Elite Dangerous

Não é um jogo, é um simulador de voo espacial

Elite Dangerous é um simulador de voo espacial com modos off-line (pseudo) e on-line (Arena, Open) que permite a exploração, combate e comércio em uma via láctea massiva em escala 1:1 (tamanho real) com suas 400 bilhões de estrelas. O prometido entregue, diferente de No Man’s Sky.

A proposta de ED não é exatamente ser um jogo com EVE Online, que trata o conceito de administração e paciência tática como uma moeda forte do jogo. EVE Online é considerado um MMORPG com o foco em estratégia. ED não é um jogo de nave FPS, é um simulador de voo espacial que usa física real onde você tem a possibilidade de realizar trabalhos entre comércio, nave de transporte, nave de reboque (conserta), explorador.

A dificuldade do jogo é perceptível nos primeiros momentos. Uma delas é ter em mão a melhor configuração de controle. Pois tudo em ED é manual. Para você levantar voo do hangar você deve elevar a nave, recolher o trem de pouso, ligar as luzes externas, as luzes de navegação e o rádio. E sair de órbita para ficar livre do campo gravitacional.

Não pense que leva pouco tempo para subir e sair da lua e ir para o planeta próximo. Alguns planetas com a velocidade da SideWinder (nave que todos começam) pode demorar 1 ano real. E em alguns casos, 30 minutos a 1 hora reais. Depende da distância. E da potência de sua aeronave.

Você precisa de créditos para reparar sua nave e reabastece-la. E ainda de quebra deve evitar sair voando para cima de planetas ou sois, uma vez que isso pode danificar ou explodir sua nave.

Existem procedimentos de entrada na atmosfera. Desde a alinhamento, a velocidade padrão e angulação para subida ou descida. Como o SideWinder é um caça, você pousa na vertical. Lembre-se do trem de pouso. E para quem adquire o Horizons, pode ter um bugue para usar na superfície.

Você não começa com módulos (ferramentas) de mineração. É preciso adquirir. É preciso buscar para saber onde eles vendem esses equipamentos. Mas não fica afobado. Usar muitos sistemas sobrecarregam a aeronave. Por quê? Sua nave é uma nave de fato. Então usar muitas funções gera sobrecarga. O que ligar, desligar, reparar, deixar em prioridade. Sinta-se com uma nave de Star Trek em mãos.

No futuro você pode recrutar uma tripulação, mas com uma nave inicial, é só você e seu aprendizado. Mas até lá tem muito espaço para andar.

Primeira viagem.

Você começa em um hangar subterrâneo, pode acessar as telas da direta, esquerda, cima e no painel de controle para obter informações essenciais para sua missão ou simplesmente navegação. Em minha primeira decolagem já tive severos problemas. Primeiro que eu não sabia manejar, e então caí perto do ‘helipad’.

Depois, você precisa pousar manualmente também, não tem essa de pedir ‘docking’ e ir automático como acontece em EVE Online. Você tem que pedir permissão para pousar, a uma distância mínima. Depois precisa observar que helipad a torre permitiu seu pouso. Assim que visualizar precisa acomodar a nave na posição certa e descer. E por seguinte liberar o trem de pouso.

Minerar é outra atividade que parece que: Você vai lucrar fácil. Não. Primeiro que você precisa ter ferramentas de mineração. Depois disso precisa de um compartimento de carga (Cargo Bay). Assim que possível achar as minas. Lembrando que se for em um planeta, dependendo do raio dele, vai levar horas para chegar no ponto de interseção. É preferível um cinturão de asteroides.

Você chega perto, ativa o raio de mineração. Se quiser você direciona a potência de energia para o WEP, que é o responsável por atividades de mineração e exploração (scanner, radar e etc). Uma lasca do asteroide vai sair. Não é automático, lembra? Você precisa recolher a lasca manualmente. Abra o compartimento de carga, e através de um display você vê se o pedaço está centralizado.

Em média você leva umas horas para fazer o recolhimento de carga pequeno. Só vale a pena mesmo ser minerador com uma nave enxuta e ir em campos de asteroides com minérios raros para venda em alta. Lembrando que nestas áreas as chances de ser atacado por um pirata ou um jogador é enorme.

Os modos de jogos é que diferenciam-se no ED. O Open e Arena usam configurações de internet para o mundo MMORPG aberto, típico, e que permitem os tipos PVP e PVE. Lembrando que até no PVE existe uma possibilidade de interação hostil do parte dos jogadores, mas que não representa problema de destruição, mas sim de atrapalhar. E o modo solo que precisa de conexão com a rede do mesmo modo.

Mas o modo solo ao contrário do Open e Arena, não sofre das pernas com lags ou updates de situação do universo, porque ele não se conecta a rede em si. O que significa que a rede só serve para “mesclar” as atualizações em tempos posteriores aos seus acontecimentos. O Solo Game influencia e é influenciado com acontecimentos que surgem no Open e Arena. A diferença é que você não encontra os players. Mas eles podem influenciar suas jogadas mesmo assim.

Simulação realista.

Certa vez para realizar uma das primeiras missões, que pediam parar ir ao sistema Dahan (leva 1 ano se for a velocidade máxima sem hiperdrive), e liberar um pacote de dados no planeta Dahan 3 Metalworks Foi preciso usar o hiperdrive para chegar lá. Senão seria 1 ano real, ou seja apenas em janeiro de 2019 eu chegaria lá. Sem falar que meu combustível terminaria antes disso.

Eu errei o caminho, ao invés de ir para o Dahan 3 eu fui para o Dahan 3C. Acabei tendo que descer no planeta. E quase por 3 horas reais andei menos que 20% da superfície do planeta. Havia um posto local, o que só encontrei foram marauders patrulhando o planeta.

Na segunda vez, eu fui interceptado por um player no modo OPEN, e eu no modo Solo (aí  a influência) durante o hiperdrive. Ele queria negociar o que eu tinha para entregar em Dahan 3. Perdi a força do salto, e fiquei a um ano de distância do alvo. Moral da história, destruí minha nave (o custo é zero para comprar tudo de novo, apenas para nave Sidewinder) e voltei para a lua que todos começam.

O que é preciso para começar? Entender que ED não é um JOGO. Não é nada automático, não é um jogo fácil, nem rápido e nem dinâmico. Ele precisa de tempo, cada passo é uma estratégia. Entender como a nave funciona é a chave para o sucesso no jogo. Saber quais limites você pode chegar. E compreender a política local. Ou seja ler o que cada sistema, planeta possui de governo local, federação e etc, é muito importante para não cair numa armadilha.

Em média a aeronave corre 218 metros por segundo no máximo, na prática não é nada perto da distância astronômica que fica cada planeta. É como em FS (Flight Simulator) as viagens levam o tempo real, considerando pouso e decolagem, compensação e imprevistos. ED não é um Eve Online (nem se compara com No Man’s Sky) ele tem a cara mais de um Universe Sandbox, Celestia, Space Simulator, não é um KSP (Kerbal Space Program) pois este permite construção de naves, aqui o nível é diferente.

ED lembra um pouco a complexidade do jogo de corrida Enthusia. Que era preciso ter noção de mecânica real para fazer o carro ser de Rally. ED é para quem gostar de viagens estelares com física, tempo e realismo. É um jogo longo. Não é incomum encontrar players com 400 horas de jogo, apenas explorando menos de 1% de um sistema dentro de uma galáxia enorme.

Minha nota: 10.0.

CRÍTICA: Marketing fraco.

(Mundo Pauta) – A crítica é elevada quando se trata de um jogo disponível no STEAM (PC) e para os consoles (PS4Xbox One). A legião de fãs crescem a cada ano. E o que vi no hotsite não é uma enganação, apenas que contém menos informações que levam a credibilidade de um simulador.

ED não é um FPS de nave, não é um ‘joguinho’ fraco. Ela precisa de uma apresentação plausível. Destacar aos níveis mais favoráveis de compreensão, que ED é um simulador espacial completo e que permite uma exploração crescente e evolução nas mesmas medidas.

Tal como EVE Online, só ouvi falar nesses dois títulos por acaso. Nenhum deles chamou minha atenção porque algum jogador fã dourou a pílula. O Marketing e a publicidade criados para o simulador é resumido ao mesmo material que se encontra de outros títulos, não fazendo sequer diferença. Quando olhava as screenshots, eu só pensava que era um jogo do tipo Homeworld.

Não é ruim, mas eu já tenho Homeworld, para que eu teria outro igual? A descrição no STEAM da entender que é um jogo FPS trivial. Não é. Eu precisei ver trocentos vídeos de fãs para entender o que ED significava, para então compreender que ele era um simulador, estilo de jogo que eu gosto. Os fãs conseguiram fazer mais pela imagem do jogo, do que a empresa fez pelo ED.

Então essa publicidade mata parte do público que não concebe a ideia de ED. No Steam ele recebeu uma média de curadoria neutra. Algumas pessoas não gostam dele por causa da performance. Demorei mais tempo ainda para saber se ele tinha um single player off-line. Ele tem, mas é um solo game com updates esporádicos do mundo virtual.

A informação do jogo era toda terceirizada, o site e a redes sociais não foram claras e precisas a que produto venderam. O público ED é nicho, não é para todos. Muitos vão comprar o produto e achar que vão fazer um guerra nas estrelas. Mas ele está mais para Star Trek + Gravidade (no início) e depois Star Trek complexo para o resto do jogo.

Até para a batalha, o jogo é realista. Então Star Wars é uma realidade após você ter um cruzador em mãos. E isso vai demorar ‘mil anos’. Como o termo usado em MMO é um processo “grinding”. Você vai precisar batalhar ou minerar muito pra conseguir milhões e assim comprar módulos e até uma nave de boa proporção.

Nota para o Marketing: 4.5

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