É estratégia?
Essa é uma terceira versão do debate sobre “Magic: Estratégia ou azar?” que publiquei em dois momentos distintos. O primeiro aqui e o outro aqui. Na primeira versão que se tratava do 1º artigo de Magic, eu conclui que parte do jogo era estratégia e azar. E no segundo que foram 23 artigos mais tarde, conclui que era 100% azar. Mas depois de sete meses de Magic concluo o oposto.
É um jogo de estratégia. Azar não é exatamente o nome adequado. Diria probabilidade. Nós temos um card games de tema de magos onde a estratégia e a probabilidade andam lado a lado. Mais pelo lado da estratégia. Não houve uma mudança radical para este pensamento. Insisti por vários meses que era um jogo que apesar de toda característica de planejamento sofria das pernas por causa dos “dados” invisíveis que definiam o destino da partida.
Mas não existe “azar” quando você toma a dianteira de planos. Porque nós montamos o grimório ou pelo menos temos a noção das cartas do nosso deck de forma anterior. Sabemos que combos serão o nosso caminho da vitória. Calculamos quando teremos essa possibilidade pelo número de turnos e CMC. Também fazemos uma ideia do deck do adversário devido ao metagame atual.
Criamos o deck para atingir um arquétipo. Isso não pode ser categorizado como sorte e azar. Podemos dizer que não sair terreno ou suficiente terreno é uma característica de “deu ruim.”. Mas já dei reviravolta quando isso aconteceu. Não é possível dar essa guinada quando estamos falando de probabilidades. Certo que o cenário muda radicalmente. Mas nós conseguimos definir cenários. Então como pode ser azar?
Ninguém controla a sorte. O acaso. Particularmente se ouvir falar isso. Desacredite. Quando falamos de sorte não estamos falando de probabilidade. Probabilidade é um cálculo que analisa possíveis cenários e sua possibilidade de ocorrer. É uma situação possível e que pode ser determinista.
Determinista pelo seu sucesso e dela acontecer. Sorte não tem base de cálculo. No dito popular, sorte é basicamente um “sensação” de achismo. Em Magic não tem achismo. Se você montar um bom deck, com consistência, sinergia, infraestrutura, combos conhecidos e cenários de vitória e perda. Como dar errado? Mesmo o ‘azar’ nos contempla.
Magic the Gathering com mais maturidade.
Após 40 artigos, muitas partidas, sete meses. Não acho que Magic The Gathering possa ter qualquer menção em seu nome em jogo de azar. Tampouco de probabilidade determinística. A probabilidade de suas deduções em relação a sua jogada diante do seu adversário, sim. Mas não de chances de vitória. Talvez de cenários de vitória. A confusão sempre acontece pelo jeito que a gente define o jogo.
Se você entrar em Magic sem saber nada, vai achar que é mera coincidência. Que um jogador parece ter cartas prêmio e outro é um azarado compulsivo. Mas um deles conseguiu fechar as possibilidades. E outro não consegue superar a demanda. As respostas dele não estão a altura.
Já aconteceu que um deck de Jace, Estrategista Arcano contra um Mu, Yanling não oferecia respostas suficientes para as cartas. É possível. Portanto de então criar uma impossibilidade de vitória. A primeira vista é que a Yanling vai ganhar. Mas não. Por um tiquinho que o Jace não ganha. Mesmo tendo desfasagem nas cartas de respostas. Se tivesse talvez duas cartas de remoção, dos que já possuía. Fosse possível adiar a vitória e garantir a sua.
Estratégia de Magos em números.
Foi o título do meu segundo artigo, clicando aqui. Falei sobre as guildas. Seriam as combinações de mana com mana. No início da empreitada. Olhei para o que seria o meu primeiro deck. Na altura daquele artigo, no final de 2019. Eu tinha ao total 245 cartas de Magic dividido entre dois planeswalker – Jace e Gideon e alguma experiência do que era Booster.
No final de janeiro de 2020 eu tinha um total de 3.200 cartas entre coleções de 1993 até as versões mais atuais, e devido a pandemia do COVID-19 não tenho ainda fisicamente alguma da Ikoria. E o que me parece uma versão mais atualizada das criaturas monstros que o deck verde possuía por natureza. Há algumas versões do Tchulhu nas expansões antigas.
Como não tinha muita variedade. Comprei diversas avulsas. Ainda sem muita noção de Magic. Mas o suficiente para conseguir aprender a ideia da coisa. Comprei Deck até de Commander. E algumas cartas que viraram coleção. O Spellbook do Jace é um exemplo. São 9 cartas de diversas coleções reunidas na Master 25 com uma metalizada (foil) que apresenta as características de Jace Beleren (ou Deck Control).
E fiquei entre Magic Físico e virtual. A princípio joguei umas 60 partidas na plataforma. Mas fui compelido a abandona-la. Por quê? Escrevo uma explicação aqui. Mas vou resumir. Muito mal otimizado. Conexão sofrível. E pouco suporte. Sem falar que há outras reclamações neste modelo que não me agrada.
E hoje prefiro o Magic Físico. Como jogo qual a distância? Não é difícil. Tem suas renúncias. É preciso do físico. Mas pelo menos tenho direito de propriedade pelas cartas, ao contrário do MTG Arena. E tenho uma coleção bem interessante. Já precisando comprar um segundo catálogo. Não fosse esse cenário infeliz que passamos, já estaria próximo às 6.000 cartas e uns 10 catálogos preenchidos.

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