Megaton Rainfall

Título que aborda a possibilidade de sermos uma entidade evoluída a partir do próprio ser humano com poderes de voar, lançar plasma e ir a super velocidades oferece a proposta de apresentar a possibilidade de ser um superman. Mas o jogo tem vários problemas que tornam essa experiência frustrante e semelhante ao título Superman Returns de 2006.

A proposta de dar poderes sempre foi um problema na indústria de games. Nunca é um mar de rosas. Na verdade nenhum jogo retratou a realidade do último filho de Krypron. Com o argumento de fãs, todo inimigo parece levar consigo um pedrinha de kryptonita para conseguir lutar mano a mano com o homem de aço.

A demonstração de poder com sua super velocidade, voo, visão de calor, raio x, sopro congelante e imbatível sempre foi um artigo de luxo apenas restrito aos filmes. Não falta empresa criando jogos dos tipos ‘God mode e Sandbox’ que nos permitem influenciar a vida ou controla-las como um verdadeiro Deus. A abordagem parece interessante, mas nada diferente de jogar um Age of Empires (AOE), a diferença é que você não é intitulado como um Remus ou Godus, jogos disponíveis no Steam.

Em 2006 precisamente foi lançado a versão franchise para Superman returns que estreava no mesmo ano. Mas o jogo não fez jus a franquia, e embora tivesse uma cidade enorme para explorar haviam 3 características que tornaram o jogo dispensável e muitos hoje nem sequer lembram dele.

  1. Superman não tinha barra de energia, pelo menos não uma barra convencional. Para dar um limite ao homem de aço, você deveria evitar que a cidade fosse destruída, cada dano que ela recebia correspondia a dano a você.
  2. O jogo não tinha um enredo, na verdade ele lembrava mais a dinâmica do MMORPG DC Universe. Monstros aleatórios, combates e criaturas que surgiam do nada para atacar a cidade. E toda vez que você passava de capítulo, do nada surgia uma cena do filme. Sem contexto nenhum.
  3. Superman não é um superman. De todos os poderes legais dele, só havia uma espécie de ensaio dos poderes. Aliás se um cara normal é capaz de mata-lo. Superman era o que ele não era.

Sabendo disso, podemos falar de Megaton Rainfall. Lançado para consoles e PC, a compatibilidade do VR (Realidade Virtual) só foi apenas disponibilizada para PS4. O que permite pelo menos ter uma prévia do que seria ser um super homem em primeira pessoa literalmente. Tudo bem? Agora vamos entender porque ele não vale a compra.

Embora seu preço seja na média de 45-49,00. O custo para ter um jogo que não supera a diversão de um Dust, que permite mais ser um deus do que o próprio Megaton Rainfall. É entender que Megaton é uma cópia ‘básica’ do Superman Returns. Vamos ver as características dele:

  1. A cidade é sua energia, se houver dano você volta para o último checkpoint. E é só um checkpoint por missão. Logo se você deixar a cidade tomar muito dano, vai repetir do zero;
  2. Além dos invasores, os aliens, causarem dano você também pode causar dano. E detalhe crucial: A cidade sofre dano bem rápido;
  3. Não há como definir nível de dificuldade, portanto os danos não poderão sofrer limitações;
  4. Sua missão única é coletar as Xenospheres que serão habilitadas todas as vezes que você destruir as ondas de ataques dos invasores. Cada missão aumenta o número de naves, dificuldade e poder de destruição. E você ganha poderes também. Mas é bem proporcional, se você ganha uma bomba atômica, eles ganham escudos contra bombas atômicas;
  5. O jogo lembra Space Invaders e R-Type. Quer dizer prepara-se para um jogo de Superman onde você precisa atirar nas naves. Não tem a possibilidade de dar um ‘empurrão’ com a velocidade. Portanto cai por terra o tal do Superman.

Os gráficos ficam com nota alta para os efeitos atmosféricos (nuvens, atmosfera, modelagem do planeta, e efeitos de manipulação de poder), mas os modelos de personagens, prédios, destroços, os próprios invasores, os detalhes das cidades, o realismo é abaixo da média.

A capa do jogo que ilustra esta análise não chega perto da realidade dos gráficos do jogo. Como o padrão de renderização é voxel. Isso significa que o gráfico é cartunesco. Nada contra. Mas com a venda do jogo com uma capa dessa, espera-se um gráfico no nível do Uncharted.

Notas:

Gráfico – 9,50 (Atmosfera), Modelos cidade e personagens (3,0)

Exploração – 5,0

Sandbox – 0,0

Openworld – 4,5

Jogabilidade – 3,5

CRÍTICA: Marketing enganoso.

O jogo foi vendido ao público como uma espécie de Guerra dos Mundos com um gráfico top de linha. E embora para a plataforma PC a compatibilidade ao VR não há, percebe-se que a obra foi construída para ser usufruída com o mesmo. Fazendo com parte da experiência seja apenas uma interação VR e jogos típicos. O gráfico não é chega a altura, e para os padrões de jogos atuais, é um jogo ultrapassado.

Os trailers não correspondem com o objetivo do jogo e exploram o público com um produto que promete uma imersão e liberdade sandbox, oferecendo um planeta terra do tamanho real, mas com um trabalho de superfície ineficiente. Embora alguns pontos como Dubai foram trabalhados, eles não chegam ao ponto de serem considerados uma vantagem de divulgação.

A possibilidade do jogador ser um entidade divina termina quando sua limitação e potencialidade são definidas a partir dos danos a população. Tornando a experiência de imersão, interatividade e exploração do personagem e do planeta totalmente dispensável.

Como o jogo não é Beta ou Early Acess. Megaton Rainfall pode ser considerado uma adição na lista dos jogos ‘Divulgados como Diamante, e vendidos como carvão” semelhante ao No Man’s Sky.

 

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