Aviso: Esta crítica possui SPOILERS.
Faz referência direta a Agatha Christie. Apanha duas figuras protagonistas das séries de contos policiais suspenses que a autora sempre oferecia como coringa para finalizar seus mistérios, Hercule Poirt (meu preferido) e Miss Marple. E na história temos um representante literal a Hercule Poirot.
Um magnata escritor de romances conceituado morre no dia do seu aniversário de 85 anos. Deixa uma herança. Mas um crime aconteceu. E sua família numerosa se torna pivô de uma disputa onde o culpado está entre eles. E achei fenomenal que em 30 minutos de filme você pensa que acabou, porque em 30 minutos de filme já temos um culpado, motivo, arma e ocasião.

Detetive acompanhado de dois policiais a procura do castiçal do general mostarda na biblioteca. O casarão de Harlam, o morto que culmina nas suspeitas do detetive notório, sem o famoso bigode, nem com a origem belga, mas com um pé na espionagem (em outro filme pelo menos), Benoit Blanc (Quase um francês para chegar perto do personagem de Agatha), Daniel craig cria o estiloso detetive que procura as pistas.
E não deixe de lado a menção a Sherlocks Holmes, ao usar uma moeda e uma insistente batida de piano para criar caso com os suspeitos. Nunca vi um episódio de Game of Thrones, e nem pretendo fazê-lo. Tenho minhas convicções. Talvez pelo fato de que a série tenha se tornado aos que me disseram, em uma matança sem sentido por todas as temporadas. Entre o Bolão dos tronos, quem vai morrer nessa temporada? Era o que eu mais ouvia. Era o Reality Show dos dragões.
Havia na sala de interrogatório encenado na mansão, uma roda que trazia diferentes facas por camada sob uma pequeno trono, lembra um pouco GOT? Por isso minha menção. Posso não ter assistido o programa. Mas símbolos e elementos da saga não passaram desapercebidos. Talvez eu leia um dia os livros. Pelas críticas dos leitores não parecia ser uma banho de sangue sem sentido da série.

É tanta reviravolta. Que você pensa que sabe quem é. Até postula que poderia ser. Mas volta atrás. E será que é? Se já assistiram Expresso do Oriente, bem a dose é a mesma aqui. Um pouco de tudo. Quem é o culpado? De tanto que vi filmes de detetive, quase que eu acerto. Mas sempre caio no conto do vigário. Pois sempre esquecemos que a versão dos fatos nos cria uma imagem da coisa. Mas não significa nada. Temos que ver o motivo. Isso leva a pessoa se revelar a principal suspeita.
Esse tipo de pensamento já me fez reler contos de Agatha Christie umas 6 vezes. Os Crimes ABC é um deles. É como ver um filme novamente pra ver que aqueles detalhes citados no final eram de fato perceptíveis. Em entre facas e segredos, a simbologia das facas é muito citada. Tem haver com traição. Tem haver com um ciclo de facas. Uma família preocupada com a herança. Nem estavam ai para o defunto.
Todos tinham motivo. O mais improvável. Cheguei a duvidar da mãe do próprio Harlam. Ela podia saber de algo? Não dá para falar, mas a narrativa do filme que pode passar em nosso tempo atual, poderia ter sido feito na década de 80, ambientado por lá. Poucas vezes que se utiliza tecnologia é apenas através do celular.

Elementos dos personagens. Cacoetes usados para dar a deixa da trama. Problemas sociais. Problemas de famílias ricas. Ganância. Se descrevesse esse filme com crime e intrigas, eu mesmo não veria o filme. O que tem de filme que quando assim é descrito não tem nada de interessante. Está mais para “novela dramática” do que investigativo. Embora o título tenha uma tradução basicamente “SPOILEIRZADA”.
Knifes Out é praticamente “Facas á mostra”. Isso quer dizer. Traição á vista. Com Entre facas e Segredos oferece uma dúbia interpretação que deixa pouco claro ou muito óbvio. Ou ambos. Confuso. Segredos, ok. Entre Facas. Esta mais para entre problemas. Seria melhor colocar “Mistério do jogo de Gamão”. Brincadeiras à parte. E em parte um spoiler pelo que o gamão na história tanto faz sentido.
Filmes assim só anotando em um bloco de notas. É tanto detalhe que memorizar o fará perder o fio da meada. Quantas vezes já viu um filme ou série e se perguntou quem era “Esther”?
Vale à pena? Sim, bastante.
