Não acrescenta em nada do que outros já fizeram.
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O filme é um tubo de ensaio que não acrescenta muita coisa
Se você espera um filme super de ficção ou até mesmo de suspense, tire o cavalinho da chuva. Na verdade o filme tende a mais ser político. Se você viu “A estrada‘, “O livro de Eli“, “Eu sou a Lenda” e “Resident Evil“, esse filme é inferior á eles em todos os aspectos. Primeiro que começa com um surto desconhecido, em menos tempo do que você espera eles revelam que o surto não é tão desconhecido assim, e sim uma mistura de vírus e depois veem com alguns conceitos políticos entre as empresas e o OMS (Organização Mundial da Saúde).
Com um elenco de peso nada mais que a participação de Laurence Fishburne, Matt Damon, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, e Jude Law, não se engane, o filme é uma chatice só. Começa com várias pessoas em diferentes cidades do mundo que estão doentes, é observado a evolução até que eles morrem. Morrem com um ataque de convulsão. Até aí você pensa? Que doença é essa?
O que abriu a questão para este filme ser ‘surpreendente’ é que no filme eles abrem a cabeça da personagem de Gwyneth Paltrow e descobrem algo impressionante. Mas então você pergunta, o que eles viram no cérebro dela? Eu vi o filme inteiro para saber isso. E sabe, me decepcionou. E muito. O suspense do filme é exatamente essa parte – de onde vem e o que é esse surto?
Não demora muito que eles falem que é uma mistura dos vírus transmitidos pelo porco e pelo morcego. Pronto o suspense do surto desconhecido acabou. Agora faltou falar o que eles descobriram no cérebro da garota. E eles não falam. O filme é superficial mesmo. O personagem de Matt Damon nem reage com as mortes de sua esposa ou filho. A filha dele tem uma reação mais real, porém ela fica o tempo todo com a cara de tristeza.
Tentativa de ilustrar o medo como pior que o contágio.

O medo foi a segunda cartada dos diretores.
Mas o medo da população e do telespectador? Nós temos todo o controle da situação. Se você não sabe de onde veio ou o que é o surto, daria mais medo do que você saber o que é de onde vem, que é explicado no filme bem antes de dar uma hora. E mostra na verdade a reação das pessoas a ele. Algo que já vimos em outros filmes. Eu cito de antemão o que já fiz, em relatar o drama de um pai e de um filho em “A Estrada“, a fé inabalável de Eli em “O livro de Eli“, e o “Eu sou a lenda“. Mas temos o filme de Frank Darabont baseado no livro de Stephen King – “Mist” (Nevoeiro) – mas eles mesmo com baixo orçamento fizeram com o medo fosse um X da questão e o que estava no nevoeiro o Y criando a fórmula perfeita.
O filme Contágio perde a vantagem quando conta o que é o surto e de onde veio. O medo visto no filme, a reação das pessoas em terem o antídoto, a loucura por querer comida. O isolamento. É tão leve que faz com pareça uma produção independente, mesmo com o elenco de peso. E dá para perceber que os diretor Steven Soderbergh ofereceu uma aparência nada atraente nos famosos. Não vemos Kate Winslet cheia de maquiagem. É como se quisesse oferecer uma ‘normalidade’.
Gostei deste ponto. Mas o filme não tem charme, ele só vai prender mesmo as pessoas, que querem ver um filme de suspense. Algo desconhecido, um surto inominável, por causa da autópsia na cabeça da personagem de Paltrow. Tirando isso, vê-se um filme altamente político e as conspirações que beiram ao personagem de Jude Law, um jornalista que acha que o governo e a OMS estão favorecendo grupos.
Existe de fato este favorecimento, e o filme trata mais da questão “Conquista” muito presente em vários filmes, do que realmente sobre a palavra “Contágio”. E tirando uma interpretação da palavra no contexto do filme, ainda seria indiscutível. Não sei em que momento a palavra “Contágio” faz sentido. Temos pessoas sendo contaminadas, mas o foco do filme não é esse. Não é medo também, é – vou ser redundante, política.
O contágio.

Conspiração e política governamental (Foto: Animatrix/Mundo Pauta)
O filme se divide entre três assuntos, vou até compara-lo com um outro filme que tem a mesma temática. Você pensa que vai ver algo impressionante e depara com uma operação “Clipe de papel”. Algo que mais oferece conteúdo para telespectadores interessados em debates e projetos, que monstros e alienígenas. Eu sou do segundo grupo. É muito chato lidar com um filme que só abrange aspectos políticos, gosto, mas não isolado da forma que foi.
O film que faço comparação, é o filme “A contaminação” com Val Kimer. A coisa é a mesma. No filme, Val Kimer é Dr. David Kruipen que numa pesquisa no ártico do Canadá descobre um inseto pré-histórico durante o famoso fenômeno de degelo devido ao aquecimento global.
Sendo o aquecimento global ainda hipótese e interferindo em assuntos sócios-econômicos pelo mundo, até hoje. E isso implica em mudança de hábitos dos países. Menos poluição, mudança de estilo de vida ou até mesmo quebra de empresas altamente poluentes. O filme passa o tempo todo mostrando o aspecto consequencial se os insetos forem parar na humanidade, a solução que o Dr. David assumi é colocar esses bichos em exposição ao ser humano, obrigando-o a ser cauteloso com a natureza. Temendo-o.
Até aí parece um filme legal. O que você menos vê, são os insetos. Você vê um a lá “Terror na Antártida” que na verdade tem por finalidade ser realmente um filme de suspense. Mas tanto contaminação com contágio são filmes iguais. Vou repetir, a temática dos filmes é IGUAL. Eles tratam da política emergencial e soluções críticas em tempo de crise. O que você menos vai ver é o BICHO.
É o cinema crítico na verdade. O que aconteceria se “Irã fosse atacado por Israel“? É uma suposição. O filme não é chato para quem gosta do gênero, do tema. Não é. É um prato cheio. O medo, o contágio é um pano de fundo. A verdade dada no filme é como as decisões são realizadas, as prioridades do governo, as verdades baseados nos perfis das nações mundiais.
O Medo.

Fim dos tempos
É outro ponto. Mas é vivido pelos personagens. O telespectador não passa de um ouvinte de um documentário. Quem fica com medo de documentário? Não digo aqueles que com animais sob os olhos da criptozoologia. Mas sim aqueles que tem os aspectos didáticos. Pois o que fica no ar é que tanto o surto como o medo na sociedade não é bem exposta pelos atores. Fiquei surpreso.
Todos atores de alto gabarito, e você não vê uma reação emocional convincente de nenhum deles. Nenhum mesmo. Logo percebe-se que pela técnica cinematográfica, esse não era o objetivo do diretor. O objetivo dele é mostrar os governos em frente a esta situação.
O medo da população morrer por um vírus mutante e altamente estável, os saques, as ruas infestadas. Eu pensava em ver um filme no estilo “The Happening” de M. Night Shyamalan. Mas o filme não tem nada haver. O vírus é conhecido. É mais uma crítica global do que um filme ficção. Serve para nos mostrar talvez uma realidade possível se algo neste cenário acontece-se.
As duas cartas que fariam esse filme ser suspense/terror ou suspense/ficção seria manter o surto desconhecido assim o medo se alastraria sem problemas para quem é o personagem e quem vê o filme (nós). Mas como o surto é revelado – ficamos com um filme mais tendo a ser drama/político ou somente político.
Não gostei do filme, esperava outra coisa. Não é um filme ruim para quem gosta de gêneros políticos. Mas quem quer ver reações, eu desaconselho o filme me surpreendeu por ter um elenco tão conhecido assim e não demonstrarem qualquer reação verdadeira. É algo como “informal” o sofrimento das pessoas envolvidas nas mortes e as próprias pessoas morrendo.
Então dou três notas para este filme devido meu ângulo a expectativa, filme no gênero suspense/terror/ficção e gênero política.
Nota do Show1000 para “Contágio”

Mist – Frank Darabont baseado em um conto de Stephen King
- Expectativa (Esperava encontrar um surto desconhecido com proporções e reações mundiais frente ao que poderia realmente desencadear uma situação sem saída gerando um medo desproporcional e uma grande revelação do que poderia de fato ser) – Nota ZERO (0.0)
- Filme – gênero suspense (Quatro – 4.0), gênero ficção (Zero – o.o) e gênero terror (Zero – 0.0)
- Filme – gênero política (Nove – 9.0)
Quero ser parcial no que consta este filme, ele não é um filme péssimo. Mas se considerar que ele seja um filme suspense, ficção ou terror creio que as pessoas entraram em diversas ponderações. Aliás os filmes para cada um oferecem uma interpretação. Mas todos podem até confirmar que o filme é mais ‘governo’ do que ‘pessoa’ dado as interpretações superficiais que os atores oferecem.
[SPOILER]
Até mesmo a tentativa da filha de Matt Damon, no filme, de relacionar com Andrew é abalada. Mas não existe uma reação diferente da que eles já possuem. Melodrama, melancólicos. Mas eu achei um absurdo o personagem de Matt Damon encarar o ataque da esposa e a morte dela como algo normal, parecia que ele havia perdido um programa de televisão. Quando ele perdeu o enteado foi bem pior, ele não reagiu nem mais que a babá que ele deixou com ele.
Ele parecia totalmente indiferente. A filha dele demonstrou uma reação considerável, mas não foi uma reação ainda convincente. Não acho que chorar é um complemento de cena, mas como ele reagiu, mas parecia que estava pouco se importando.
A calma dele era tanta que parecia que ele havia passado anos no mosteiro. Então acho que para o filme ser considerado até mesmo um drama, ele teria nota zero. Mas para ser considerado as atuações teriam que realmente mudar. Eu sinceramente achei bastante repulsivo no filme de Frank Darabont na hora que eles colocam aquele cadete para morrer na lá fora. Aquilo me deu até embrulho no estômago. Foi injusto, foi cruel. Foi emocional e insano. Pessoas loucas. O medo estava instalado ali.
Também vi a loucura fria do pai (Viggo Mortensen), mas era emocional. Ele tentava viver, sobreviver. Havia perdido inclusive os próprios valores de ser humano. O filme simplesmente é claro ignorou em revelar o que de fato aconteceu com a terra. Por que estava soltando fogo do solo? A razão nem é tão importante quando a história fez questão de mostrar o lado sensível, arrogante e sobrevivente das pessoas frente a esta tragédia.
O que interessa? Eles estavam tentando sobreviver. É um filme sobre pessoas, e não sobre desastres naturais.
Palavra final: Não gostei de filme, eu achei ele fraquíssimo em atuações, achei muito demorado, muito científico, muito político. É confuso em alguns momentos, mas estas confusões são explicadas. Não é um divertimento, é uma aula com lousa e tudo.
