A geração de Heróis humanizados

Quando vimos um Ka-Lel mais pé no chão em Homem de Aço (2016, Man of Steel) e um Tony Stark que se tornaria um dos personagens icônicos do grupo Os Vingadores, ganharem uma notoriedade e ainda uma mutante que muda de forma como a Mística terem parte dos seus poderes consumidos para uma representatividade do conceito, super herói, mas humano no final das contas, surgiu uma pedra no caminho.

Certo que depois de 19 filmes dos Vingadores, a Marvel se consagrou como uma das melhores fábricas de heróis e heroínas da década. O problema é que abordaram um jeito novo de apresentar herói para o público, aquele herói que mas parece o Kick-Ass, mas pagando de poderoso na publicidade para depois levar uma coça do gigante roxo (Vulgo Thanos).

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O que aconteceria se a humanidade soubesse de um alienígena poderoso na terra? De acordo com os diretores, a terra reagiria mal e pessimista com um ser poderoso capaz de voar e levantar objetos pesadíssimos – ao contrário da mensagem simples que no filme de Richard Donner em 1978 apenas quis mostrar, que um homem, podia voar. Mas era um herói, um Superman. A partir de 2006 vimos, ou corrigindo, desde de 1980 com Superman II quando ele renunciou os poderes para ficar com Lois Lane, nascer uma pinta de drama.

O pior do drama é que em filme de herói simplesmente é como na Geração GOT ou TWD, elenco fixo não tem garantia. O caso é chocar, matar quem a gente não está esperando. Não importa que o conceito seja, mas no livro ou na HQ foi assim, ainda que fosse não estaríamos em uma obra baseada e adaptada para uma nova realidade. Se quiser apoiar a versão original, não teríamos uma Carol aka Assassins’s Creed em Alexandria, pelos HQs ela morre no primeiro ano.

Katniss Everdeen pode não ser considerada uma heroína por escolha, mas ela é usada pela resistência, sua irmã morre (razão porque ela aceitou ser parte dos jogos) e ainda é ‘jogada’ fora quando a resistência não precisa mais dela. Uma bela heroína essa, não é? Parece que X-Men fará de tudo para matar as esperanças criadas nos filmes anteriores. Por que razão matar Mística? Chocar? Chocar para quê? Por que eu gostaria de ver uma heroína morrer? A melhor amiga dela vai mata-la? O que tiramos de lição?

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Chocar é uma palavra antiga, mas muito usada atualmente, como um verdadeiro estopim, mas sem contexto. A história são de heróis, ou será um bando de gente normal sofrendo os revés da vida? O Homem de aço morreu para um Doomsday emprestado, voltou no filme seguinte…ok. Por que precisou mata-lo? Que Superman fraco é esse? Pelo menos o de 2006 conseguiu levantar um continente feito de Kryptonita, Lex Luthor enfiou um caco nele e ainda conseguiu tirar a porção para o espaço e sobreviveu.

Em os Vingadores: Guerra Infinita que ao meu ver deveria ser Guerra Limitada e Definida ou mesmo Thanos, porque só dava o gigante Roxo, parecia que as joias do infinito estavam dispostas em uma mesa e o cara roxo ia pegando uma-a-uma. Sério que depois de 18 filmes, os caras são vencidos tão rápidos? Ok não sou um adepto das revistas, mas cinema nunca foi fiel para seguir tudo que lê e se era para matar tantos personagens assim, colocassem um inimigo a altura. Porque Thanos, só tem tamanho. Sem as joias o cara tem alguma moral? Nem Thor, seu martelo, nem ninguém…que vingadores fracos.

Em The Last Stand (X-Men 3 – O conflito final) o erro de Dark Phoenix matar todo mundo se repete no novo, porque a ordem é chocar e não concluir uma história, ainda que alguns pensem que só Mística vai morrer, os planos do estúdio são de apenas manter Ryan Reynolds como Deadpool, então só vai restar você na poltrona no final do filme. Que grupo de mutantes fracos é esse?

Batman demonstrou ser o rei do drama. Michael Keaton fez um excelente personagem e Christian Bale também. Mas o novo parece aquela versão do Batman Forever, tirando as cores gritantes e fora do estilo do Cavaleiro das…trevas, aqui temos um roteiro de Gossip Girl e uma pitada de novela mexicana.

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Talvez o mal de matar herói seja justamente pelo fato de você esperar que o herói tire o pé do chão e seja mais forte do que o usual e mostre quem manda. Esses filmes transformaram os super heróis, os mutantes em…humanos normais? Neste caso eu gostaria de ter visto mais sequências do Kick-Ass. Ou ainda uma versão mais atualizada de Chapolin Colorado. Havia um filme de comédia também, Mystery Man com Ben Stiller.

Parece que ter um final feliz não é uma realidade. Ok, se você quer capturar a realidade. Mas se alguém por aqui conseguir descobrir um último filho de Krypton avisa. Fora isso é uma ficção. E portanto filmes de heróis deveriam deixar nosso sonho de ser mais e superar obstáculos. Parece uma história moral – “Herói de verdade não existem, mas aquele cara que conserta o encanamento, esse é o herói.”.

Filme de heróis são aqueles que você vê aquela força, aquele combate. Aquela descoberta e reviravolta. Se há dificuldade, sim há. Mas se depois de enfrentar tanto, eles morrem como se fossem baratas – alguém iria confiar neles de novo ou querer ser um? Neo não voltou da batalha das máquinas, e no fim, ficamos sabendo que era apenas uma trégua e que a guerra voltaria a ocorrer em alguns anos, ele tem uma desculpa. Ele é humano, lutando contra máquinas quase imortais.

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Ainda que seja uma anti-heroína, a esposa vingativa de Bill (Kill Bill) consegue fazer mais que a tropa dos Vingadores toda. O tempo que o casal Laurene e Valerian conseguem salvar o universo, e são humanos normais, contra raças alienígenas. Até mesmo o Scooby Doo tem um final feliz. E são menos fortes, mas heróis. O que me faz pensar no seguinte.

Eu brincava com os filmes da Premonição, onde a morte ganha sempre não importa o que você faça. Onde o menino amaldiçoado em qualquer filme de anticristo dá um jeito de ganhar. Há vários filmes atuais que não importa o que se faça, a cena final mostra que a assombração continua por lá e mais, não vai ter explicar nada. Parece uma história feita apenas para chocar. Foi o que o diretor atual do X-Men: Dark Phoenix afirmou. Chocar.

Certo. Chocar parece ter sido o ingrediente poderoso para manter TWD, GOT vivos por tanto tempo. Nightflyers por exemplo, foi cancelada, o choque foi bem mais brutal do que o normal, ali o roteiro era inexistente. Imagina gastar milhões apenas para chocar? É uma grande disposição para perder dinheiro.

Mas no final existe um argumento, a morte dos heróis serve para começar um novo reboot. Compreensível, mas não desculpável. Prefiro que se mantenha os personagens intactos do que mata-los. Ainda que pareça simples ou nada, mas filmes e séries só fazem sucesso porque as pessoas se afeiçoam as eles, aos personagens em específico. E matar seus personagens prediletos é apenas um deboche frio, um choque como alguns queiram compreender.

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E no final, o melhor herói de todos fica para Deadpool. Esse cara mataria o Thanos apenas contando uma piada. E como Charles não o chamou? Capitã Marvel virá e vai acabar com ele? Parece desenho Japonês, por 5 episódios o inimigo passa por trinta transformações, para fazer uma arranhão nele é preciso de uma MEGA ULTRA INVERSÃO DE PODERES DE MAGNITUDE FORENSE. Passa de temporada, esse mesmo personagem poderoso é derrotado por uma mordida de Jabuti.

Essa forma de matar personagem parece aquele bordão – “Queime depois de ler.” – Veja como é um tiro no pé. Claro podem inventar que alguém volta no tempo e salva todo mundo. Não foi assim com Last Stand como Os dias de um futuro esquecido? Repetindo o erro de novo com a Sophie Turner? Parece que o filme apagou a memória nossa aqui também. Hugh Jackman não ia abandonar o personagem depois de 18 anos no papel, e seu fim no alternativo tempo de Logan?

Parece que o ator está compromissado com outros longas do personagem. Então matam hoje a Mística e amanhã ela volta sem mais e nem menos. Não se fazem mais Ellen Ripley como antigamente (Até o terceiro filme, onde a matam. E até o quarto, que eles se arrependeram de mata-la).

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E que devo citar, Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) a mataram, Daniels deve morrer também. Fico surpreso que em Harry Potter não tenha decidido em matar na luta final o menino que sobreviveu. Porque os tempos atuais não está para os heróis. Mas devemos nos lembrar de uma ironia. Harry Potter não era inteiramente um herói. Era um receptáculo de Hoxcrux, ou seja, nele habitava uma parte má de Voldemort. Está explicado?

Volta e meia a melhor versão de herói que sobrevive. Ele é herói mesmo? Ashley ‘Ash’ Williams. O cara é mulherengo, pula cerca, bêbado e sacana. Pode parece que ele é o cara certo para enfrentar os Senhores das Trevas. Mas no final, não sei qual é o pior, o demônio Kandariano, Baal ou ele. Sua versão final é um Mad Max pronto para atirar mais. Quem é o problema mesmo ali? Podiam contratar Ash para matar a Dark Phoenix e o Thanos, ele faria isso dormindo.

Em parte, filmes de heróis adaptados para o cinema não foram uma boa experiência. Talvez a mais inocente tenha sido de Homem Aranha, Tobey Maguire à Garfield e do Homem-Formiga. Fico com a versão do Mystery Man. E claro uma versão mais light do herói do cotidiano, Nacho Libre, pelo menos as crianças do orfanato tinha o que comer e um ônibus para visitar os lugares. E não precisou de um choque para mostrar que ser herói era possível, até para um humano normal.

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