanha política? Você é um entendido de ciências políticas e dá aula? Qual é a relação?

Entenda que por um lado temos o direito, por outro lado temos que analisar o seu impacto. Imagine que ao se candidatar a uma vaga, você opina nas redes sociais sobre religião. E a empresa que estava de olho em você, não gostou dessa opinião. Por algum motivo. Você entende que você acaba de perder uma oportunidade? Do mesmo jeito que se a opinião for favorável, provavelmente terá chances de efetivação?

Mas é um risco. Quando é considerado favorável? Divergências de opinião causam a maioria dos conflitos. Não…causa todos os conflitos. A opinião não é apenas verbal. Pode ser uma ação. Um comportamento. Jeito de ser, uma cultura. Logo a opinião sobre tudo recai no risco de dano de imagem profissional. Precisa pensar se é válido comentar sobre algo. Vai lhe dar vantagem? Ou desvantagem?

Opinar sobre tópicos é o mesmo que podemos dizer sobre etiquetas do trabalho ou social. Você não sai despido na rua. É uma regra de convivência, lhe assiste ter o direito de ir e vir como quiser, não é? Mas há limites. Você não pode colocar o pé em cima da mesa do seu chefe. É uma falta de respeito. Essas ações não estão exatamente escritas em algum lugar, mas elas são um consenso. De convivência. Você divide a comida da panela para todos. É um conceito social. Faz parte do bom senso.

Ter direito não é ter o aval para sem limites. Isso não existe. É isso precisamos levar para o tópico de sobrevivência, por isso citei Andrew Maslow. Porque você vai precisar compreender porque nem tudo você faz ou opta, apenas porque é um direito. Você o faz, porque está convivendo em uma sociedade. Onde existem limites. Então é um chamativo para esse detalhe, pese na balança antes de falar ou fazer qualquer coisa, sempre foi assim.

Tem uma expressão antiga que resume um pouco sobre esse artigo – “Futebol, política e Carnaval não se discute”. Se você olhar apenas rapidamente vai entender como CENSURA. Mas não, se você olhar que toda vez que se debate sobre política, futebol e carnaval (eleva-se esses tópicos a outros inflamados), nunca há um consenso entre as partes? Duas pessoas estão debatendo, a pessoa A vai ficar com argumento dela e a pessoa B vai ficar com o argumento dela, e no meio de ambas, um conflito.

Por isso citei esses pilares. Eles são mais difíceis de serem lidados no dia-a-dia, a probabilidade de conflito é altíssima e o retorno positivo, provavelmente, não vai ser positivo. E isso considerando que você entenda sobre a política. Portanto atenção aos seus objetivos, você quer chegar onde? Como? Precisa construir as infraestruturas que mais lhe serviram. Você não quer obstáculos.

E SE EU QUISER OPTAR?

Eu costumo falar uma coisa há mais de 10 anos, e falo para os meus alunos a mesma coisa. Toda comunicação é estratégica. Você alia fatores de que opina, faz e respira, sempre pensando nos resultados que aquele processo lhe trará de benefícios. Nunca se fala algo sem ter objetivo do que ele resultará. Para comunicações simples, não é preciso de um plano.

Um bom dia é um bom dia. Mas o pedido de aumento, é uma conceito comercial. Que exige entendimento de economia básica. Nisso consiste em pensar como falar, como se vestir, quando chegar, quando falar e com quem falar.

Optar por falar sobre usando os pilares sensíveis é entender o quanto seus atos tem de ser minuciosos. Calculados. Cada etapa. Sem nada perdido, e tudo contabilizado. Se você vai falar sobre assuntos que são apimentados, terá de entender que eles são voláteis. E como tudo que é volátil, explode, você tem que ter sabedoria disso e quando irá acontecer. Para isso, o estudo sobre algo precisa superar o conceito de filosofia pessoal (no que você acredita) e ser associado a ciência física (no que é de fato).

Muito do que é discutido em política por exemplo, são opiniões pessoais. As palavras mais usadas são associadas ao que a pessoa entende como política. E não como ela deveria ser discutida sem ferir partes. Que seria a imparcialidade. Se você optar, precisa entender, que há possíveis assuntos que podem atingir núcleos corporativos em cascata. E não ser ingênuo sobre este efeito.

Não caia também no discurso de que o direito assistido é supremo. Lembre-se que como convivemos em uma sociedade, o direito é uma materialidade. Ou seja, ela só existe porque na prática você vive naquela sociedade. Logo até o direito de opinião tem um fundamento baseado no Estado. É quase uma arapuca para os desavisados. Opinião precisa ser embasada sempre. Não é apenas falar – “Eu apoio, eu acredito”. Se você quer ter um resultado racional e positivo. Se você quer um caos, provavelmente uma simples afirmação dessa será interpretada da pior forma.

Todo cuidado é pouco quando se fala de pilar sensível, neste caso, um checklist para você falar sobre assuntos BRAVOS e que você tem o objetivo de destacá-los com a visão em criar oportunidades para si (econômicas), não é apenas por busca de likes e views (senão é provável que você tenha resultados danosos).

  • Pesquise sobre o tópico;
  • Analise que tipo de público aquele tópico ‘provoca’;
  • Analise o tipo de crise que o discurso pode desencadear;
  • Crie uma base de oratório que desvie da crise que você identificou;
  • Identifique o público que pensa racionalmente ao discurso;
  • Análise o timing;
  • Faça uma busca sobre empresas que defendem o tipo do discurso;
  • Faça a mesma coisa para as empresas que abominam o mesmo discurso;
  • E pesquise sempre sobre projetos, empresas, grupos, leis que falam sobre o tópico.

Cada um desses pontos lhe dará o seguinte:

  • VOCÊ VAI TER IDEIA DE QUEM VAI RECEBER O SEU DISCURSO;
  • QUEM VAI REPELIR ELE E COMO LIDAR COM A CRISE QUANDO ISSO ACONTECER;
  • O QUE VOCÊ VAI CONSEGUIR COM ESSE DISCURSO;
  • E COMO POTENCIALIZA-LO DE FORMA POSITIVA.

CONCLUSÃO.

A primeira vez que falei sobre este assunto de PILARES SENSÍVEIS DA COMUNICAÇÃO foi em uma palestra na Universidade Veiga de Almeida em 2016. As pessoas não falam muito disso. Temos receio de falar de crises. Mas elas tendem a acontecer independente se somos corajosos ou temerosos à ela. Crises são ruins. Não queremos ter. Mas se tivermos, temos que ter forças e recursos para combatê-las.

Crises são fenômenos que representam um problema. Há algo errado. Ignora-las não vai resolvê-las. Portanto precisamos saber que elas existem. Para evitar, na maioria das vezes, elas. É possível. Contanto que sejamos capazes de fazer o planejamento. Sempre o plano está por trás das soluções. Parece óbvio dizer isso, é óbvio. Não deveria ser dito. Deveria ser algo comum. Habitual. Para tudo há um plano. E para crises, há sempre mais que um plano.

Este artigo é para deixar disponível aos que gostam do direito da opinião e que querem ter a continuidade desse direito assistido sem crises. Entenderem que a relação do direito e dever, estão próximos demais de um conceito chamado “Convivência social”. Há algum tempo, a leitura sobre Direitos Sociais, sempre me deixou uma memória viva, que era de sua definição básica. O direito existe para permitir a convivência e sobrevivência do ser humano.

Espero que vocês tenham gostado desse artigo. E até a próxima!

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