Sequência de Prometheus, prequel da saga de Ellen Ripley e o início da raça Xenomorfo. Quem viu o filme sentiu na espinha quando a música do alien (1979) tocou?
Covenant como Promotheus é o nome da nave que embarca mais uma aventura no espaço. Há uma conversa entre David (Michael Fassbender) e Peter Weyland (Guy Pearce) durante o filme que trata de um conceito de perfeição. E a procura do homem pela resposta fundamental. Em Tron (2010) temos um Kevin Flynn (Jeff Bridges) fazendo a mesma coisa e criando um mundo diabolicamente pensado por uma máquina.
Perfeição é um conceito individual.
Uma características de filmes assim é que ele geralmente visto com maus olhos. É quase uma rasteira no público. Porque não se constrói uma raça sem ter um motivo filosófico. David recebeu uma ordem instintiva. Ele devia criar aos olhos humanos algo que sugerisse perfeição e superioridade. Depois de presenciar a mortalidade dos homens, David sabia que precisava descobrir uma forma tornar essa visão uma realidade.

[SPOILER] Então ele mata todos os engenheiros do planeta, e começa uma nova raça a que se originaria a própria raça dos Xenomorfos. Nas palavras de Ash – Um organismo perfeito. [SPOILER]
De uma forma oficial uma parte do público considera apenas os dois primeiros filmes. Temos uma apresentação fenomenal do surgimento da espécie dos aliens. E pensar que no fundo, Ripley estava a todo tempo enfrentando uma criação do próprio ser humano.
A trama pode parecer um tanto lenta e nada reveladora. Para quem aprecia as obras de Ridley Scott de uma forma fidedigna entende que a concepção da direção dele é baseada na reflexão. Ele não é James Cameron. Que coloca uma metralhadora na mão de alguém e grita “Fire the Hole” a todos instante.

Blade Runner mostrava mais do que uma caçada frenética por replicantes rebeldes. O filme todo era uma filosofia do conceito de vida, de sobrevida e da criação de uma nova espécie, ou seja demostrar que profundidade da decadência daqueles seres humanos do século 21 estavam tentando viver em um mundo caótico. No entanto as palavras finais de Roy Batty (Rutger Hauer) no terraço – “Que todas as lembranças ficariam perdidas como lágrimas nas chuvas”, oferece uma conclusão interessante.
Apesar de toda guerra, há vidas acontecendo.
O cenário infestado de Neon, névoa, poluição, chuva e amontoado explicava um mundo corrido sem tempo para nada. E em algum lugar de uma Los Angeles de 2019, havia um policial cheio de trauma indo atrás de um Nexus poeta e moribundo, únicas testemunhas de um mundo em transformação. Determinado pelo bordão de Gaff (Edward James Olmos) – “É uma pena que ela não vá viver. Mas afinal, quem vive?” (Crítica de uma sociedade alienada).

Daniels (Katherine Waterston) não está parecendo a Ripley (sigourney weaver) de Aliens (1986)?
O mesmo é observado em Prometheus e Covenant. Para quem não adota a obra do cinegrafista, terá uma perturbação em olhar os filmes e achar que alien é para ser como sexta-feira 13. E esquecer que os filmes tratam de um conceito de origem da raça humana e se bobear de outras raças. Se passar batido. Será mais um filme como “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado.” e acredito que isso deixaria a saga alien bem trash.
Mas houve um porém que até concordo com algumas críticas. Achei um destino muito banal para Elizabeth Shaw. Ela parece ter lutado demais em Prometheus para [SPOILER] morrer e virar uma espécie de experimento de David. Sim ela morre. E morre sem qualquer ritual em relação á isso. Para alguém que removeu uma alien da barriga. Acho que foi uma morte bem aquém a personagem. [SPOILER].
Um dos maiores conceitos da saga Alien é ter uma ícone feminina forte o suficiente para lidar com um terror espacial. Até entendendo que a maioria das séries e filmes gosta de abordar que o mais perigo do homem não estão fora do mundo dele, e sim o próprio ser humano pode ser considerado um monstro.
Se virmos séries como Walking Dead onde a maioria das pessoas morrem nas mãos de seres humanos. E que se fosse na mão de zumbis (seriam também mortos por seres humanos). Mas nos afastamos da ideia que um comedor de carne crua possa ser considerado um ser humano. Glenn escapou de muitas. Parece ter um God Mode ligado. Depois dos zumbis em cima dele naquela caçamba, pensei ser o fim dele.
E ele morre nas mãos do Negan. Que ironia? Beth foi outra vítima de um ser humano, vivo e sem fome de cérebro.
Talvez a atriz não quisesse mais fazer parte da saga, compreendo. Mas para não comprometer a história, deveriam ter sugerido outro enredo no caso. Aliás ela não era apenas uma garotinha no meio do nada. Tinha um passado que sugeriria uma trama de busca pessoal. E substituíram com um robô fazendo sua busca pessoal. E isso me faz lembrar o roteiro do primeiro Star Trek (1979) para o filme.
E se a raça humana criou a raça dos Borgs (V’Ger’ – Voyager)?

Na prática seria muito complexo um ser humano achar o seu criador? É mais fácil colocar uma máquina que sabe que seu criador (humano) foi criado por um outro ser que ele mesmo acha primitivo. Daí a questão é só dar ‘reboot’ nas duas raças. Mas essa sempre foi uma visão de Ridley Scott. Quase como se fizesse um ensaio sobre as obras de Isaac Asimov – Máquina pensante em um futuro hipotético.
Seria interessante ver essa reflexão por parte de Elizabeth Shaw e não pelo David.
Outro ponto é ver que David pretende criar essa raça nova para destruir a raça humana.
Nota 90.0. É um filme muito bom. Não esperava mais do que foi exibido. Já esperava uma revelação de como a raça que hoje conhecemos foi criada. Gostei de ouvir a trilha sonora original. É bastante assustador. E sugere muitas alternativas para futuras histórias. Dependendo de como for o desenrolar, podemos entender que até a saga Ripley, Aliens Vs Predador sejam remodelados a partir dessa nova visão.
